sexta-feira, 28 de setembro de 2012

"Quando os justos triunfam, há prosperidade geral, mas, quando os ímpios sobem ao poder, os homens tratam de esconder-se" (Provérbios 28:12)


Esse provérbio me chamou à atenção quanto à minha antiga mania de reclamar dos políticos corruptos que já administraram minha querida cidade de Limeira, o Estado de São Paulo e, também, o nosso País. Já reclamei demais dos vereadores, deputados, senadores e de muitos funcionários públicos. Entretanto, quando me deparei com este provérbio, percebi que as coisas, às vezes, estão dessa maneira porque as pessoas que têm competência fogem de se envolver com política. Alguns dizem que a política corrompe, como se a política fosse um ser ou uma força capaz de influenciar negativamente uma pessoa de boa índole. Sinceramente, eu creio que aqueles que são competentes têm condições de resistir ao meio politiqueiro da nossa cidade, estado e país. À medida que os homens de bem se calam e se esquivam, os homens corruptos encontram brechas para posicionarem-se no lugar mais importante do país: o poder. É certo que quando os justos governam o povo é beneficiado e, na mesma medida, quando os injustos governam o povo é prejudicado. Eu estou envolvido no ambiente religioso há anos, e nesses anos sempre ouvi dizer que religião e política não podem andar juntas. Entretanto, agora um pouco mais maduro, percebo que isso é uma besteira enorme. Homens de bem, sendo religiosos ou não, devem se envolver com as causas sociais, com o cuidado da população, com a direção de um povo. Todo povo precisa de líderes, e líderes justos, honestos, íntegros. Hoje se fala muito do desenvolvimento da nossa economia, agricultura e indústria, entretanto, não é apenas deste desenvolvimento que o Brasil precisa para se tornar realmente próspero, necessitamos também de justiça na distribuição de renda, no cuidado com o povo que paga altos e injustos impostos e, mesmo assim, é deixado à margem dos interesses de muitos daqueles que, eleitos pelo povo, comandam a nação. Estamos em ano de eleição, muitos lobos já compraram suas peles de cordeiro com a finalidade de angariar votos, por isso, minha esperança é que os homens de bem acordem, levantam-se, compadeçam-se do povo e das injustiças cometidas contra o seu povo (sua cidade) e motivem-se ao serviço digno. Todos dizem que o mundo é uma grande comunidade de irmãos, porém, que família é essa em que os irmãos exploram uns aos outros, enquanto que aqueles que sabem agir honestamente assistem a tudo isso calados? Aonde estão aqueles que são vocacionados à liderança? Aonde estão aqueles que lideram porque amam servir as pessoas? Levantem-se companheiros, mãos à obra! Limeira, o Estado de São Paulo, enfim, o Brasil clama por vocês!

Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"Não se gabe do dia de amanhã, pois você não sabe o que este ou aquele dia poderá trazer" (Provérbios 27:1)


Este provérbio requer uma luta de cada um de nós. Por conta da nossa finitude, vivemos sempre na expectativa do amanhã. A ansiedade é praticamente a nossa parceira de caminhada. E quem consegue vencer a ansiedade? Entretanto, ainda que a ansiedade nos acompanhe por toda a vida, o provérbio de hoje nos traz uma reflexão interessante sobre o "hoje". Sim, porque já que não podemos prever o amanhã; já que não podemos nos desvencilhar da ansiedade; o autor de provérbios nos convida a pensar no tempo presente, no agora. Há dois tipos de pessoas: 1) as que vivem presas ao passado: sofrendo as dores, revivendo as alegrias, lamentando as frustrações; 2) as que vivem para o futuro: sonhando, planejando, investindo, etc. Porém, ainda que ambas as atitudes tenham seu aspecto positivo, a melhor medida para que vivamos bem, é experimentarmos uma terceira via, ou seja, fazermos parte do grupo daqueles que vivem o hoje. Sim, porque, viver o hoje é a melhor experiência para que, se vivermos amanhã, possamos viver melhor. Há pessoas que perdem ótimas oportunidades em suas vidas porque ou estão presas no passado, ou estão com a cabeça no futuro. Mas a nossa vida se concretiza hoje, neste momento. Para nós, seres finitos, o passado já não existe mais, pelo menos no que diz respeito a mudá-lo ou fazê-lo voltar. Assim como o passado, nós também não temos condições de alterar o futuro, até porque não sabemos o que está reservado para nós, por isso, o futuro é apenas uma possibilidade. Não temos domínio sobre a morte, sobre as doenças, sobre os acidentes e incidentes da vida. Estamos limitados apenas ao tempo presente. Portanto, cabe-nos HOJE fazermos tudo aquilo que podemos fazer. Se há algo do passado que dá pra ser consertado, então deixemos de olhar para trás com pesar e lamentação e tomemos uma atitude HOJE. Se há projetos que estamos adiando para o futuro e já temos condições de realizá-los, façamos HOJE. Amanhã sempre será uma possibilidade, nunca uma certeza, nem mesmo para os mais saudáveis no que diz respeito à saúde. Viva HOJE, ame HOJE, perdoe HOJE, curta a vida HOJE. Amanhã é apenas uma possibilidade, hoje é uma OPORTUNIDADE. Então, mãos a obra!!!

