quinta-feira, 8 de agosto de 2013

"Temer o Senhor é odiar o mal; odeio o orgulho e a arrogância, o mau comportamento e o falar perverso." (Provérbios 8:13)

Este provérbio nos conduz à uma séria reflexão acerca da fé. Sim, porque a sabedoria (tornada neste texto numa personagem) afirma que temer ao Senhor é, necessariamente, odiar aquilo que é mau. Digo que o provérbio é uma reflexão acerca da fé porque, diante de tantos escândalos envolvendo pessoas religiosas - líderes e membros de comunidades - fico me perguntando se é realmente a fé em Deus que algumas pessoas têm cultivado em suas vidas. Penso, assim como nos afirma o autor de provérbios, que a fé em Deus faz com que aquele que crê, a semelhança do próprio Deus, sinta repúdio pelo mal, seja a maldade falada ou demonstrada em comportamento. É claro que cada um de nós, em diversos momentos, até por sermos seres imperfeitos e limitados, cometemos alguns erros, porém, a genuína fé, quando aplicada em nossa vida, faz com que, ao longo da caminhada, e por causa dos novos valores elencados em nossa mente, priorizemos a prática do bem. Não nos tornamos perfeitos, mas nos tornamos mais propensos à sabedoria, honestidade, verdade, justiça, hombridade, e todos os demais valores éticos-relacionais propostos no Evangelho. Confessar a fé de maneira verbal, porém, nas atitudes negá-la, é, no mínimo, hipocrisia. Na verdade é um desserviço a fé genuína que algumas pessoas verdadeiramente comprometidas com Deus defendem. Fé, muito mais do que confissão verbal, é exercício prático, ou seja, o que credencia a veracidade da nossa fé é o comportamento conosco mesmo, com as pessoas e, portanto, com Deus. Abraçar a fé cristã e não entrar num processo que nos conduz ao desenvolvimento da verdade, honestidade, justiça, e todos os outros valores que já foram citados, é o mesmo que tentar tomar banho com um guarda-chuva aberto. Sim, porque o caminho natural da fé em Deus nos conduz, necessariamente, ao desenvolvimento de um bom caráter, um bom comportamento, e bons relacionamentos. Portanto, temer a Deus além de implicar no repúdio daquilo que é mau, também, implica no prazer por aquilo que é bom. Assim, por causa da fé, eu me torno um funcionário melhor; por causa da fé, eu me torno um patrão melhor; por causa da fé, eu me torno um estudante melhor; me torno um namorado, noivo, marido, melhor; me torno um amigo melhor; enfim, por causa da fé e todos os valores aos quais ela opera em mim, ao me relacionar com Deus, vou sendo tornado ao longo da caminhada da vida num ser humano integralmente melhor, sendo cada dia mais atraído por aquilo que é bom, e ficando cada dia menos interessado por aquilo que faz mal a mim e às pessoas. Este é o convite da fé: dignificar a nossa existência. Pense nisso!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

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