Creio que estas perguntas já foram feitas por nós e, em alguns momentos da vida, para nós. Viver não é uma tarefa tão simples. Há muitas situações que contribuem para que tenhamos dificuldade de lidar com determinadas fases e situações próprias da existência. Desde que estou envolvido com aconselhamento, tenho percebido que muitos dos problemas que as pessoas têm, assim como os que eu tenho, são resultados da falta de maturidade que, por sua vez, em muitos casos, implica na falta de orientação. Sim, você já percebeu que, seja por descuido ou negligência, quase ninguém nos orienta acerca das fases da vida, acerca dos relacionamentos que nos envolvemos, e acerca da maneira como podemos lidar com as finanças? Citei esses três exemplos porque são situações nas quais temos mais dificuldades de lidar. Nossos pais ou responsáveis, por conta de compromissos pessoais e profissionais, nem sempre têm condições de atender a todas as demandas da educação dos filhos. Alguns pais, infelizmente, pensam que a educação se limita em nos oferecer acesso à escola e em nos ensinar a respeitar aos mais velhos. É obvio que essas atitudes são importantes e compõem a educação, porém, não se limita a isso. É claro que temos de levar em consideração que muitos dos nossos pais nos dão aquilo que receberam. Porém, este investimento básico, infelizmente, não nos prepara para a vida, não nos dá orientação relacional, ético-profissional, e nem de enfrentamento da vida. Portanto, cabe a cada um de nós que, neste século, está dotado de todo aparato tecnológico, buscarmos o desenvolvimento pessoal, profissional e relacional. Sim, ainda que o que recebemos na infância e adolescência não seja o investimento completo, pelo menos, já é o suficiente para que tenhamos condições de investirmos em nós mesmos. Assim, as escolas técnicas, os cursos profissionalizantes, as comunidades religiosas, os demais grupos sociais, são os ambientes nos quais, em havendo interesse e dedicação pessoal, somos orientados para a vida. Nesta era de informações amplamente acessíveis, só não adquire conhecimento quem não quer. É verdade que há pessoas que, infelizmente, vão optar pela maneira mais difícil de obter conhecimento, ou seja, através das decepções, erros, más consequências provenientes de escolhas mal feitas e, portanto, sofrimento. É claro que o aprendizado também decorre do sofrimento, porém, não apenas dele. Em havendo interesse pessoal, há muitas outras vias pelas quais podemos aprender e, assim, amadurecer. Penso que diante de todas as dificuldades, duas questões são relevantes e fundamentais: estamos dispostos a aprender? Por quais vias? Reflitamos sobre isso.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira
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