Bom dia a todos!!!
Com carinho e amizade,  
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

"Como o louco que atira brasas e flechas mortais, assim é o homem que engana o seu próximo e diz: "Eu estava só brincando!'" (Provérbios 26:18-19)


Nesse pouco tempo de ministério pastoral, e posso dizer também dos outros ambientes que trabalhei antes do pastorado, penso que não há coisa pior do que o cinismo, principalmente, quando ele vem acompanhado da frase citada pelo autor de Provérbios: "eu estava só brincando!". Puxa vida, quando eu ouço isso da boca das pessoas, sinceramente, dá vontade de pedir pra que elas se retirarem da minha presença. Eu imagino que ser ofendido, exposto, envergonhado publicamente, seja algo difícil de lidar, entretanto, pra mim, aquelas brincadeiras de mau gosto, as "alfinetadas" irônicas e as frases soltas que têm a intenção de ferir o outro, são as piores atitudes num local de convívio, seja o ambiente de trabalho, seja na relação familiar, seja na comunidade religiosa. Essas situações, por serem veladas, por estarem acompanhadas de riso e "brincadeira", causam uma destruição sem tamanho. E, geralmente, quem usa desse tipo de artifício, são pessoas covardes e desonestas. Sim, porque, quando confrontadas quanto ao sofrimento que causaram ao outro, disparam: "magina, foi só uma brincadeira, o fulano que se dói por qualquer coisa". E você pode usar todo o argumento que puder, mas, esse tipo de pessoa, por ser covarde, sempre vai se esconder atrás dessa detestável frase. Entretanto, esse tipo de pessoa, também, dificilmente vai conseguir provar de relacionamentos saudáveis, geralmente, seus relacionamentos serão sempre curtos ou, se duradouros, enquanto durarem, serão superficiais. Sim, porque, quem é que vai confiar nesse tipo de gente? Quem teria coragem de se expor para gente assim? Os tolos, é claro. Mas gente madura, honesta, que assume seus erros e arca com as consequências de seus atos, nunca criaria vínculo com gente covarde. Sendo assim, os palhaços de plantão, por conta de suas "brincadeiras", dificilmente amadurecerão, visto que a maturidade, dentre tantas coisas, para ser desenvolvida, requer bons relacionamentos. E adultos infantilizados não conseguem se relacionar com adultos maduros. Conheço uma porção de pessoas emocionalmente feridas por causa desse tipo "brincadeira". Enquanto adultos, profissionais, familiares e religiosos, temos de viver por uma postura coerente com aquilo que somos e confessamos. Chega numa fase da vida em que já não dá mais pra fugir das nossas responsabilidades; falar o que vier à mente; e esquivar-nos das consequências dos nossos atos. Chega numa fase da vida em que, por sermos adultos, temos, necessariamente, que aprender e exercitar o diálogo, expressar-nos, falar daquilo que pensamos, para que, assim, sejamos honestos conosco mesmos e com as pessoas que estão ao nosso redor. Ninguém precisa mandar recado pra ninguém. Temos todas as condições de ir até a outra pessoa, conversarmos de forma educada, madura, buscando, então, o esclarecimento daquilo que nos causa mal estar. Não há nada mais honroso para uma pessoa do que saber lidar com as situações próprias, de cara limpa, de forma honesta, de maneira ética. E este tipo de atitude é estritamente adulta, madura, cristã e profissional. Eu não faço idéia de quantas pessoas têm acesso as meditações que escrevo; não sei quem são e como são essas pessoas; porém, dentre tantas reflexões escritas, creio que esta seja a que mais coloquei minhas emoções em cada palavra. E fiz isso porque, em cada letra escrita, eu me lembrei de alguém que fora ferido e, na sua dor, teve de ouvir: "eu estava só brincando!". Não consigo não me solidarizar com pessoas que são vítimas desse tipo de brincadeira. Portanto, se você já usou deste tipo de artifício para fugir da responsabilidade de assumir a autoria da sua má intenção, por favor, pare e reflita. Seja ético, seja honesto. Perceba que você pode estar construindo um caminho de solidão e, junto com ele, deixando um rastro de destruição. Nessa vida colheremos tudo aquilo que plantarmos, portanto, pare de brincar, pare de esconder-se, e, assim, aproveite o tempo que lhe resta para reconstruir, para que, assim, a vida tenha sentido; os relacionamentos sejam significativos; e você tenha a chance de provar as maravilhas de ser amado, respeitado e querido pelas pessoas. Boas reflexões.

Um abraçãozão a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 25 de setembro de 2012

"Procure resolver sua causa diretamente com seu próximo..." (Provérbios 25:9a)


O provérbio de hoje aconselha-nos a um exercício difícil de se colocar em prática: resolver as pendências relacionais diretamente com as pessoas com as quais tais pendências existem. Você já percebeu que quando as pessoas têm alguma dificuldade relacional com alguém, geralmente, ao invés de resolver a situação com o envolvido, as pessoas contam a situação pra todo mundo, menos para aquele que poderia resolvê-la? Quando isso acontece, aquele problema que era algo restrito e simples de se resolver, acaba que se tornando um problemão porque, na lei do telefone sem fio, cada um distorce ou reinterpreta a história contada. O mais correto é que, se alguém nos ofendeu, seja por meio de palavras ou atitudes, essa ofensa deve ser resolvida entre ofendido e ofensor apenas, sem intermediários. E isso deve ser assim porque, em algumas situações, há ofensas que acontecem sem qualquer intensão por parte da outra pessoa. Geralmente, este tipo de ofensa se dá porque, em alguns vínculos relacionais, não nos expressamos plenamente, ou seja, não deixamos claro para as pessoas as coisas que não gostamos, como, por exemplo, brincadeiras com algum costume que temos, azaração com a nossa timidez, exposição do nosso jeito de ser para os outros, etc. É verdade que há pessoas que, muitas vezes, extrapolam nas brincadeiras e na maneira de expor os defeitos dos outros, entretanto, também, há pessoas que fazem assim porque nós nunca colocamos os limites para elas. Então, quando nos calamos, perdemos a razão em nos irar com o outro.  Esse tipo de situação, por exemplo, é muito frequente entre pais e filhos. Você já viu aqueles pais que ficam tirando sarro de alguma atitude dos filhos perto de pessoas que, por mais próximas que sejam da família, são estranhas à criança ou adolescente? Você já observou a reação de crianças ou adolescentes que passam por isso? Pois bem, esse tipo de atitude, por mais engraçada que seja aos pais, expõem aqueles que não deram qualquer autorização para que sua vida fosse exposta, criando assim, afastamento e perda de confiança. E, se no ambiente familiar tal exposição gera conflitos, imagine em outros círculos relacionais, menos íntimos. Portanto, se uma pessoa nos ofende, a melhor atitude que podemos tomar - para o nosso benefício e para o benefício do outro - é resolver a questão diretamente com o ofensor. Caso sejamos o ofensor, é igualmente necessário que, num gesto de hombridade, nos reconciliemos com o ofendido e, também, corrijamos aquilo que fizemos diante das pessoas. Agora, o que não resolve a situação, aliás, apenas a piora, é o fato de, tanto o ofendido quanto o ofensor, reclamarem da situação para todo mundo, menos um para o outro. Portanto, sejamos sinceros em nossos relacionamentos, saibamos explicitar os limites das relações que temos; sejamos, também, educados e saibamos reconhecer quais os limites que as pessoas nos dão em cada relacionamento. Se cada um agir assim, com certeza, teremos menos conflitos na vida.
Um abraçãozão a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 21 de setembro de 2012


"Fazer o que é justo e certo é mais aceitável ao Senhor do que oferecer sacrifícios" (Provérbios 21:3)

Vivemos num mundo cada vez mais capitalista. Tudo tem um preço, nada é de graça. Nos relacionamentos, as coisas parecem não ser diferente da relação comercial. Ainda que ninguém receba valor financeiro para relacionar-se, algumas negociações são feitas na base da troca, ou seja, "eu faço isso se você fizer aquilo"; "se você tivesse feito aquilo eu lhe faria isso"; e por aí vai. Ultimamente, e digo isso com tristeza, algumas pessoas têm estendido esse tipo de "comércio" na relação com Deus. Muitas pessoas, acham que o que Deus espera delas é uma relação impessoal, interesseira e baseada em sacrifícios. Algumas acreditam que à medida em que se torturam, seja fisicamente, seja se abstendo de algo que gostem muito, seja participando obrigatoriamente de alguma celebração, Deus vai atender as suas preces. Outras, ainda, crêem que a doação de dinheiro, cestas básicas, ofertas especiais, dízimos, também vão fazer com que Deus seja mais generoso para com elas. Há, também, aqueles que "moram" nas comunidades religiosas, vivem mais para a Igreja do que para sua família, e, por isso, ainda que inconscientemente, esperam que Deus dê à elas um atendimento "vip". Enfim, a relação de troca chegou, novamente, no ambiente religioso. Entretanto, o autor de Provérbios, anos antes de Cristo, já anunciara aquilo que Jesus reforçou no seu ministério, ou seja, que o valor da fé não é manifesto nos rituais, cultos e sacrifícios, mas é demonstrado através do comportamento ético daquele que crê. Qualquer sacrifício que possamos fazer; qualquer troca que queiramos propor para receber a bênção de Deus; não é, em si, expressão de fé, pois, a fé, em sua essência, expressa-se no relacionamento com Deus, mas num relacionamento amigável, filial e, portanto, desinteressado. A fé não é um sentimento mágico que, à medido que temos, Deus vai realizando nossos pedidos. A fé não é a lâmpada mágica e Deus não é o gênio. A fé nos conduz a um relacionamento com Deus que nasce à partir da nossa percepção de quem ele é e do quanto necessitamos dele. Mas tal necessidade não é utilitária, mas, sim, relacional. E esse relacionamento com Deus, à medida que vai sendo desenvolvido, vai tornando o homem cada vez mais honesto, mais ético, mais verdadeiro, mais justo, enfim, cada vez mais parecido com Cristo. E é isso que agrada a Deus e beneficia o homem. O problema que eu vejo atualmente é que esse tipo de benefício provindo da relação com Deus, não é suficiente às pessoas. Elas querem demonstrar sua religiosidade; elas querem se sacrificar; com a finalidade de que Deus as cure, que as faça prosperar financeiramente, que ele realize milagres em suas vidas. Entretanto, observando a vida e ministério de Jesus, um dos grandes milagres realizado por ele é a transformação de um ser pecador, imperfeito, mesquinho, orgulho, injusto, desonesto, numa pessoa de bem, com caráter transformado, honesto, justo, generoso, ou seja, em alguém que Deus chame de filho. E o mais interessante percebermos é que tal milagre não requer sacrifício, nem dinheiro, nem troca, nem qualquer outra coisa, apenas a fé. E a fé como decisão de relacionar-se com ele com a finalidade de ser parecido com o Cristo. Isso agrada a Deus. Isso é bênção. Isso é fé. Qualquer sacrifício, troca, negociação, doação financeira (oferta, dízimo, contribuição), por mais boa intenção que se tenha, não pode, de maneira alguma, comprar a bênção, o relacionamento, e a filiação a Deus. Resta-nos, então, refletirmos acerca do que estamos buscando com a nossa relação religiosa: o Deus relacional ou o gênio da lâmpada?
Bom final de semana a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 20 de setembro de 2012


"Quem vive contando casos não guarda segredo; por isso, evite quem fala demais" 
(Provérbios 20:19)
Este é um dos melhores conselhos que podemos agregar à nossa vida. Definitivamente, temos de tomar muito cuidado com quem fala demais. Pessoas assim, geralmente, deixam-nos sempre à mercê de problemas relacionais. Há pessoas que não têm quaisquer condições de dar conselhos, guardar segredos ou ouvir confissões, pois elas têm uma grande dificuldade de guardar para si mesmas aquilo que ouviram ou viram. Algumas agem assim por conta de uma dificuldade pessoal; outras por um problema de caráter. Uma pessoa muito querida de da IP Unida de Mogi Guaçu sempre dizia que uma das frases do seu pai era: "quem fala demais dá bom dia a cavalo". E, de fato, isso é verdade. Tem gente que não pensa para falar, vomita uma quantidade de informação desnecessária sobre os outros. Tem gente que fala qualquer coisa, em qualquer momento e de qualquer maneira. Com esse tipo de pessoa temos de tomar muito cuidado, pois elas prejudicam, machucam, expõem, ofendem e nem se importam com o rastro de mágoas que deixam por onde passam. São pessoas que sempre perdem a boa oportunidade de ficarem quietos. Você deve conhecer ou já foi vítima de alguém assim. Entretanto, avaliar isso nos outros é muito fácil, porém, o provérbio de hoje também nos serve de reflexão pessoal, ou seja, serve-nos para refletir acerca de nós mesmos no sentindo de avaliarmos a maneira como nos comportamos nos ambiente nos quais convivemos. Como lidamos com as informações que nos chegam? Sabemos falar as coisas na hora certa, do jeito conveniente, com a pessoa certa? Sim, é importante que façamos tal reflexão, pois, se não tivermos bom senso naquilo que fazemos e, principalmente, falamos,  podemos ser ótimos candidatos ao cargo de "inconveniente" do grupo. Há pessoas que dizem: "eu falo o que eu quero", entretanto, tais pessoas não gostam de ouvir o que não querem. Essa atitude, a despeito do que elas pensam, não implica em sinceridade, mas em falta de educação, falta de postura ética e desvio de caráter. Ninguém tem a liberdade de dizer aquilo que pensa quando aquilo que se vai dizer ofende intencionalmente a outra pessoa, principalmente, na frente de outros. Devemos ser sábios para falar, pois, somente assim, seremos dignos de um presente muito caro e ultimamente raro: a confiança das pessoas. E receber a confiança dos outros implica em sermos entendidos como pessoas dignas, íntegras e sábias. Portanto, avaliemo-nos e, à medida do possível, façamos as mudanças necessárias.

Bom dia a todos!
Com carinho e amizade,   
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"O que se deseja ver num homem é amor perene..." (Provérbios 19:22a)

É quase que consenso comum a certeza de que está faltando amor no mundo. Os noticiários e relacionamentos têm demonstrado que a violência e a indiferença estão prosperando neste mundo, enquanto que o amor tem sido denominado como bobagem. É verdade que as pessoas não usam a palavra bobagem para se dirigir ao amor, entretanto, suas atitudes demonstram o quanto elas já nem sabem mais o que é o amor. Nessa era tecnológica, onde quase tudo é descartável e substituível, o "amor perene", conforme é qualificado pelo autor de provérbios, ou seja, o amor que dura, que subsiste, que é fruto de um compromisso real entre um homem e uma mulher, e entre os demais seres humanos ainda que num nível diferente, está sendo substituído pelas conveniências cada vez mais egoístas e individualistas. Vejo pessoas tratando outras como se fossem seu aparelho celular, ou seja, substituindo-as pelo simples fato de estarem enjoadas da mesmice; buscam por novas "aventuras" (novidades) porque aquilo que têm a mão já perdeu a graça. Não há qualquer disposição para a construção de um relacionamento com bases profundas, sob os alicerces da cumplicidade, em pilares de mutualidade, compromisso e respeito. Na ansiosa busca pelo prazer, aliás, prazer insaciável, os seres humanos entregam-se superficialmente, porque têm medo de vínculos e de frustrações, e, assim, não se permitem à entrega confiante, profunda, cúmplice, comprometida, que pode lhes proporcionar a vivência do amor. E quando falo de amor, à semelhança da Bíblia, refiro-me ao amor verdadeiro, ou seja, aquele que se manifesta em atitudes pelo outro; assim como é o amor demonstrado em Jesus Cristo. E é nisso, também, que as pessoas se perderam. Construíram a idéia equivocada de que o amor é um sentimento, e um sentimento egoísta. Mas não. No clássico texto bíblico (1ª Coríntios 13) a definição que temos do que é amor está vinculado à atitudes em relação ao outro; uma relação altruísta que, à medida que é conduzida por Deus, não se acaba, visto que está baseada no compromisso mútuo. O amor é uma decisão. Decisão que eu tomo em favor do outro. Portanto, a constatação de que está faltando amor no mundo, é, também, a constatação de que as pessoas estão desaprendendo sobre o amor, substituindo-o, assim, como fazem com seus aparelhos eletrônicos, por novos comportamentos que passam longe do amor real. Estão cada vez mais iludidas e desiludidas, insaciadas e carentes, porque todos querem ser amados, mas ninguém quer decidir amar, visto que, por tudo o que já dissemos, não sabem e, por isso, não podem, amar quem quer que seja, quiçá, a si mesmas. Diz o autor de Provérbios que "o que se deseja ver num homem é um amor perene"; creio que este desejo ainda se perpetua pela história, entretanto, à medida que nos afastamos do amor de Deus, vamos perdendo o referencial do amor e, assim, sem tal referencial, o caminho de volta ao amor se torna cada vez mais distante de nós. Observemos nossos atitudes, elas vão demonstrar se ainda carregamos as verdadeiras concepções do amor em nós; elas vão demonstrar se o nosso amor é perene.

Bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira