quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

“Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados” (Provérbios 31:8)


Provérbio desafiador este, não é mesmo? Digo isso porque, neste tempo em que não temos tempo nem pra nós mesmos, e num tempo em que utilizamos todas as nossas forças apenas com objetivos individuais, é difícil olharmos ao redor, percebermos aqueles que necessitam de alguém que seja por eles, e envolvermo-nos numa causa que não é, em tese, problema nosso. Usei a expressão “em tese” porque, com o passar dos anos e por conta dessa filosofia individualista-edonista-capitalista, pouquíssimas pessoas se importam umas com as outras, e isso acontece até no ambiente familiar. Tal filosofia, essencialmente introduzida no cotidiano pós-moderno, tem conduzido a sociedade a relacionar fragilidade emocional, financeira e profissional, com fraqueza ou incapacidade de lidar com a vida, fazendo com que aqueles que apresentam tal quadro, sejam deixados de lado pelos “aparentemente normais” que, por se acharem “fortes”, evitam o relacionamento com os “fracos”. Porém, à medida que vamos amadurecendo, pelo menos para aqueles que se permitem a maturidade, percebemos que, na verdade, não é possível que uma pessoa seja saudável sem que se relacione saudavelmente com outras pessoas. O estabelecimento de vínculos relacionais, principalmente com aqueles que não pertencem à mesma raça, classe social, credo religioso, gênero, ou seja, com o diferente, faz com que vivamos melhor. Assim, a qualidade de vida está mais ligada aos relacionamentos, ou seja, à maneira como os construímos e os desenvolvemos, do que com quaisquer outras coisas que possamos pensar. Aqueles que gostam de servir o próximo, especialmente o próximo desconhecido, sabem o quanto tal serviço lhes proporciona bem-estar. E isso acontece não apenas por conta de um sentimento de dever cumprido, pois, pessoas que gostam de servir nada fazem por obrigação, mas fazem com alegria, mesmo quando há decepções na caminhada. Pode ser que aqueles que não se importam com o bem-estar alheio, achem toda essa conversa uma grande besteira, porém, para estes, a única coisa que não é besteira é a si mesmos, do resto, tudo é “resto”. O provérbio de hoje é o conselho que uma mãe dá ao seu filho que é um rei, o rei Lemuel. Para essa mãe a maior grandeza de um rei não está no patrimônio ou no poder bélico que seu reino possui; para ela a maior grandeza está no exercício de um governo justo, em que todos os homens sejam beneficiados à medida que o rei governa pautado pela justiça, honestidade e fé. Sendo assim, podemos refletir acerca de nós mesmos e dos valores que norteiam nossa trajetória nesta terra. Será que estamos ofuscados pela filosofia social, discriminando os diferentes e sendo indiferentes ao sofrimento deles? Ou será que, envolvidos num processo de maturidade, estamos cultivando os valores mais precisos desta terra, a saber, a solidariedade, compaixão, misericórdia e doação? A sabedoria que adquirimos nesta vida não é um patrimônio para nós mesmos, pelo contrário, é um patrimônio a serviço de todos. Pense nisso!
Boa noite a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"Mantém longe de mim a falsidade e a mentira..." (Provérbios 30:8)


É difícil conviver em ambientes nos quais somos rodeados pela mentira e a falsidade. O autor desta frase, Agur, faz este pedido para Deus. Entretanto, tal pedido parece ter duas dimensões: social e a pessoal. Na dimensão social expressa-se a preocupação de não querer estar envolvido com pessoas falsas e mentirosas, afinal, quem se sente seguro convivendo com gente assim? É desgastante trabalhar, estudar, enfim, conviver num espaço onde todas as palavras têm de ser medidas, todas as atitudes devem ser policiadas, praticamente,  a  gente se torna um prisioneiro emocional. Na dimensão pessoal, creio que o pedido de Agur tem a ver com ele mesmo, com o seu desejo de não ser alguém que se valha da mentira e da falsidade para com os outros e consigo mesmo. E esta é uma tentação diária para cada um de nós. Quantos momentos há em que uma mentira resolveria o nosso problema? Quantos momentos há em que a falsidade evitaria diversos enfrentamentos próprios, e necessários, num relacionamento? Porém, mentir ou fazer de conta que não está acontecendo nada, ou então tratar de situações como se a gente não se importasse com elas, é a maneira humana mais desumana de lidar com várias situações nesta vida. O problema é o quanto tudo isso nos adoece, nos empobrece, e desenvolve em nós a covardia. Sim, porque as pessoas mentirosas e falsas são, na verdade, pessoas que têm medo de encarar a vida; de encarar seus relacionamentos; e encarar as consequências dos seus atos e decisões; por isso mentem, por isso dissimulam. Mas como é ruim ter de sustentar uma mentira; como deve ser ruim não poder ser aquilo que se é e, então, ter de escrever uma história paralela a história real da nossa vida. Como deve ser ruim não ser sincero, verdadeiro e honesto com as pessoas que nos cercam. Há pessoas que optam pela falsidade como estratégia de convivência com as pessoas que elas não gostam, que terrível! Agir assim é o mesmo que igualar-se aos desafetos. Entretanto, por outro lado, como é maravilhoso ser alguém em quem as pessoas podem se relacionar com segurança. Como é bom ter a liberdade de ser quem nós realmente somos, sem medo, sem insegurança, apenas oferecendo às pessoas nossas potencialidades e, até, fraquezas. Como é bom ter condições, por conta da nossa maturidade, de enfrentar a vida de frente e assumir, conscientemente, nossas responsabilidades e as consequências dos nossos atos. Isso implica em viver bem! Viver assim é experimentar aquilo que chamamos de qualidade de vida. Viver assim é libertarmo-nos das cadeias que a mentira e a falsidade impõem sobre aqueles que delas fazem uso. Jesus disse que a verdade liberta, e eu penso que ele disse isso vislumbrando, também, o aspecto pessoal, o caráter daquele que crê. Eu sei que, às vezes, a mentira parece ser uma alternativa mais prática e que a falsidade se apresenta como uma maneira mais simples de transitarmos em determinados ambientes, entretanto, de que vale tanta praticidade e simplicidade quando o nosso caráter está sendo consumido?
Pense nisso, e tente provar a liberdade que vem da verdade.
Um abraçãozão!
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

"O homem que ama a sabedoria dá alegria a seu pai, mas quem anda com prostitutas dá fim à sua fortuna" (Provérbios 29:3)


Você já percebeu como as pessoas têm a tendência de agradar mais aos outros do que a si mesmas? É claro que isso não é uma regra, visto que há muitas pessoas que pensam apenas em si próprias, porém, aqueles que se preocupam com o que os outros vão pensar acerca de si ainda é muito grande. No provérbio de hoje encontramos esse contraste: o agradar ao outro (pai) e o fazer mal a si mesmo. Todos nós, em algum momento da vida, vivemos essa realidade. Há pessoas  que, de tanta necessidade de agradar aos outros, não conseguem alcançar a felicidade ou ter qualidade de vida, visto que, em muitos casos, agradar o outro, implica em passar por cima de si próprio. Há aqueles que, desistindo de buscar a aprovação do outro, também acabam se prejudicando. Perceba que nos dois casos, há prejuízo pessoal. No primeiro caso, mesmo beneficiando o outro para conseguir aprovação, perde-se a identidade, nega-se a vontade, enfim, cria-se um ente falsificado, frustrado, em que a felicidade só é possível mediante o prazer do outro e não no seu próprio prazer (que, aliás, já nem se sabe qual é). No segundo caso, o outro extremo, por se sentir independente, sem necessidade da opinião das pessoas, e até para provar algo para si mesmo e para o outros, a pessoa acaba se perdendo em si mesma e, por isso, mesmo que não perceba, até quando não depende da aprovação do outro, tenta, com suas atitudes e palavras, chamar a atenção do outro, nem que para isso seja necessário o escândalo. Imagino que, em sua própria experiência diária, você tenha percebido a nossa dificuldade em permanecermos no meio termo. Geralmente, vamos de oito a oitenta, quase nunca conseguindo nos equilibrar neste pêndulo da vida. É aí que deve entrar a sabedoria em nossas vidas. É a sabedoria que nos dota da capacidade de administrar o movimento deste pêndulo emocional. É ela que nos dá sensatez para que tomemos as melhores, ou as menos piores, decisões nesta vida. E eu digo "menos piores" porque a sabedoria não nos torna perfeitos, apenas nos torna conscientes e, assim, num processo diário de crescimento e amadurecimento, um pouco mais preparados para a vida. E a medida que amadurecemos no caminho da sabedoria, apesar de todas as nossas dificuldades pessoais, vamos nos encontrando na vida, definindo nossos papéis, ficando conscientes de nós mesmos e, num processo às vezes lento, vamos descobrindo que temos todas as condições de viver bem conosco mesmo e, assim, vamos deixando de atrelar a nossa felicidade à aprovação dos outros e, também, abandonando a necessidade de provar qualquer coisa à quem quer que seja, diminuindo, então, os prejuízos emocionais, morais, éticos, relacionais e, em alguns casos, até financeiros. A medida que vamos nos relacionando com a vida de uma maneira sábia, por isso, justa, sem perceber, vamos nos permitindo construir uma estrutura emocional menos estremecida, mais resistente as más influências e a insensatez e, assim, conseguimos corresponder a sabedoria do autor de Provérbios, ou seja, passamos a ser amados por nossos pais que, respeitarão a nossa estrutura já definida e autêntica, e também respeitados pelas outras pessoas que passarão a nos ver não mais pelas lentes do escândalo ou da imaturidade, mas pela ótica da maturidade e da plenitude. Como você deve ter percebido, ser respeitado, ou não, está em nossas próprias mãos. Portanto, reflita acerca de si mesmo e, se necessário for, mude suas atitudes. A sabedoria está sempre a nossa disposição.
Um bom dia a todos.
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

"Quem repreende o próximo obterá por fim mais favor do que aquele que só sabe bajular" (Provérbios 28:23)


Esse provérbio parece ir na contramão daquilo que defendemos como bandeira: "não se intrometer na vida dos outros". Entretanto, ele não está na contramão. Penso que ele nos ajuda a como auxiliarmos as pessoas quando somos consultados por elas acerca de alguma atitude, decisão ou opinião. Por muitos anos da minha vida eu sempre procurei estar mais ao lado de quem me elogiava do que daqueles que me censuravam, inclusive, do meu pai. Hoje, um pouco mais maduro, percebo que eu perdi muitas coisas boas dessa vida porque não me permiti às críticas (construtivas, é claro), aos conselhos contrários as minhas decisões e atitudes. De fato, é muito melhor ser elogiado, ovacionado e mimado. Esses sentimentos massageiam o nosso ego e nos fazem sentir muito bem. Entretanto, esses mesmos sentimentos, motivados pela bajulação que tanto gostamos, também nos impedem de crescer, amadurecer e perceber que sabemos muito pouco sobre a vida, que há pessoas que, ainda que com pensamentos divergentes, podem nos ajudar a trilhar por um caminho melhor. Em algumas áreas da minha vida, eu me arrependo muito por não ter dado ouvidos às palavras de meus pais, de alguns amigos sinceros que sempre quiseram o meu bem. E não dei ouvidos porque preferi dar atenção àquilo que, momentaneamente, era mais conveniente para mim. Algumas das decisões que tomei, ainda que eu reconheça que a responsabilidade seja toda minha, foram altamente influenciadas por frases como: "você merece...""vai em frente""não desista dos seus sonhos por causa dos outros""você tem razão mesmo""quem sabe da sua vida é você, quem é o fulano pra dar palpites?"; e tantas outras frases que eu tenho certeza que você já ouviu ou já disse, e, por isso, eu nem preciso ficar citando-as aqui. Por mais que elas pareçam bonitas, incentivadoras, e  demonstrem uma amizade sincera, nem sempre é verdade. Fui aprendendo ao longo dos anos, depois de colher algumas más consequências, que a repreensão é uma bênção. Fui descobrindo que a desistência, o abrir mão de algumas coisas, o voltar atrás em algumas atitudes e decisões, são, também, expressões de sabedoria que nos levam à felicidade e à maturidade. É verdade que muitos dos nossos erros e decisões mal tomadas são, também, coisas próprias da vida e de nossa humanidade limitada, entretanto, com o passar dos anos, a maturidade e as experiências - boas e ruins - devem nos conduzir à sensatez. Mas, com certeza, ouvir as repreensões e críticas construtivas tornam a nossa vida menos complicada e com menos sofrimentos. Portanto, não tenha medo de repreender, aconselhar e expor sua opinião quando consultado. Sua sinceridade pode oferecer qualidade de vida àqueles que pediram sua ajuda. Também, seja pronto a ouvir e refletir acerca daquilo que as pessoas lhe disserem. Talvez você não opte por nenhuma idéia apontada, entretanto, pelo menos, terá outras alternativas de reflexão. Pense nisso! Valorize, também, a opinião daqueles que, às vezes, nos lembram que alguns sonhos são impossíveis de se tornarem realidade.
Boa dia a todos.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

"Quem sai à guerra precisa de orientação, e com muitos conselheiros se obtém a vitória" (Provérbios 24:6)


Em outras reflexões eu falei muito sobre a questão de se saber falar aquilo que se quer dizer. Porém, hoje, como aponta o provérbio, o convite é para que desenvolvamos em nós a capacidade de ouvir. Sim, expressar-se através da fala é algo muito importante e saudável, porém, é saudável também ouvir. Ninguém pode dizer que é independente, afinal, enquanto seres sociais, dependemos sempre de alguma pessoa. Na infância, adolescência e mocidade, esta enquanto solteiros, dependemos de nossos pais. Na vida adulta, quando nos casamos, tornamo-nos dependentes de nosso cônjuge e família. Caso uma pessoa continue solteira na fase adulta, mesmo assim, ele terá um vínculo de dependência de amigos e/ou parentes próximos. Na velhice tornamo-nos dependentes de filhos, amigos e profissionais da saúde. Enfim, não há no mundo uma pessoa saudável que possa dizer: "eu não preciso de ninguém". É possível que alguns que aparentem certo desenvolvimento intelectual e/ou econômico, num primeiro momento possam até afirmar que não dependem de ninguém, porém, tal afirmação aponta para algum distúrbio emocional-relacional. Todos nós, indistintamente, dependemos de alguém. Por isso, a palavra do autor de Provérbios conduz-nos ao aconselhamento; à busca da opinião daqueles que têm senso ou estão mais maduros do que nós. Às vezes, eu percebo que algumas pessoas fecham-se em si mesma porque têm medo ou, então, como na maioria dos casos, não gostam de contrariados. Por conta disso, muitos se metem em grandes enrascadas, envolvem-se e criam muito problemas nos círculos em que se relacionam ou para si mesmos. Ninguém nasceu sabendo de tudo. Assim como os computadores, nós precisamos, ao logo do tempo, ir nos atualizando, recebendo novas informações e, assim, ficarmos habilitados para viver melhor. Caso contrário, vamos nos limitando ao nosso vocabulário, às nossas idéias, ao nosso jeito de fazer as coisas, e, consequentemente, nos tornando pessoas orgulhosas, arrogantes e senhores da razão. Desta forma, vamos perdendo nosso relacionamento e criando muita resistência, impedindo, assim, que as pessoas se aproximem de nós. Porém, aqueles que estão acessíveis, que têm sede de aprendizado, e não permitem que o orgulho e prepotência assumam a direção de suas vidas, geralmente, tornam-se pessoas melhores. Tornam-se mais acessíveis, humildes, misericordiosos, amáveis, Pessoas assim, tem o poder de melhor a vida daqueles que se aproximam delas. Pessoas que ouvem os outros, ou melhor, que buscam e ouvem bons conselhos em bons conselheiros, tornam-se vitoriosos. E tornam-se assim, não porque nunca mais provarão de derrotas, mas, principalmente, porque o fato de ouvirem as pessoas, num tempo em que todos têm tudo a dizer e nada para ouvir, já é uma grande vitória. Aqueles que se permitem viver assim, com certeza, provarão das belezas dessa vida e, de quebra, proporcionarão às pessoas que o cercam a alegria de viver melhor. Pense nisso!
Um abraçãozão a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira
Igreja Presbiteriana do Jardim Cavinato
"Comunidade de Discípulos Compartilhando o Amor"
(19) 3034-5202
 
