terça-feira, 18 de junho de 2013

"Um irmão ofendido é mais inacessível do que uma cidade fortificada, e as discussões são como as portas trancadas de uma cidadela" (Provérbios 18:19)

Os relacionamentos pessoais, de fato, são grandes desafios para todas as pessoas. Eu digo desafio porque penso que lidar com nossas expectativas e frustrações já é um exercício complicado, por isso, ter de lidar com as expectativas e frustrações das pessoas se torna um desafio ainda muito maior. Mas, como seres sociais que somos, temos de nos relacionar, visto que sem relacionamento não conseguimos transitar neste mundo. Particularmente, penso que uma das percepções mais difíceis que encontramos nos relacionamentos é saber quais são os limites de cada pessoa. Estabelecer limites próprios e perceber os limites do outro, são exercícios complicadíssimos, visto que cada pessoa é quase que infinitamente diferente uma da outra. Há aquelas que têm muita facilidade de impor seus limites; há outras que grande dificuldade de fazer o mesmo, visto que temem magoar o outro; há os que têm facilidade de impor seus limites, porém não respeitam os limites do outro; e aqueles que respeitam o limite do outro, mas não conseguem estabelecer os seus próprios limites, gerando, assim, muito sofrimento. Com todas essas situações e personalidades, a ofensa é sempre uma possibilidade fácil de acontecer. E quando isso acontece, o resultado é sempre o distanciamento relacional, a quebra da confiança ou o rompimento de um vínculo que poderia ser uma grande amizade. E há pessoas que, definitivamente, diante de uma ofensa, independentemente do contexto, se trancam em si mesmas, evitando qualquer possibilidade de restauração daquilo que foi quebrado. Por isso, se faz necessário o estabelecimento verbalizado dos limites pessoais em quaisquer relacionamentos. Se faz necessário para que o outro tenha condições de saber a maneira como se relacionar conosco. Já testemunhei muitas amizades serem desfeitas porque um ofendeu o outro, porém, o fez através de uma brincadeira, ou seja, sem a intenção de causar a quebra do relacionamento. Porém, como nunca houve a verbalização do tipo: "eu não gosto de brincadeiras", o incidente foi inevitável. Muitas das situações em que somos magoados acontecem porque não verbalizamos os nossos limites às pessoas, daí, às vezes sem querer, elas ultrapassam um espaço ao qual nós mesmos não delimitamos à elas. Com isso, o resultado sempre é o sofrimento, decepção, ofensa, e os demais desdobramentos próprios da invasão dos nossos limites. Portanto, seja prudente, exercite a verbalização dos seus limites, conheça os limites estabelecidos das pessoas com as quais você se relaciona, pois, fazendo assim, você estabelecerá um relacionamento honesto, saudável, acessível e que lhe dará mais alegrias do que decepções. Pense nisso!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

5 comentários:

  1. Estava precisando ler exatamente isso, como é difícil relacionamento com amigos, família, cônjuge cada um têm seus limites e particularidades, mas temos que realmente aprender a verbalizar e descobrir limites. Vc me ajudou muito, Obrigada

    ResponderExcluir
  2. Esse texto falou profundamente comigo.
    Obg

    ResponderExcluir
  3. O texto falou profundamente conosco, principalmente no que se refere ao estabelecer limites, pois vivemos em uma época em que a maioria das pessoas não impõe limites nos relacionamentos. A consequência disso, é um grande número de pessoas ofendidas, inclusive dentro das igrejas.

    ResponderExcluir