 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"Não esgote suas forças tentando ficar rico; tenha bom senso!" (Provérbios 23:4)

Hum, provérbio difícil este! Digo difícil porque esta é a preocupação de nossa vida, principalmente desta nova geração de jovens e adolescentes. A filosofia consumista mudou as prioridades, valores e comportamento da nossa sociedade. Desde que ela começou a ser desenvolvida, o TER passou a ser mais valorizado do que o SER. É nítido que as pessoas são reconhecidas, ou não, por aquilo que têm e não necessariamente por aquilo que são. Por conta disso, a jornada de trabalho de uma pessoa quase que duplicou, assim como duplicou o endividamento de todas as classes sociais. Quase todo mundo quer ser "top" naquilo que possui, tendo ou não condições para possuí-lo. Assim, as crianças já nascem num contexto de aprendizado do valor das coisas e não das pessoas. Aliás, diga-se de passagem, tais crianças já não sabem o que significa a paternidade ou a maternidade. O que elas têm certeza é que aqueles que cuidam dela, são pessoas que lhe proporcionam muitas coisas e poucos valores. Sim, porque muitos pais, por conta da jornada de trabalho que, na sua maioria, tem o objetivo de prover conforto à família, principalmente aos filhos, tentam comprar, com o mesmo conforto, a sua ausência. Problemas nisso? Agora todo mundo vai ter de deixar de trabalhar? Não, claro que não. Penso que as coisas podem, pelo menos, serem refletidas. Creio que devem ser refletidas as razões pelas quais se trabalha tanto; creio que deve ser refletido se aquilo que se faz em excesso e aquilo que não se faz, compensam os resultados obtidos, seja no lar ou para a própria consciência; creio que deve ser refletido o cerne de toda a motivação, ou seja, se é uma questão de necessidade, se é uma questão de valor adquirido, ou se é uma questão de fuga como acontece em muitos casos. As reflexões são muitas e creio que todas elas devem girar em torno daquilo que o autor do Provérbios nos alerta: "tenha bom senso!". Eu sei que, num primeiro momento, alguns pais que trabalham vão pensar que estou escrevendo contra eles, mas, por favor, não entendam assim. Não estou condenando nada, estou apenas, à semelhança do autor de Provérbios, propondo uma reflexão acerca de valores. Valores que podem conduzir a nossa vida e, assim, ajudar-nos a viver melhor independentemente de nossas posses, pois, afinal, a riqueza está nos relacionamentos saudáveis que desenvolvemos ao longo da vida e não necessariamente no patrimônio que acumulamos ou no conforto que propiciamos ao núcleo familiar. Contudo, penso que, com certeza, será muito melhor se conseguirmos conquistar ambas as riquezas, mas, para isso, será necessário bom senso,e é nesse sentido que a reflexão de hoje quer conduzí-lo. Por isso, pense, reflita, e, se necessário, reformule seus valores pessoais e familiares.
Um bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"No caminho do perverso há espinhos e armadilhas; quem quer proteger a própria vida mantém-se longe dele" (Provérbios 22:5)


Ao ler este provérbio tive impressão de ouvir meus pais falando comigo na época da adolescência. Na verdade, o autor de Provérbio coloca-se também como um pai em determinados momentos e, portanto, fica fácil fazer tal identificação com nosso ambiente familiar, pois, afinal, quem nunca ouviu essa frase dos seus pais ou de alguém que sempre quer o bem do outro? Infelizmente, há pessoas nessa vida que optaram - consciente ou inconscientemente - por caminhos equivocados. Tais pessoas, como todo ser humano, têm toda liberdade para fazerem o que quiserem com suas vidas, entretanto, não podem impor suas escolhas sobre as pessoas. Por outro lado, nós também não somos obrigados a seguir alguém que não pense, ou só pense, no seu próprio bem, promovendo, assim, problemas para si mesmo e para os outros. Na verdade, cada um de nós, independentemente das ações dos outros, somos responsáveis por nossa conduta. Por isso, o autor de Provérbios é enfático quanto a seriedade desta questão, ou seja, se quisermos andar com aqueles que só se metem em enrascadas, temos de estar conscientes dos resultados disso, pois, se algo ruim acontecer, não poderemos dizer a famosa frase dos covardes: "a culpa foi dele" ou, então, "eu só estava por perto, mas não fiz nada". Como bem diz o ditado popular: "quem está na chuva é pra se molhar", portanto, não adianta pensar que somos impermeáveis. O problema não é andar com os maus, mas, sim, ser mau ou praticar a maldade. Jesus sempre transitou entre pessoas que a sociedade marginalizava, porém, nunca absorveu os valores dessas pessoas, pelo contrário, ele era tão seguro quanto aos seus próprios valores que as influenciou positivamente. Assim deve ser a nossa vida: consciente daquilo que queremos para nós para que saibamos nos comportar em quaisquer ambientes e entre quaisquer pessoas. Os conselhos de nossos pais ou daqueles que realmente se importam com o nosso bem-estar, são, também, os conselhos bíblicos. Eu sei que há determinados momentos, ou fases, da vida em que nos sentimos "senhores da razão" e não ouvimos as pessoas, principalmente nossos pais, contudo, quando os ouvimos, refletimos, e tomamos a decisão seja de acolher, ou não, os conselhos dados, demonstramos maturidade, pois, toda reflexão dá-nos também a consciência das consequências daquilo que optamos por fazer ou deixar de fazer. Na vida, diariamente, sempre haverá a oportunidade de trilharmos por dois caminhos: o caminho da justiça e o caminho da injustiça. O autor de Provérbios nos aconselha dizendo que o caminho da injustiça está cheio de espinhos e armadilhas e que cabe a nós decidirmos o que queremos para a nossa própria vida: arriscá-la ou protegê-la. Agora, arriscá-la não implica na possibilidade de, em algum momento, tudo dar certo, porque é certo que no caminho da injustiça HÁ espinhos e armadilhas, ou seja, faz parte desse caminho o perigo, a prisão e a morte, estas, emocionais, relacionais, físicas e espirituais. Hoje, com certeza, se você ainda não teve a oportunidade de tomar uma decisão acerca do caminho da justiça ou da injustiça, prepare-se, porque tal escolha faz parte do cotidiano de cada um. E eu desejo, de coração, que Deus lhe dê sabedoria para tomar a melhor decisão e, assim, provar um pouco mais de qualidade de vida.
Um bom dia a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

"Fazer o que é justo e certo é mais agradável ao Senhor do que oferecer sacrifícios" (Provérbios 21:3)


Este século está marcado pelo pluralismo religioso. Há religião e denominação religiosa pra todo lado, com diversas doutrinas e, por isso, muitas mensagens. Doutrinas e mensagens que, na sua maioria, mesmo provindas do texto bíblico, destoam do Evangelho de Jesus. Porém, nessa pluralidade religiosa-doutrinária, há um ponto que parecer ser pacífico: o desejo de fazer a vontade de Deus. Sim, mesmo com todo essa "bagunça" religiosa é perceptível que muitas pessoas sempre querem "estar no centro da vontade de Deus", ainda que, particularmente, eu não saiba dizer, nesse pouco tempo em que estudo a teologia, onde exatamente está este "centro". Mas é isso o que muitas pessoas estão buscando. Alguns a buscam porque querem agradar ao Senhor, querem serví-lo com integridade. Outros a buscam com o objetivo de negociar com Deus, tentando conseguir dele a realização dos seus sonhos pessoais e, em muitos casos, egocêntricos. Apesar disso, o autor de Provérbios aponta o caminho que, na prática, agrada a Deus, ou seja, o caminho da justiça e, consequentemente, da honestidade. Muitos, por conta do que têm aprendido de seus líderes religiosos, entendem que o que agrada a Deus são os sacrifícios pessoais, tais como: jejum, abstinência sexual, participação em campanhas de oração, aquisição de produtos consagrados, participação assídua em cultos religiosos, etc. Porém, no entendimento do autor do Provérbios e, também, de todo o contexto bíblico, inclusive e especialmente na ótica de Jesus, o que agrada a Deus é o procedimento justo, ético, honesto para com as pessoas. A medida que procedemos eticamente no ambiente profissional, respeitando nossos superiores, tratando com respeito aqueles que estão em posições inferiores ao nosso cargo; a medida que nos relacionamentos - conjugal, familiar e social - adotamos uma postura madura, respeitosa e honesta com as pessoas; a medida que abrimos mão de ganhar, seja lá o que for, de maneira desonesta, fazendo o uso do famoso "jeitinho brasileiro"; a medida que não nos permitirmos adulterar documentos e informações com o objetivo de nos beneficiarmos em bolsas de estudo, financiamentos e outros benefícios públicos e privados; a medida que usamos de honestidade com as pessoas acerca dos negócios que estamos fechando; etc, agradamos a Deus de uma maneira muito mais efetiva, expressando, assim, de maneira real, a fé que confessamos e a manifestação da sua presença em nossa vida. Mas você pode perguntar-se: mas e os sacrifícios, não são agradáveis? Bom, para nós, que nascemos pós morte e ressurreição de Jesus, os sacrifícios já não têm valor algum porque, em sua obra na cruz, Jesus tornou-se o sacrifício perfeito para Deus, libertando-nos, então, de qualquer necessidade de sacrifício pessoal, pois ele sacrificou-se por nós. Agora, sem necessidade de sacrifício algum, Jesus convida aqueles que crêem a absorverem os valores de sua vida, demonstrada pelos Evangelhos, valores que, postos em prática, agradam a Deus, pois, tais valores estão pautados em justiça, honestidade, verdade, amor, sabedoria, enfim, estão pautados em posturas pessoais-relacionais que podem tornar a nossa vida e a vida daqueles que se relacionam conosco muito melhor. Simples assim. Por isso, se você quer agradar a Deus com a sua existência, então, seja ético, honesto, justo e amoroso com as pessoas. E você pode começar fazendo isso hoje.
Um bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

"O primeiro a apresentar a sua causa parece ter razão, até que outro venha à frente e o questione" (Provérbios 18:17)


O provérbio de hoje nos adverte a termos muito cuidado com as coisas que as pessoas falam, principalmente, quando o assunto é a vida alheia. Nesse tempo de trabalho com discipulado e aconselhamento de casais e famílias, eu tenho percebido e aprendido o quanto é importante ser ponderado em tudo aquilo que ouvimos e, também, a importância de sermos imparciais e justos quando o assunto é aconselhar ou fazer intermediações. Creio que isso também se aplique àqueles que são pais. Os filhos (por experiência própria) têm uma certa mania de, quando fazem algo em que estão reconhecidamente errados, distorcer informações em benefício próprio. No ambiente trabalho, quando aquilo que se fez coloca em risco o emprego, alguns profissionais também se apressam em distorcer informações e, assim, livrarem-se das sanções provenientes daquilo que foi feito. No casamento, alguns cônjuges também, pra evitar problemas maiores, acabam que manipulando a verdade. Enfim, seja em qual área for, muitas pessoas, num mecanismo de defesa, distorcem, disfarçam, administram ou manipulam algumas situações com o fim de evitar sofrimento (na maioria dos casos, de si mesmas). Por isso, pais, cônjuges, líderes, conselheiros, devem sempre buscar aconselhamento ou opinião, ouvir todas as partes envolvidas para que, então, se posicionem ou ajudem o outro a se posicionar. Se nos permitirmos ser levados pela primeira informação que recebemos, corremos o risco de, também,  assim como tal informação, sermos manipulados. É uma questão de justiça que todos sejam ouvidos. É uma questão de prudência confrontar os fatos e informações. É uma questão de honestidade - com todos e consigo mesmo - fazer com que tudo que está oculto venha à luz e, assim, o tratamento seja o mais transparente possível. Muitas pessoas são rotuladas, injustiçadas e, até, agredidas, porque apenas uma versão da história foi levada em consideração. Lembro-me, por exemplo, do relato bíblico sobre a mulher que foi pega em adultério pelos religiosos da época. Levada à Jesus, os religiosos queriam apedrejá-la, entretanto, ela não cometeu adultério sozinha. Aonde estava o homem com quem ela adulterou? Entretanto, Jesus, numa demonstração de amor, justiça e sabedoria, não a condenou, afinal, condená-la seria, dentre tantas questões, algo injusto. Há um ditado popular que diz que "toda moeda tem dois lados", fazendo, também, referência às versões de uma mesma história ou um mesmo fato. Sempre há outra versão; aliás, versão que precisa se ouvida para que, então, tenhamos condições de tomar, ou ajudar a tomar, decisões e/ou atitudes. Portanto, se você é daqueles que dá ouvidos a tudo o que dizem, seja sábio, ouça, reflita, se for o caso, ouça as partes envolvidas, e, então, ofereça seu ponto de vista. Evite, ao máximo possível, cair em fofocas, receber denúncias sem provas, e dar atenção àqueles que não aceitam ser confrontados. Nós não somos juízes de ninguém, entretanto, se tivermos de emitir parecer sobre qualquer coisa, então, que sejamos, no mínimo, justos e imparciais. Caso contrário, nos tornaremos semelhantes aos insensatos: fofoqueiros e injustos. Sejamos, portanto, sábios, sejamos justo, enfim, sejamos éticos.
Bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

"Começar uma discussão é como abrir brecha num dique; por isso resolva a questão antes que surja a contenda" (Provérbios 17:14)


Você já percebeu o quanto, na maioria das vezes, são coisas pequenas e simples que elegemos para estragar o nosso dia, nosso relacionamento, ou o nosso humor? Como nós, seres humanos, somos complicados, não é verdade? Às vezes nos prestamos ao papel ridículo de iniciarmos uma discussão por conta de bobagens, de coisas que há possibilidades de serem resolvidas sem tanto alarde. Mas não, nós preferimos viver sob a teoria da conspiração, ou seja, achando que o mundo conspira contra nós, somos vítimas de todo mundo! Ainda que isso seja algo quase que natural por conta da limitação da nossa própria humanidade que é carente, limitada, e gosta de chamar a atenção para si, há um determinado momento que temos de ficar atentos àquilo que estamos causando com essa nossa necessidade de querer colocar tudo em "pratos limpos". Às vezes, essa sede por "justiça" nos faz criar situações muito mais constrangedoras do que, de fato, resolvermos o problema. No ambiente do lar isso é muito comum. Como a gente se prende à bobagens, coisas insignificantes, e, assim, criamos um clima ruim, desnecessário, que não agrega nada a nós e nem ao nosso lar. Às vezes, por conta de uma toalha ou um calçado posto num lugar errado, cria-se um verdadeiro circo de horrores dentro de casa, e aquilo que era tão simples de ser resolvido, torna-se um alimentador de mágoas que vai marcar a vida e as emoções de todos, inclusive das crianças que não sabem como lidar com tais chiliques dos pais. Ah, mas com isso eu quero dizer que os pais estão errados por ficarem bravos com o relaxo dos filhos ou do cônjuge? Claro que não! Creio que a atenção dos desleixados deve ser chamada, entretanto, de maneira sábia, sem escândalos, sem necessidade de se decretar uma guerra por conta de coisas tão pequenas. No ambiente de trabalho é a mesma coisa, aliás, em todos os ambientes nos quais participamos. Temos de ter noção daquilo que vamos gerar à partir daquilo que estamos reivindicando. Será que compensa a ofensa, o descontrole, a intriga, em função de coisas e situações que, em havendo diálogo, podem ser resolvidas de maneira mais eficiente? Somos adultos, tenho certeza que nossas vidas foram ricas de experiências boas e ruins e que, portanto, sabemos mensurar atitudes que valem ou não à pena. O passado, também, pode ser nossa escola. As experiência que tivemos - seja participando, seja assistindo - deveriam ser suficientes para que maturasse nossa sensibilidade, pois conhecemos as consequências das palavras impensadas e das atitudes impulsivas. Como diz o autor de provérbios, começar uma discussão é abrir uma brecha para se iniciar algo destrutivo, porém, saber lidar com aquilo que nos ofende, de maneira adulta e sábia, pode evitar muitos males desnecessários. Portanto, reflitamos sobre como temos nos comportado nos ambientes aos quais transitamos: família, trabalho, amigos e outros grupos sociais; o que as nossas atitudes dizem sobre a nossa maturidade? 
Bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

"Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem sucedidos"(Provérbios 16:3)


Quem não quer ser bem sucedido? Alguns, em troca disso vendem até a sua alma, inclusive a Deus. Eu sei que num primeiro momento isso pareça estranho, mas, na prática, é exatamente isso que acontece atualmente. Em nome do sucesso algumas pessoas venderam-se ao religioso, aliás, não apenas a si mesmas, mas venderam até os bens que tinham. Em alguns casos, para mobilizar esse tipo de comércio, líderes religiosos valeram-se até do provérbio de hoje. Porém, esse provérbio, nem de longe, tem a intenção de propor qualquer comércio - financeiro ou de troca - com a bênção de Deus. Na verdade, quando o autor fala em consagrar ao Senhor para ser bem sucedido, ele não está falando de troca, mas está falando do resultado positivo daqueles que, em agindo eticamente em seus negócios, relacionamentos, investimentos, assim como o Senhor através da Bíblia os orienta, só poderão ser bem sucedidos. É verdade que, em algumas situações, o exercício da ética, da verdade e da honestidade, acaba que trazendo prejuízos àqueles praticam esses valores, porém, geralmente, aqueles que têm tais valores em sua filosofia de vida, têm uma definição diferente de lucro e prejuízo, por isso, até quando têm prejuízo, a consciência limpa de ter agido corretamente, se torna o lucro real. Mas até casos assim, ou seja, onde há prejuízo financeiro ou de qualquer outra ordem, são difíceis de acontecer com as pessoas que agem sob os parâmetros éticos do Evangelho. Eu digo isso porque aqueles que se apropriaram do Evangelho enquanto procedimento ético-relacional, desenvolvem, ao longo da vida, uma sabedoria diferenciada, que os conduz às negociações e decisões mais assertivas. É claro que tais pessoas não estão completamente isentas de golpes, perdas, assaltos, ou qualquer outro prejuízo, porém, estão menos suscetíveis a eles por conta da prudência que absorveram dos valores bíblicos. Com certeza, você que é leitor assíduo dos Provérbios, deve ter percebido a riqueza de sabedoria que há nesse livro bíblico. Agora, aqueles que remetem a Deus apenas uma relação mercadológica, desprovida de um envolvimento real dos valores que Ele nos ensina, então, por mais que ofereçam tudo o que têm e tudo o que são, por se oferecerem apenas como moeda, com certeza, não serão bem sucedidos. É fato que, às vezes, alguns podem até aparecer e dizer que enriqueceram depois que aderiram a determinado grupo religioso, porém, há um abismo qualitativo-relacional-vivencial-espiritual entre ser bem sucedido e estar bem financeiramente. O primeiro não depende necessariamente do objeto do segundo, ou seja, do dinheiro. Há pessoas muito bem sucedidas enquanto ser humano honesto, íntegro, autêntico, porém, sem um centavo na conta bancária. Da mesma maneira há uma porção de pessoas economicamente abastadas, porém, sem qualquer qualidade de vida, seja esta vida pessoal, familiar ou social. A grande questão é saber se a nossa definição de sucesso é a mesma que a Bíblia expõe em Provérbios e nos demais textos. Outra coisa é saber se nos basta esse tipo de "sucesso" bíblico. Isso parece simplista, não é verdade? Pois é, o Evangelho é realmente muito simples. Tão simples que, nesse tipo de assunto, alguns acham-no absurdo. Mas, para aqueles que o reconhecem, o sucesso sempre está acessível. Pense nisso!
Bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

"É melhor ter verduras na refeição onde há amor do que um boi gordo acompanhado de ódio" (Provérbios 15:17)


Este provérbio me fez lembrar das minhas famílias: meus pais e a Liliane. Na casa de meus pais, há alguns anos, vivemos momentos muito difíceis no que diz respeito às finanças. Foi um tempo complicado, onde economizávamos ao máximo que se podia economizar. Lembro-me, como se fosse hoje, dos dias que eu ajudava a minha mãe a dividir o vidro novo de shampoo num outro recipiente, completá-los com água e, assim, de um só vidro de shampoo fazíamos dois. Minha mãe tinha uma criatividade incrível, economizar era o lema dela. Naquela época ela já não trabalhava mais, digo, não trabalhava fora de casa, mas cuidava de mim, da minha irmã e da casa que morávamos. Lembro-me ainda do meu pai tomando um susto e ficando nervoso com as contas de água, energia elétrica e do açougue. Recordando essas coisas hoje é até engraçado. Entretanto, mesmo como algumas dificuldades e limitações, a nossa família sempre foi muito feliz. Não houve um só momento que eu tenha percebido minha mãe reclamar (pelo menos não na presença dos filhos) da "dureza" que vivíamos. Pelo contrário, ela sempre nos ensinou a ser gratos por "tudo" aquilo que tínhamos. Meus pais sempre se esforçaram muito por nós. Realmente fizeram tudo o que estava ao alcance deles para atender nossas necessidades. Mas, o maior legado de meus pais, o qual vou carregar sempre na lembrança e no coração, é o amor com o qual sempre nos trataram e se relacionaram. Na minha nova família: eu e a Liliane, estamos edificando um lar que, tenho certeza, será abençoador ao filho(a) que viermos a ter, e posso ter essa certeza justamente porque o nosso relacionamento é maravilhoso. Deus foi generoso para comigo no sentido de presentear-me com as famílias que tenho hoje. Elas me ensinam o quanto o provérbio de Salomão é real, verdadeiro e aplicável. Na minha infância e, até, hoje em dia, já relacionei-me com famílias muito bem sucedidas e outras bem carentes que, por falta de amor vivencial, não se sentiam felizes. O amor é fundamental em qualquer relacionamento, inclusive e principalmente nos vínculos familiares. Sem amor a gente perde o sabor da vida; perde a alegria da presença; perde a motivação para sonhar. E quando falo em amor, falo daquelas atitudes que o expressam e não meramente das frases romantizadas as quais são negadas pelas atitudes grosseiras, indiferentes ou humilhadoras daqueles que as professam. Sempre digo em nossa comunidade que o amor não é um sentimento, mas uma atitude, uma decisão que a gente toma em relação ao outro. Num lar onde o amor é uma decisão e uma atitude, pode até faltar o necessário, mas nunca faltará o essencial. O provérbio de hoje nos leva a refletir sobre o tipo de ambiente que estamos desenvolvendo em nossas famílias. Por isso, faça uma reflexão "doméstica" e, numa decisão do amor, tome as atitudes cabíveis à sua família. Boa reflexão!  
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

"Os insensatos zombam da idéia de reparar o erro cometido, mas a boa vontade está entre os justos" (Provérbios 14:9)


Como é difícil reparar um erro cometido. E, particularmente, eu creio que tal dificuldade se dê por duas razões: a) por termos a certeza de que nós não erramos; b) porque o nosso orgulho não nos permite voltar atrás e reconsiderar. O autor de Provérbios vai além, ele afirma que é insensato aquele que zomba da idéia de corrigir o erro cometido. Sinceramente, às vezes, eu ajo como um insensato. Ás vezes, na relação conjugal, quando eu "piso na bola" com a minha esposa e ela me corrige, eu tento me esquivar da decisão de reconhecer o meu erro e corrigí-lo. Nós, homens, temos essa tendência: errar e não reconhecer nosso erro, aliás, além de não reconhecer, por conta do nosso orgulho, acharmos o cúmulo ter de pedir perdão a quem quer que seja. Achamos que o fato de não tocarmos mais no assunto já é o suficiente para que o outro reconheça que estamos assumindo nosso erro. Mas, infelizmente, as coisas não são assim. Nesse pouco tempo de casamento, tenho entendido e aprendido que é necessário expressar-me para minha esposa. É importante para ela - e creio que para todas as demais mulheres - que o marido, companheiro, namorado, noivo, demonstre - com palavras e atitudes - o quanto está arrependido e, então, faça, oficialmente, o pedido de desculpas. E isso não é uma questão de humilhação, mas é uma questão, e uma atitude, de humildade. O autor de Provérbios afirma com muita sabedoria que a boa vontade está entre os justos, e isso é uma verdade. Somente os justos são os que têm o bom senso, a humildade, a liberdade e, portanto, a boa vontade para reparar seus erros. E os justos fazem isso porque a sabedoria os leva a reconhecer que, assim como todos os seres humanos, eles também são falhos. E reconhecer nossa limitação, fraqueza e demais debilidades, faz com que nos tornemos pessoas fortes, afinal, conforme o Apóstolo Paulo se percebe diante das suas fraquezas, ele reconhece: "quando sou fraco é que sou forte" (2 Coríntios 12:10). Esse é o caminho dos justos, daqueles que valorizam a vida; valorizam seus relacionamentos; enfim, valorizam a si próprios. Eu reconheço que não é fácil assumir o próprio erro, entretanto, não há alegria maior do que ter condições de reconhecê-lo e, num exercício de amor ao próximo e a si mesmo, repará-lo e, assim, desfrutar do carinho, confiança e admiração daqueles que convivem conosco, principalmente, pais, cônjuge, filhos e amigos. Pense nisso!
Boa semana a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

"Reparta o que você tem com sete, até mesmo com oito, pois você não sabe que desgraça poderá cair sobre a terra"(Provérbios 11:2)


Nesses últimos tempos em que temos assistido tantas catástrofes naturais ao redor do mundo, esse provérbio alerta-nos acerca da importância da solidariedade. O clima tem estado tão instável que, às vezes, nem sabemos mais em qual estação estamos. Muitos países estão já estão sentindo os desajustes provenientes do aquecimento polar. Aqui no Brasil, os desajustes são poucos, porém, todos sabemos que a tendência é aumentar ao longo dos anos. Por isso, para que tenhamos um pouco mais de esperança e estejamos mais preparados para os dias difíceis, creio que o provérbio de hoje deva ser praticado desde já. Sim, porque aqueles que sabem dividir; que não têm dificuldade em compartilhar; dificilmente passarão por necessidade. E não passarão justamente porque repartiram, dividiram, solidarizaram-se com os que precisavam. No Salmo 37, verso 25, o autor faz uma afirmação que, ao longo dos anos, tem sido real, ele diz: "Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado, nem seus filhos mendigando o pão". E quem é o justo? O justo é aquela pessoa que, em absorvendo a fé em seu coração e atitudes, vive de forma honesta, promovendo a justiça nos lugares aonde está inserido, amando ao próximo e, portanto, valorizando a vida humana. E se você for parar para analisar, verá o quanto isso é verdade. Geralmente, aquelas pessoas que estendem a mão aos outros nunca ficam desamparadas no dia da necessidade. Sempre há alguém que se solidariza com elas. Entretanto, a situação contrária também é uma realidade, ou seja, as pessoas avarentas, egoístas, orgulhosas, e mesquinhas, no dia em que passam por alguma dificuldade, dificilmente conseguem alguma ajuda. Portanto, penso que enquanto estamos em paz, enquanto estamos vivendo bem, devemos estender nossas mãos àqueles que, reconhecidamente, necessitam de ajuda, pois, não sabemos como estaremos amanhã ou daqui há algum tempo. Porém, a melhor atitude é estendermos a mão não pensando em troca, ou seja, eu faço hoje porque quero receber quando precisar, mas, devemos compartilhar porque entendemos e absorvemos valores como honestidade, justiça, verdade, ética, solidariedade, etc. Nossa ajuda nunca deve ser uma troca, mas, sim, o resultado de uma vida bem vivida, de uma consciência amadurecida, de uma espiritualidade que transcende a religião. Assim, seja em tempos de paz ou de catástrofes, sempre teremos algo a compartilhar.
Bom dia a todos!
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

"Mãos preguiçosas empobrecem o homem, porém as mãos diligentes lhe trazem riqueza" (Provérbios 10:4)


Esse provérbio é um tiro no pé daqueles que pensam que Deus lhes dará saúde eterna e grande prosperidade. Esse provérbio é uma lembrança à todas as pessoas que querem ser bem sucedidas financeiramente. Nada nessa vida cai do céu. Se quisermos alguma coisa além da nossa capacidade econômica, e de maneira honesta, temos de trabalhar e trabalhar muito. Nem mesmo a herança familiar que alguém recebe não foi adquirida facilmente, é possível que quem a construiu tenha feito às custas de muito trabalho e sabedoria. Hoje é muito comum alguns grupos religiosos creditarem a Deus a razão da prosperidade, porém, isso não é verdade. Deus já dotou o homem de capacidade para desenvolver-se, porém, como Pai verdadeiro que ele é, de maneira nenhuma permitiria que um filho seu deixasse de aprender a lutar por aquilo que se quer. Nem mesmo para Cristo, enquanto homem, Deus lhe deu qualquer patrimônio ou riquezas. Pelo contrário, não lhe deu fortuna, porém, dotou-o com a capacidade profissional, herdada do seu pai José. Não foi economicamente rico, mas soube viver bem visto que, para ele, a prosperidade implicava em outros valores mais proveitosos: amizade, honestidade, doação, solidariedade, verdade, etc. Isso quer dizer que não podemos lutar por prosperidade financeira? Claro que podemos! Cada um de nós pode lutar para ter uma vida economicamente estável, abastada, porém, tudo isso deve acontecer sob os valores éticos do Evangelho, valores aos quais Jesus assumiu e que, alguns deles, já citei aqui. Se um de nossos objetivos nessa vida é ganhar muito dinheiro, então, a regra bíblica diz que não podemos ser preguiçosos, temos de trabalhar muito. A importância de agregarmos algumas definições de valores na nossa vida se faz necessário porque, infelizmente, algumas pessoas por mais que trabalhem, até por não terem estudo ou, mesmo que estudadas, não têm oportunidades e jamais conseguirão ficar ricos.  Nesses casos, que se aplica a maioria da população mundial, em havendo apropriação de valores éticos-relacionais, a prosperidade econômica se torna um objetivo secundário, fazendo com que as pessoas, mesmo limitadas financeiramente, vivam com mais qualidade de vida e contribuam para um sociedade melhor à medida que compartilham seus valores com os filhos, amigos, parentes, etc. Com isso, eu reafirmo, eu não estou dizendo que é errado lutarmos por prosperidade econômica, porém, estou alertando que, na maioria dos casos, a pessoa pode lutar a vida toda, deixando de usufruir dos seus dias e de seus relacionamentos, e não atingir tal realização. Contudo, aqueles que, mesmo assim, buscarem tal prosperidade, não devem aguardá-la  cair do céu e, também, devem se preparar para trabalhar muito, conquistar pouco em relação ao tempo dedicado ao excesso de trabalho, e, possivelmente, desfrutar pouco dos ganhos, num período muito curto. Mas, como eu sempre digo, isso é uma decisão pessoal. Portanto, boa escolha.
Boa tarde a todos!
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

"Se você for sábio, o benefício será seu; se for zombador, sofrerá as conseqüências" (Provérbios 9:12)


O provérbio de hoje ajuda-nos a pensar sobre as nossas atitudes e decisões. Você já parou para pensar que muitas pessoas fazem coisas, tomam decisões, falam o que querem, sem pensar nas consequências dos seus atos? Pessoas assim, geralmente, pensam que o mundo gira em função delas; pensam que elas estão nesta terra para serem servidas e que, por isso, todo mundo deve estar sujeito às suas infantilidades. Mas, a vida não é assim. Nós vivemos num planeta, num país, numa cidade, num bairro, numa casa, numa família, compostos de outras pessoas que, assim como nós, também têm o direito da expressão. Pessoas que, assim como nós, também têm suas carências, necessidades, fraquezas, limitações, e, em outras áreas, talvez muitas, sejam melhores do que nós. Uma das grandes dificuldades humanas é fazer com que o ser humano aprenda a colocar-se em seu devido lugar, ou seja, exercitar o respeito. Se uma pessoa decidiu ser grossa, mal educada, do tipo que fala sem pensar, que fala o que quer, na hora que quer, sem medir as consequências, necessariamente, esta pessoa deve ter em mente que as outras pessoas as quais ela agride, seja com palavras ou atitudes, têm o direito natural de resposta, ou seja, elas têm o direito de ignorar, responder à altura, quebrar o vínculo de amizade, etc. Às vezes eu ouço pessoas que acabaram de falar algo que machucou alguém, dizer a famosa frase dos insensatos: "nossa, o fulano não pode ouvir nada, que já chora" ou então, "desculpe, não era a minha intenção". Mentira! Era a intenção sim. Porém, se há resposta na mesma altura, se a consequência é prejudicial, daí é o agressor que se sente injustiçado.Meus queridos, nesta vida, tudo aquilo que a gente planta, a gente colhe. Pode até demorar, mas a gente colhe. O apóstolo Tiago disse isso: "pois o que o homem semear, isso também colherá" (Tiago 6:7). Por isso, sejamos sábios quanto ao tipo de semente que estamos lançando no solo da nossa vida e dos nossos relacionamentos. Se a nossa decisão for por ser uma pessoa agradável, educada, ética, profissional, com certeza, vamos colher boas amizades, a confiança da pessoas, e seremos queridos aonde quer que formos. Se, porém, a nossa decisão for por ser uma pessoa desconfiada, mal educada, preguiçosa, autoritária; se você for daquele tipo de pessoa que fala o que quer; sem qualquer atitude ética em seus relacionamentos; infelizmente, não estranhe o fato de você não ter amigos, não estranhe as pessoas serem falsas com você, não estranhe não ser convidado para as comemorações dos amigos de trabalho, de faculdade, etc. Ah, também, não coloque a culpa em Deus pelo fato de você não se sentir amado pelas pessoas. Tudo isso é uma decisão pessoal. Decisão que define aquilo que queremos desta vida e a maneira como vamos passar por ela, ou seja, bem ou mal. Pense nisso e tome a melhor decisão pra você.
Bom dia!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

"A sabedoria está clamando, o discernimento ergue sua voz; nos lugares altos, junto ao caminho, nos cruzamentos ela se coloca; ao lado das portas, à entrada da cidade, portas adentro, ela clama em alta voz..." (Provérbios 8:1-3)


Mais uma vez no livro de Provérbios, a sabedoria toma forma e clama. Ela coloca-se em diversos lugares, como se fosse uma sentinela, e clama para que todos a ouçam. A sabedoria demonstra-se acessível às pessoas, em todos os lugares ela está, seja nos montes ou dentro das casas. É interesse essa colocação do autor de Provérbios, pois, afinal de contas, pra nós que vivemos nesta sociedade onde tudo é tão rápido, parece que a sabedoria não está tão acessível assim. Porém, se prestarmos atenção nas pessoas, no comportamento delas, vamos perceber que a sabedoria ainda está clamando, mas, por conta de tantos compromissos e do imediatismo que cercaram a nossa vida, já não temos tempo e nem sensibilidade para ouvir ou prestar atenção nas manifestações da sabedoria. Nesse tempo em que a palavra se tornou a dama de honra, não temos mais paciência para ouvir, queremos apenas falar, responder, e até ignorar. Algumas pessoas, por conta de sua formação acadêmica ou cargo profissional, acham que já sabem tudo e que aqueles que estão num nível "inferior" ao delas, não têm nada a ensiná-las. Porém, tais pessoas se esquecem que a sabedoria não é sinônimo apenas de conhecimento científico e técnico ainda que estes possam nos dar uma boa bagagem, mas, a sabedoria está relacionada à vida, à vivência, ao aprendizado do dia-a-dia que sobrepuja o tecnicismo ou o academicismo. Desta forma, uma pessoa iletrada, dependendo de como se relacionou com a vida, pode muito bem ser mais sábia do que um cientista. São as experiências da vida e a maneira que aprendemos a lidar com elas que fazem com que vamos nos tornando sábios. Sim, nós "vamos nos tornando sábios", pois, como a vida é dinâmica, e graças a Deus por isso, nós nunca chegaremos ao ápice da sabedoria, visto que ela é um processo que dura até o fim da existência. Quando abrimos espaço em nossa agenda, em nosso dia, em nosso orgulho, e nos dedicamos ao difícil exercício de ouvir e perceber o outro, passamos, então, a absorver sabedoria. Aliás, o fato de ouvirmos as pessoas, por si só, já é demonstração de sabedoria. É verdade que nesta sociedade apaixonada pelas aparências, falar dá muito mais status à pessoa, porém, é o exercício da audição e da percepção ao outro que nos ajudam a falar bem, a ensinar mais assertivamente, e a oferecer ao ouvintes muito mais do que conhecimento e informação, mas presenteá-los com sabedoria. Enfim, a sabedoria continua clamando, alguém está disposto a ouví-la? Então, comece a prestar atenção e dar ouvidos àqueles que estão ao seu lado: família, amigos, profissionais, etc.
Bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

"Com a sedução das palavras o persuadiu, e o atraiu com o dulçor dos lábios. Imediatamente ele a seguiu como o boi levado ao matadouro, ou como o cervo que vai cair no laço" (Provérbios 7:21-22)


O provérbio de hoje, aliás, todo o Capítulo 7 do livro, fala sobre o adultério. Especificamente nesse provérbio o autor fala sobre a maneira tentadora que a mulher/homem adúlteros se apresentam às pessoas. Para aqueles que cuidam do seu lar, do seu relacionamento conjugal e de si mesmos, tal situação é, ainda, uma tentação, porém, menos frequente e mais suportável do que a frequência e a força que esta tentação tem para aqueles que estão com o ambiente familiar desestruturado. As situações que nos levam a cometer as grandes besteiras nesta vida são muito sedutoras. Geralmente, nessa tentação, ouvimos exatamente aquilo que queremos, as coisas acontecem da forma como gostamos, porém, para aqueles que ainda lhes resta um pouco de bom senso, as consequências são desastrosas. Mas, infelizmente, àqueles que já perderam tudo e todos, inclusive a si mesmos, nem se preocupam mais com isso, pois, para estes, a família já perdera seu valor há tempos, as relações pessoais se tornaram descartáveis, e o seu ego está tão inflado que já nem sente mais remorso por tratar uma pessoa de maneira tão repulsiva, enfim, tornou-se num ser emocionalmente morto, porém, que está funcionalmente vivo. Mas a palavra do autor de Provérbios é um alerta para todos os homens e mulheres, seja sobre a tentação de si mesmo ou do outro porque, afinal, em algumas situações, nós mesmos podemos contribuir, à partir do nosso comportamento, com a queda do outro. Da mesma maneira também podemos contribuir para a nossa própria queda, caso em algum momento da vida, deixemos de olhar para aqueles que estão ao nosso redor e passemos a vislumbrar apenas no nosso próprio umbigo. Ninguém está livre disso, porém, ao ser alertados e orientados, já temos condições de evitar tal destruição pessoal (ética/moral) e familiar. 
Um bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

"Apegue-se às minhas palavras de todo o coração; obedeça aos meus mandamentos, e você terá vida" (Provérbios 4:4)


Este provérbio é uma citação que Salomão, relembrando sua infância, faz das palavras do seu pai, o Rei Davi. É interessante como esse filho guardou na memória a recomendação de seu pai. Situação quase que incomum neste tempo em que pouco se ouve as pessoas, principalmente aos pais. Nossa tendência natural, por conta de fazermos parte de uma nova geração que é culturalmente distante da geração de nossos pais, é não darmos muita atenção à algumas de suas palavras. Entretanto, temos de levar em consideração que, a sabedoria está além da cultura. Prova disso é o próprio livro de Provérbios que, escrito há mais de 2500 anos, ainda é tão atual. É verdade que muitas opiniões, a maneira de lidar com algumas situações, nem sempre são adequáveis à nossa realidade, porém, os conceitos e princípios são preciosos. Seja o livro de Provérbios, sejam as idéias de nossos pais, não possuem respostas para todas as questões da existência. Nós mudamos, a sociedade muda, a maneira de entender as coisas, em alguns casos, progride, em outros regride, afinal, a vida é muito dinâmica. Por isso, penso que a sabedoria se demonstra à medida que absorvemos, mesmo dos nossos velhos pais ou dos antigos provérbios, a essência ou o princípio das coisas. Por exemplo: no livro de Provérbios há um versículo que apóia a repreensão infantil com vara, porém, em nosso contexto, essa atitude é considerada crime e pedagogicamente incorreta. Então, o que faremos? Deixaremos de lado a Bíblia? Deixaremos de lado o método educativo utilizado pela maioria de nossos pais? Não, de maneira nenhuma, não precisamos desprezar nada. Vamos, então, atentarmo-nos ao preceito do texto: a educação, a correção, a qual pode ser verbal sem necessidade de violência. Assim, cumpriremos a Palavra de Deus, atenderemos ao ensino de nossos pais quanto a educação dos nossos próprios filhos e, consequentemente, proveremos um ambiente de mais companheirismo, amizade e intimidade no lar. É verdade que alguns mais radicais, desprovidos de sabedoria e conhecimento de Deus, vão dizer: "é, mas se a Bíblia diz pra bater, tem de bater, caso contrário vamos desobedecer e mudar a Palavra de Deus", porém, como eu disse, essa frase será dos desprovidos de sabedoria e conhecimento de Deus, por isso, mesmo que você tente dialogar, a mente e o coração deles estarão fechados para tal, pois as "surras" da infância e as da religião os levaram ao radicalismo violento contra si mesmo e contra os outros, inclusive aos da sua própria casa. Portanto, ouçamos os conselhos de nossos pais; ouçamos a Palavra de Deus; sejamos sábios em absorver os conceitos, princípios e aquilo que é essencial e, então, como disse o Rei Davi ao seu filho Salomão, provemos uma vida melhor, mais digna e menos sofrida.
Um excelente dia a todos.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

"Quanto lhe for possível, não deixe de fazer o bem a quem dele precisa" (Provérbios 3:27)


Esse provérbio me fez pensar sobre aqueles que são mais beneficiados quando o bem é feito, ou seja, o que praticam o bem. Você já percebeu que quando ajudamos alguém, seja lá de qual maneira for, nós é que nos sentimos melhor? É verdade que é muito bom ver aquela pessoa que ajudamos feliz, porém, o sensação de ajudar é algo maravilhoso. É claro que não podemos confundir essa boa sensação com o "enchimento" do nosso ego, não, eu não estou falando disso. Estou mesmo falando da consciência limpa, feliz, do dever cumprido por proporcionar à alguém o sentimento de satisfação. Fazer o bem, além de ser bom para quem dele necessita, é bom para quem o faz. Quando podemos proporcionar algo bom para alguma pessoa, até o nosso organismo responde com a sensação de bem estar, nossas emoções são acariciadas pelo prazer que sente o nosso cérebro. Há pessoas que têm muita dificuldade em fazer o bem, acham que como elas não precisam de nada dos outros porque se esforçaram para ter o que têm e ser o que são hoje, então, todo mundo tem a mesma obrigação de ser parecidas com elas. Outras estão tão apegadas aos seus bens e a si mesmas que encontram muita dificuldade em se preocupar com as pessoas. E há outras que estão tão ocupadas com a sua própria vida que não têm tempo de perceber a necessidade do outro, nem mesmo os da sua casa. Em todos esses casos perde-se uma das melhores coisas da vida: a generosidade. Sim, porque fazer o bem é expressar o quanto sou desapegado de mim mesmo, das coisas que possuo, e, também, é demonstrar gratidão a Deus por tudo aquilo que nos tornamos ao longo da vida e por aquilo que adquirimos graças a vida, a saúde, e as capacidades com as quais ele nos dotou. Na caminhada da fé aprendemos que nós devemos fazer o bem porque temos recebido o bem, e o recebemos gratuitamente. Para alguns, fazer o bem é um exercício de barganha, ou seja, eu faço o bem aqui porque pretendo receber ali, entretanto, essa não pode ser a nossa motivação, pois, quando agimos assim não estamos expressando bondade e sim interesse ou fazendo negócio. Receber a recompensa ou o reconhecimento do bem praticado é uma consequência natural, entretanto, tal reconhecimento, geralmente, vem expresso num sorriso, na gratidão, no fortalecimento de um vínculo relacional, ou como eu já disse, através do prazer em fazer bem à alguém. Portanto, se a sua alegria está limitada às circunstâncias da vida ou às coisas que possui, então, faça o teste, ajude aqueles que precisam realmente de ajuda; com certeza você vai sentir um dos maiores prazeres da vida, ou seja, conferir sentido a tudo o que você é e possui.
Bom dia e bom final de semana a todos.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira
www.facebook/pr.alper

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

"Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos..." (Provérbios 2:1)


A nossa vida é, também, uma sucessão de decisões. Passamos boa parte do tempo tomando decisões, algumas que nos fazem bem e nos dão prazer em tomá-las, e outras que nos machucam e trazem grande sofrimento. Porém, não há como não decidir, visto que até "não decidir" já é uma decisão. Então, o que temos a fazer? Temos de adquirir sabedoria para que saibamos tomar boas decisões. O autor de Provérbios, fazendo o uso de um recurso de linguagem, torna a sabedoria numa personagem, uma mãe ou um pai, que aconselha seu filho a aceitar suas palavras. Tal conselho é seguido de diversas razões que vislumbram o bem-estar daquele que ouve a voz da sabedoria. É verdade que "ouvir" é uma outra decisão difícil de se tomar, pois, afinal, vivemos num tempo em que todo mundo quer se expressar e poucos querem ver, ler, ou ouvir tais expressões. Porém, um dos passos mais importantes para que possamos adquirir sabedoria é o desenvolvimento da capacidade de ouvir. A sabedoria diz: "se você aceitar...", há uma condição aqui para que possamos nos tornar mais sábios: "se"; tal condição demanda uma decisão de nossa parte, assim como quase tudo nesta vida. Ouvir, ser sábio, aprender a enfrentar melhor a vida, são questões que demandam decisão.  Decisão em estar disponível e acessível àquilo que a sabedoria tem a nos ensinar. E como ela nos ensina? Em primeiro lugar, através das pessoas mais experientes, como por exemplo os nossos pais, avós, amigos, etc; em segundo lugar através de boas leituras especializadas nas áreas as quais queremos adquirir conhecimento e, assim, desenvolvermos nossa sabedoria. Particularmente, eu sempre indico o livro bíblico de Provérbios para aquelas pessoas que querem aprender a viver melhor. Nesse livro, a sabedoria clama, exorta, aconselha, enfim, oferece as ferramentas e orientações para que possamos viver melhor nessa terra. Entretanto, existe uma condição proposta: todo leitor deve estar disposto a ouvir, porque "se" ele ouvir, "se" ele se atentar, então trilhará uma longa e gratificante jornada que dará a ele mais do que conhecimento, lhe dará sabedoria. Portanto, neste início de ano, comprometa-se a ouvir, a ler, a estudar, a refletir, para que 2013 seja um melhor para você e, consequentemente, para aqueles que o cercam.
Um super abraçãozão a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira