sexta-feira, 26 de abril de 2013

"Como alguém que pega pelas orelhas um cão qualquer, assim é quem se mete em discussão alheia" (Provérbios 26:17)


Há pessoas que, definitivamente, procuram confusão, principalmente, aquelas pessoas que gostam de se meter em situação às quais não foram convidadas. Às vezes, tais confusões acontecem justamente porque faltam duas coisas: educação e bom senso. Sim, sem ambas ou sem qualquer uma delas, a gente fica suscetível à insensatez e, daí, está armado o cenário para que as confusões aconteçam. Há algum tempo trabalho na área de aconselhamento. Geralmente, quando algumas pessoas sabem disso, logo querem que eu me intrometa em todas as situações as quais elas "acham" que eu deveria intervir. Acham que eu devo me meter na relação conjugal de determinado casal; acham que eu devo aconselhar algum jovem ou adolescente que está apresentando um comportamento estranho; acham que eu devo orientar os pais que não sabem corrigir seus filhos; enfim, acham que eu devo fazer exatamente o que eles fariam, ou seja, me intrometer aonde não fui convidado. Por questões da ética profissional, da educação que recebi, e do bom senso que tenho, sempre atendo pessoas que reconhecem a necessidade de serem orientadas e, por reconhecerem meu trabalho, se predispõem, voluntariamente, a conversar comigo. Ninguém, por mais sábio que seja; por mais capacitado em orientação; por melhor profissional que possa ser; pode interferir na vida de uma pessoa sem, pelo menos, ser convidado. Este é um princípio inegociável da ética no aconselhamento. Porém, como aqueles que são intrometidos não entendem nada de ética, esse princípio não é respeitado, assim como não são respeitados aqueles que adotam a postura ética. O autor de Provérbios faz um comparativo do absurdo que é se meter na discussão ou na vida alheia, segundo ele, fazer tal intromissão implica, necessariamente, em causar problemas pra si mesmo e, também, agredir o outro. Se há algo que é urgente que muitas pessoas aprendam é que cada deva se limitar ao cuidado da sua própria vida (o que eu creio já dar muito trabalho). A vida das pessoas é algo tão particular que somente devemos nos ater à medida que somos convidados, caso contrário, o melhor é nos policiarmos para que a educação e o bom senso limitem nossa vontade intervencionista. Eu confesso que fazendo essas observações, a impressão que temos é que não podemos ajudar a ninguém, porém, se as pessoas confiarem em nós, com certeza, elas pedirão a nossa ajuda. Caso não peçam, então, entendamos que elas já têm alguém em quem elas confiem mais do que em nós, seja por uma questão de afinidade ou por uma questão de reconhecimento de capacitação. Em situações assim, lembre-se: confiança a gente não impõe, conquista. Simples assim.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 25 de abril de 2013

"Não faça visitas frequentes à casa do seu vizinho para que ele não se canse de você e passe a odiá-lo" (Provérbios 25:17)


Esse provérbio fala de uma realidade que é provocadora de muitas intrigas entre vizinhos, ou seja, amizade que invade a privacidade. Todos nós, ou pelo menos a maioria, possui vizinhos. Alguns vizinhos nos são desconhecidos, mesmo morando há anos ao lado de nossa residência; outros já são próximos de nós. Há pessoas que são bem reservadas e, por isso, preferem se ater apenas à sua própria casa; outras são mais expansivas, gostam de se relacionar com outras pessoas. A situação convencional de geração de muitos conflitos é sempre o exagero, neste caso do qual estamos falando, o exagero é referente a interferência que é feita em nosso lar ou, então, aquela que fazemos no lar de outras pessoas. O desenvolvimento da amizade entre vizinhos é algo muito importante, pois, de certa forma, um cuida do outro no sentido de proteger ou de se unir em função de uma causa referente às necessidades do bairro ou do condomínio. Porém, qualquer vínculo relacional necessita de limites. O fato de alguém me receber em sua casa, expor seus problemas pessoais ou familiares, de maneira alguma, me dá o direito de intervir ou, então, comentar tal exposição com outras pessoas. Um dos grandes fatores de desencadeamento de problemas entre vizinhos é esse tipo de intervenção. Há pessoas que passam a maior parte do dia na casa do vizinho, envolvendo-se nas situações próprias de uma família, "aconselhando" e fazendo intervenções que mais prejudicam do que ajudam. É verdade que há exceções, porém, até onde sei, são raríssimas. Essas situações acontecem porque muitos de nós temos dificuldade de colocar limites aos relacionamentos que constituímos; outros tem dificuldade de respeitar os limites impostos. Por isso, temos de ficar muito atentos acerca da nossa postura em relação ao espaço que as pessoas permitem que ocupemos em suas vidas; assim como é importante estabelecermos os espaços que oferecemos às pessoas. Cada família tem a sua maneira de se relacionar, resolver questões, tratar de problemas, enfim, lidar com a vida. Nós não podemos, de maneira alguma, inferir à outra pessoa a nossa maneira de lidar com situações que dizem respeito à vida alheia, pois, as pessoas são muito diferentes umas das outras. Muitas vezes, aquela maneira de lidar com determinada situação funcionou em meu lar ou comigo mesmo, porém, isso não significa que vá funcionar com o outro. Então, o que fazer ante o sofrimento familiar de um vizinho? Bom, creio que a nossa parte é acolher a angústia do outro a medida que ele decidir compartilhar conosco. Acolher, oferecer-nos como suporte para que o outro tenha com quem desabafar e, então, caso o outro peça a nossa opinião, ajudá-lo a se fortalecer ou, pelo menos, refletir acerca das posturas que ele tem tomado ante as dificuldades enfrentadas. Não cabe a nós fazer juízo de pessoas e valores, inclusive porque: a) não somos juízes de ninguém; b) estamos ouvindo apenas uma versão pontual dos fatos; e, portanto, interferir pode aumentar o problema ou, então, causar novos conflitos. Por isso, seja sábio, perceba o seu lugar ou o espaço que as pessoas lhe oferecem; também, num ato de sabedoria, estabeleça os limites para cada um de seus relacionamentos. Creio que esta atitude não resolva os nossos conflitos, porém, ajuda-nos, em muito, a proteger a única coisa que realmente é nossa: a privacidade. Pense nisso! 
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 24 de abril de 2013

"Se você vacila no dia da dificuldade, como será limitada a sua força!" (Provérbios 24:10)


As situações da vida têm, dentre muitas finalidades, o objetivo de nos treinar. Sim, cada situação - boa ou ruim - demanda de nós superação ou, pelo menos, a capacidade de vivenciá-las, absorvendo algumas lições para a vida. Há pessoas que, das situações difíceis da vida, só sabem murmurar, se desesperar, e, por acharem que não têm condições de lidar com as frustrações, desistem de, pelo menos, tentar enfrentá-las. Há aquelas que, diante das situações boas da vida, não sabem ser agradecidas. São pessoas que quando tudo vai mal, reclamam; quando tudo vai bem sempre acham alguma coisa pra reclamar. Enfim, são pessoas que, infelizmente, carregarão a insatisfação pro resto da vida, prejudicando, assim, até os seus relacionamentos, visto que pessoas assim são desagradabilíssimas. O autor de Provérbios afirma que se não soubermos enfrentar as dificuldades próprias da existência - doença, desemprego, perdas, luto, frustrações, decepções, etc - nunca estaremos preparados para dar um passo à frente em direção à maturidade. Há pessoas que diante de qualquer dificuldade, ao invés de se conformar no sentido de entender que não há como fugir, antes, tem de enfrentá-la, ou param, ou regridem. E essas são atitudes que apenas tornam a dificuldade ainda maior. Por mais difíceis que sejam as dificuldades que a vida nos apresenta, temos de enfrentá-las - mesmo que haja dor ou perdas - pois é o enfrentamento que nos amadurecerá e, assim, nos preparará para as outras dificuldades que ainda virão ao longo da vida. Aqueles que optam pela murmuração ou pela fuga, num certo sentido regridem à infância pois, geralmente, esperam que alguém enfrente as dificuldades em seu lugar. Por isso é importante que os pais não poupem seus filhos de situações que demandem deles enfrentamento, pois, ainda que, momentaneamente, venham a sofrer ou se frustrar, também vão aprender e praticar desde a infância algumas das lutas que os acompanharão para o resto da vida. Fugir dos problemas, fazer de conta que eles não existem, ou, diante deles, ficar murmurando, não vai fazer com que eles se resolvam sozinhos e nem vai amenizar nosso sofrimento ou frustração. Porém, enfrentá-los, mesmo que reconheçamos a nossa limitação, nos tornará mais conscientes da vida; fará com que descubramos um pouco mais sobre a nossa força; nos impulsionará a seguirmos em frente, rumo à maturidade; e agregará novas experiências, às quais poderemos compartilhar e, assim, ajudarmos aqueles que, em algum momento, passarão pelas mesmas dificuldades que já passamos. Pense nisso!
Com carinho e amizade,  
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 23 de abril de 2013

"Não esgote suas forças tentando ficar rico; tenha bom senso! As riquezas desaparecem assim que você as contempla; elas criam asas e voam como águias pelo céu" (Provérbios 23:4-5)


Quem é que não quer ficar rico? Acredito que existam poucas pessoas que nunca pensaram ou ainda não pensam nisso. Alguns querem se tornar ricos por causa de si mesmos, ou seja, para ter um pouco de tranquilidade econômica, para oferecer melhor comodidade para si e à família: melhor alimentação, vestuário, transporte, educação de qualidade, plano de saúde, habitação, férias dignas de um trabalhador, enfim, experimentar um pouco mais de qualidade de vida. Por outro lado, há pessoas que querem se tornar ricas por uma questão de ostentação. Muitas dessas pessoas, geralmente, tem algum parente que está numa condição econômica superior, e isto lhes causa inveja e desconforto. Assim, mesmo sem ter uma boa condição financeira para "competir" com tal parente, a pessoa assume dívidas maiores do que seu próprio ganho com o fim de aparentar aquilo que não é, desembocando, consequentemente, em muitos problemas emocionais, relacionais e financeiros. O autor de Provérbios não é uma pessoa que despreza a riqueza, pelo contrário, ele foi considerado no período em que viveu, como o homem mais rico dentre as nações do oriente médio. Entretanto, além de ser considerado o homem mais rico, também era considerado o homem mais sábio. Sua sabedoria o levou a reconhecer a importância dos bens econômicos, mas, também, o conduziu a dar maior valor às questões éticas, morais, relacionais. Ele tinha a consciência de que, por mais rico que fosse, sua fortuna poderia desaparecer num piscar de olhos, bastasse apenas que o seu país fosse conquistado por uma outra nação. Porém, a sabedoria, os valores pessoais, não lhes poderiam ser retirados e, portanto, mesmo perdendo tudo, ainda continuaria adquirindo os maiores tesouros desta terra. Tesouros que, postos em prática, com paciência e dedicação, certamente, o reconduziria a reconstrução daquilo que lhe fosse retirado. Lembro-me da "era Collor", quando as aplicações de muitas pessoas foram bloqueadas. Ouvi diversos relatos de pessoas que, num ato de desespero, tiraram a própria vida, pois, o dinheiro aplicado era a única riqueza que lhes restava. Nesse exemplo, creio ser nítido perceber a realidade da palavra do autor de provérbios: "as riquezas desaparecem"; e foi justamente isso o que aconteceu naquela época, e ninguém pode garantir que tal situação não se repita novamente. Por isso, esforcemo-nos para investir bem o nosso dinheiro e, assim, viver de uma maneira digna, porém, juntamente com isso, invistamos os nossos dias e esforços em valores que, mesmo na miséria, nos dêem suporte para vivermos dignamente. Bons investimentos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 22 de abril de 2013

"Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles" (Provérbios 22:6)


A criança nasce com poucos registros de "fábrica", ou seja, muito da sua personalidade, temperamento, caráter, etc, será formatado ao longo da vida. Nos primeiros anos, segundo aprendemos com Erik Erikson nas etapas do desenvolvimento humano, a criança vai assumindo - a medida que aprende por associação - a partir das atitudes do pais, os valores que ela carregará pelo resto da vida. Muitos não levam essas etapas do desenvolvimento a sério, acham que, pelo fato de serem criança, seus filhos não são capazes de fazer associações comportamentais. Entretanto, isso não é verdade. As crianças, por mais ingênuas que pareçam, têm uma capacidade aguçada de captar valores a partir das atitudes de seus pais. Quando os pais falham no quesito "ensino pelo comportamento", as crianças ficam suscetíveis a desenvolver, em algum momento da vida, alguma desorganização emocional como, por exemplo: baixa autoestima, narcisismo, atitudes de autocomiseração, insegurança, medo, etc. Cada bebê é um livro em branco, ao qual vamos ajudar na escrita de cada página. A grande diferença é que este "livro" não conta a história de alguém, mas é o próprio alguém; por isso, a necessidade de os pais se aterem sobre o que eles estão permitindo que seja registrado nesse "livro". É fato que nem tudo aquilo que vamos ajudar a escrever será mantido pelo resto da vida, há coisas que serão apagadas, outras apagadas e reescritas, outras ignoradas, pois, afinal de contas, o que está se desenvolvendo é um ser humano que, ainda que dependa da nossa ajuda na construção de si, em algum momento, de forma negativa ou positiva, irá se tornar autônomo, escrevendo com as próprias mãos a maneira como trilhará pela vida. E esse caminho ao qual será trilhado, com certeza, terá como fator decisivo as primeiras letras escritas, com a ajuda dos pais, na sua infância. Sobre quais objetivos o autor de provérbios está falando? Seria sobre os sonhos dos pais, do tipo: quero que esta criança seja um médico, ou freira, ou psicóloga, etc? Ou seriam esses objetivos os valores éticos os quais ajudarão tal criança a discernir por si mesma aquilo que é bom para ela? Penso que o autor fala desta segunda opção: os valores éticos-relacionais. Valores que, sendo ensinados, via palavras e comportamentos dos pais, ficarão registrados no coração da criança visto que serão reforçados ao longo da vida, proporcionando à ela um suporte para o que é bom, justo, honesto e verdadeiro, acerca da vida e do relacionamento com as pessoas. Por isso, é muito importante que os pais, na medida do possível, não terceirizem a Educação de seus a quem quer que seja: avós, escola, igreja, babá, enfim, a ninguém mesmo, pois essa responsabilidade e o sucesso de uma boa direção para a vida acontece, necessariamente, à partir dos pais, seja para o que é bom ou, infelizmente, para o que é mau. Então, pense nisso!
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 19 de abril de 2013

"Quem obtém sabedoria ama-se a si mesmo; quem acalenta o entendimento prospera" (Provérbios 19:8)


Hoje em dia a palavra amor está tão na moda que, de certa forma, se tornou mais um clichê popular. Hoje fala-se muito que temos de amar as pessoas, que temos de respeitá-las, entretanto, na prática, não é isso que acontece. Na prática, o comportamento das pessoas em relação aos outros nega qualquer discurso acerca ou em nome do amor. Para o autor de Provérbios antes que alguém fale de amor, este alguém tem de conhecê-lo; tem de saber o que é o amor, como ele se manifesta, como se aplica à vida pessoal e coletiva, para que, então, possa falar sobre ele. Para o autor, uma das maneiras de aprendermos a amar-nos - e isso antes de amarmos outra pessoa - é buscando a sabedoria, pois esta nos ajuda a desenvolver o conhecimento acerca de nós mesmos, acerca da vida, e dos valores que regem a existência pacífica neste mundo. A sabedoria dota-nos de critérios para que possamos nos relacionar bem com as pessoas; ajuda-nos a fazer o julgamento mais justo das intenções e comportamento delas (veja bem: julgar intenções e comportamento, não as pessoas); e desenvolve a capacidade de compreendermos a nós mesmos: ante as pessoas e as situações da vida, proporcionando, assim, uma maneira mais "leve" de encarar os fatos e conflitos próprios da existência. A medida que adquirimos sabedoria nos tornamos mais honestos conosco mesmo e, portanto, não criamos tantas expectativas sobre nós, evitando, então, as frustrações, fracassos e decepções que são próprios daqueles que não se conhecem e, portanto, não aceitam suas limitações naturais. Sem sabedoria, geralmente, contribuímos, e muito, para o desenvolvimento de uma baixa-autoestima, visto que as nossas ações impensadas e impulsivas nos frustram frequentemente, fazendo com que tenhamos uma imagem ruim acerca de nós mesmos e, em alguns casos, nos levam à uma atitude de desamor pessoal. E quem não tem condições de amar a si mesmo, como poderá amar qualquer outra pessoa? Por isso, invista nos conhecimentos: das ciências, da vida, das pessoas, de si mesmo; enfim, adquira sabedoria para que, conhecendo a si mesmo e ao universo que o rodeia, você tenha condições de amar, e amar com propriedade, verdade, expressando para as pessoas aquilo que está em você. Afinal de contas, nós só podemos oferecer às pessoas aquilo que nós temos. Pense nisso!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 18 de abril de 2013

"Quem se isola busca interesses egoístas e se rebela contra a sensatez" (Provérbios 18:1)


Conheço algumas pessoas que, por conta das decepções provindas de algum tipo de relacionamento, se isolaram do mundo. São pessoas que, ainda que acompanhadas, conseguem estar sozinhas, ou, então, até convivem bem com os outros, porém, não permitem que ninguém acesse sua intimidade, todos os relacionamentos são meramente superficiais. É algum crime viver assim? Claro que não. Porém, viver desta maneira faz com que nos tornemos egoístas ao extremo. Sim, pessoas que são muito fechadas, geralmente, se tornam egoístas porque aprendem a viver tendo a si mesmas como parâmetro para todas as coisas. Assim, consideram como certo tudo o que decidem, tudo o que acham, tudo o que pensam e tudo o que falam. Geralmente, quando isso acontece, as outras pessoas preferem manter distância. Quando nos assumimos como parâmetro de medida, na maior parte dos casos, nos infantilizamos, dificultando, assim, o convívio social e, pior ainda, culpando os outros por tal dificuldade. Quando não, julgamos as pessoas que pensam, discordam e agem diferentemente daquilo que pensamos. O convívio social é imprescindível para o nosso crescimento e amadurecimento pessoal. Precisamos de pessoas que nos corrijam, que nos mostrem outros pontos de vista acerca daquilo que pensamos e da maneira como interpretamos a vida. Amigos, parentes próximos e, até um vínculo afetivo (namorado/noivo) são essenciais para nos ajudar a trilhar o caminho da maturidade. Quando nos isolamos, quando nos tornamos parâmetro de nós mesmos, geralmente, passamos a viver num mundo ideal, cada vez mais distante da vida real. Nós somos seres sociais, desde a nossa concepção, visto que, até pra nascer, precisamos de alguém. A nossa fala se desenvolve por causa de outras pessoas, e o nosso intelecto também. Enfim, o isolamento adoece-nos muito mais do que as frustrações que enfrentamos na convivência social. Aliás, isolar-se por conta de uma frustração relacional já demonstra o quanto estamos imaturos e necessitamos mesmo conhecer melhor os seres humanos e, principalmente, a nós mesmos, visto que nós também frustramos as outras pessoas, ainda que não acreditemos muito nisso. Por isso, se você busca ser sábio lembre-se: além do nosso empenho pessoal é necessário nosso empenho relacional-social. A medida que compartilhamos a vida com alguém, nessa troca de experiências, vamos enriquecendo emocionalmente e nos tornando mais sábios. E a parte mais legal disso é que também enriquecemos a vida de outras pessoas e contribuímos para que sejam mais sábias. Por isso, abra o seu coração, abra a sua mente, e permita-se aos relacionamentos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 17 de abril de 2013

"Melhor é um pedaço de pão seco com paz e tranquilidade do que uma casa onde há banquetes, e muitas brigas" (Provérbios 17:1)


Lendo este provérbio pela primeira vez, a gente até o acha bonito e verdadeiro. porém, na prática, parece que ele não é uma verdade para as pessoas. Digo isso porque, nos últimos anos, estamos migrando nossos valores, ou seja, estamos deixando de conferir valor às pessoas e conferindo valor às coisas. E, a medida que isso vai acontecendo o provérbio já não se aplica à vida. Em nome da ostentação muitas amizades são esquecidas, muitos relacionamentos entram em crise, muitos filhos são esquecidos e muitos pais são deixados de lado. Há lares que, a despeito do vemos nas festas sociais, internamente estão fracassados. Mas, como o valor está nas coisas, naquilo que querem mostrar aos outros, às vezes, as necessidades internas de afetividade, perdão, diálogo, aceitação, não são supridas, pois a vida tornou-se uma vitrine, arrumada para os outros mas sem qualquer vida em si mesmo. Este tipo de situação gera muitos conflitos, mágoas, indiferença e, em alguns casos, violência física e verbal. Possivelmente, quando Salomão escreveu este provérbios, ele tinha em sua memória toda a estética gloriosa da sua família paterna no Palácio, porém, no desastre familiar que foi a casa de Davi, onde, ante a fartura de bens e comidas, havia verdadeira fome de amizade, afeto, cumplicidade, perdão, diálogo, e tudo mais que é necessário para que uma pessoa se sinta dignificada naquele ambiente que deveria ser o mais segundo do mundo: o lar. Talvez Salomão fosse aquele filho que trocaria toda a riqueza da casa de Davi por um lar que, mesmo a pão e água, vivesse em harmonia. Dentre todos os tesouros desta terra a família é o maior patrimônio que alguém pode ter, porém, alguns não pensam assim. Mas e você, o que valoriza? Jesus disse que onde está o nosso tesouro, ali também, está o nosso coração. Pense nisso!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 16 de abril de 2013

"Quem examina cada questão com cuidado prospera, e feliz é aquele que confia no Senhor" (Provérbios 16:20)


Atualmente, no ambiente religioso, fala-se muito sobre prosperidade. Entretanto, esse tema aparece sempre acompanhado da idéia de algo que cai do céu, ou, então, como produto de barganha entre o homem e Deus. Porém, quando observamos vários textos bíblicos, inclusive o texto de hoje, percebemos que, na verdade, nenhum tipo de prosperidade cai do céu, mas, em havendo sabedoria, sensatez e, então, a bênção de Deus sobre nossas atitudes, a prosperidade pode ser uma realidade. O texto de hoje parece não apontar apenas para a questão financeira, mas abrange o sucesso em todas as áreas nas quais dedicamos tempo e reflexão para agir. O que tem prejudicado muitas pessoas nas decisões que tomam é a nossa filosofia imediatista de vida. Tudo pra nós tem de ser "pra ontem", por isso, respondemos, decidimos, compramos, vendemos, tudo sem pensar nas consequências dessas decisões. Os profissionais do comércio já perceberam essa nossa angústia imediatista e, por isso, estão cada vez mais comuns e frequente as "promoções relâmpago" ou as "oportunidades imperdíveis". Eu percebo que quando se fala em promoção, muitas pessoas compram sem nem mesmo ter necessidade do produto com preço mais baixo. Mas, se agíssemos assim apenas nessas situações, talvez sofreríamos menos. O problema que muitos de nós estamos levando esta filosofia de falar sem pensar, agir sem refletir, decidir sem avaliar, para os relacionamentos pessoais, e os resultados têm sido catastróficos. O imediatismo somado a impulsividade é uma fórmula destruidora; uma mistura explosiva, mas muitas pessoas estão aderindo a esta química da insensatez e, portanto, sofrendo e gerando sofrimento. Por isso, exercitemos a reflexão. De fato, algumas situações demandam uma reação rápida, porém, temos de levar em consideração que há muitas outras decisões que, dependendo da seriedade do assunto, podem comprometer a nossa vida inteira. Então, pense antes de agir, falar, decidir, comercializar, se comprometer, etc. 
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 15 de abril de 2013

"O zombador não gosta de quem o corrige, nem procura a ajuda do sábio" (Provérbios 15:12)


Quem é que gosta de ser corrigido? Penso que pouquíssimas pessoas. Entretanto, há uma grande diferença em não gostar de ser corrigido (situação) e ficar irado com quem faz a correção (pessoa). Infelizmente, é grande o número de pessoas que não sabem diferenciar uma coisa da outra. Geralmente, quando alguém é repreendido, acha que o repreensor está lhe fazendo algum mal, e, portanto, além de não acatar a repreensão, acaba que cortando os laços relacionais com quem lhe repreende. Levei algum tempo para aprender que, o fato de as pessoas não aceitarem minhas idéias ou, então, chamarem a minha atenção acerca de alguma situação, não significa que elas me rejeitam ou que estão tentando me prejudicar. Levei tempo para aprender a discernir acerca dessas situações tão comuns no nosso dia a dia. Faz parte da imaturidade confundir ou distorcer as motivações que levam uma outra pessoa nos corrigir. A imaturidade faz com que nos coloquemos numa posição inferior ou superior as demais pessoais, dificultando, assim, um relacionamento igualitário com todos. Pessoas imaturas, geralmente, ou se sentem perseguidas, ou, então, se sentem invejadas, pelas outras pessoas, gerando, portanto, muitos conflitos relacionais. Porém, a maioria das pessoas que nos corrige têm como finalidade nos ajudar e não nos prejudicar. Se quisessem nos prejudicar, com certeza, não nos corrigiriam, pelo contrário, permitiriam que persistíssemos no erro e, assim, efetivamente, permitiriam que nós mesmos nos prejudicássemos. Portanto, tenhamos cuidado com a maneira como lidamos com aqueles que têm disposição em nos ajudar, seja através do elogio, seja através da correção, pois, pessoas assim, estão em extinção nos círculos relacionais. 
Uma excelente tarde a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 8 de abril de 2013

"Amo os que me amam, e quem me procura me encontra" (Provérbios 8:17)


Este provérbio é uma declaração feita pela sabedoria. É interessante percebermos o quanto a sabedoria está acessível à todas as pessoas. Sim, ninguém precisa ser versado em todas as ciências e nem especialista em uma só, para que seja considerado sábio. A sabedoria se faz presente até entre as pessoas mais iletradas, aquelas sem qualquer acesso à educação. Enquanto escrevo isso, lembro-me, por exemplo, dos meus avós, dos meus pais, de pessoas simples com quem convivo e pastoreio. Gente que não carrega qualquer diploma de especialidade em seu currículo vivencial, mas que são especialistas na arte de viver e aprender com a vida. Aliás, mais do que isso, são especialistas humildes que compartilham sua sabedoria com aqueles com os quais convivem. Sim, conforme reforça o autor de Provérbios em todo o seu livro, a sabedoria é um tesouro de inestimável valor. É o único tesouro, a despeito de todas as outras riquezas deste mundo, que está acessível a quem por ele se interessar. Porém, infelizmente, por conta da nossa cultura capitalista, nem todas as pessoas vêem a sabedoria como algo precioso. Muitos estão mais preocupados em TER e não em SER. Muitos adotaram uma filosofia de vida que se contenta apenas com aquilo que é oferecido pela aparência, seja pessoal ou econômica. Limitam-se a ter muitas coisas porém, por falta de sabedoria, não conseguem absorver tais coisas de uma maneira sadia, ou seja, geralmente, acabam entrando em relacionamentos concorrentes, onde querem sempre ter mais e melhor do que os outros; acabam que tornando-se pessoas insatisfeitas com aquilo que possuem e, principalmente, consigo mesmas. Assim, aquilo que se possui acaba quase que ultrapassando a barreira daquilo que nós somos ou deveríamos ser enquanto cidadãos. Por isso, o autor de Provérbios, sendo alguém que teve um patrimônio monumental, porém em muitos momentos uma história trágica, aconselha-nos a investir nossa força e nossos esforços na obtenção de sabedoria, pois, tendo-a, com ou sem patrimônio, saberemos lidar com a vida e com as situações que são próprias da existência. No livro bíblico de Tiago, o autor diz o seguinte: "se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida" (Tiago 1:5). Sim, se há uma bênção na qual podemos ter certeza de que, em pedindo, Deus nos dará é a sabedoria. O grande desafio, por conta dessa filosofia capitalista, é saber se a sabedoria é para nós algo de valor ao ponto de investirmos nossa vida na obtenção dela. Vale à pena lembrar que, dentre todos os tesouros e riquezas deste mundo, a sabedoria é a única que podemos ter certeza de que, ao buscá-la, podemos efetivamente encontrá-la, pois, segundo nos diz o autor de Provérbios, quem busca a encontra.
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 5 de abril de 2013

"Não ouvi os meus mestres nem escutei o que me ensinavam. Cheguei à beira da ruína completa, à vista de toda a comunidade" (Provérbios 5:13-14)


Essa frase, diz o autor de Provérbios, será dita pelas pessoas que desprezarem a sabedoria, os conselhos e os ensinamentos daqueles que exercem autoridade sobre eles. Todo o capítulo cinco de Provérbios é um alerta acerca do adultério e da prostituição. São conselhos de um pai ao seu filho para que este não se iluda e, então, se perca no caminho da sedução. Particularmente, acredito que os conselhos desse pai se aplicam integralmente a cada um de nós, casados ou solteiros. Percebo que muitas das entregas que as pessoas fazem de si mesmas a outrem, estão relacionadas à carência, à insegurança, à baixa autoestima; bem como, também, estão relacionadas com a irresponsabilidade, diversão inconsequente, erotismo acendido pelo alcoolismo, e a pobre tendência humana de tratar o outro como objeto descartável. É possível que outros profissionais das ciências humanas ainda consigam identificar muitas outras razões. É verdade que, como dizem muitos jovens e adolescentes, "a vida é minha e, por isso, faço dela o que bem entender", porém, a vida que temos foi dada por alguém. Geralmente, por alguém que se importa com a nossa saúde física e emocional, ou seja, nossos pais. Sim, as experiências que vivemos hoje, com certeza, ou já foram experimentadas por eles, ou, então, foram negadas por eles. Puderam ser experimentadas e, por isso, eles têm todas as condições de orientar-nos devido ao resultado que tais experiências trouxeram a eles. Puderam ser negadas e, por isso, eles têm condições de nos explicar a razão pela qual negaram, se se arrependeram ou não de tal negação. Creio que, enquanto adolescentes e jovens, temos uma oportunidade de ouro: ouvir a voz (ou as vozes) da experiência de nossos pais, avós, e de pessoas mais experientes nas quais confiamos. Muitas pessoas já sofreram em situações parecidas com as quais estamos vivendo ou ainda vamos viver. Muitas pessoas venceram as mesmas lutas que passamos hoje. Tantas outras pessoas se orgulharam de vitórias e outras, até hoje, se culpam por muitas derrotas provenientes da insensatez, impulsividade ou pressão social. Toda essa gama de experiências vividas estão disponíveis a nós para que possamos, no mínimo, fazer uma leitura diferente daquela que estamos acostumados a fazer a partir da nossa própria ótica da vida. Por isso a importância dos pais dialogarem com seus filhos; por isso a necessidade de convivermos numa comunidade de acolhimento; por isso a necessidade de o inexperientes desenvolverem a capacidade de refletir acerca de tudo o que ouvem dos mais experientes. É certo que cada um lida com as situações da vida de maneira diferente, porém, saber sobre o roteiro da viagem, sobre as pedras, buracos e curvas perigosas do caminho, facilita, em muito, a nossa caminhada nesta vida. Além disso, tal conhecimento e troca de experiências, fazem com que, mesmo que optemos por arriscar, não cheguemos ao final da vida e tenhamos apenas lamento para compartilhar; ou, pelo menos, sejamos conscientes daquilo que vamos fazer e, ao final da vida, não sejamos um poço de amargura que coloca sob os outros os resultados de nossas irresponsabilidades. Ouçamos mais, compartilhemos mais, vivamos mais!
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 4 de abril de 2013

"Apegue-se à instrução, não a abandone; guarde-a bem, pois dela depende a sua vida" (Provérbios 4:13)


São poucas as pessoas que se dedicam à aquisição de conhecimento, principalmente, do conhecimento aplicado à vida. Geralmente nos empenhamos ao conhecimento profissional, pois este nos dá retorno econômico. Porém, o autor de Provérbios orienta-nos a nos apegar à sabedoria, ou seja, aos conhecimentos que nos preparam para a vida. No contexto geral do livro de Provérbios há uma ênfase na idéia de que "a sabedoria é mais preciosa do que o outro e a prata", por isso, quando o autor fala acerca da busca pela sabedoria, ele está nos conclamando ao encontro do maior tesouro que podemos obter. Estando acessíveis a sabedoria, o autor orienta-nos a nunca nos afastarmos dela, visto que a sabedoria pode nos conceder uma vida melhor. E isso é muito fácil perceber quando temos pessoas sábias no nosso convívio. Sim, são pessoas que, independentemente do poder aquisitivo, têm uma boa qualidade de vida: família estruturada, relacionamento conjugal sadio, amizades profundas, espiritualidade sensata, finanças estabilizadas; ou seja, são pessoas que, por conta da sabedoria que adquiriram ao longo da vida, desenvolveram a capacidade de lidar com a existência. Vivem melhor, se relacionam melhor, lidam melhor com o sofrimento, a decepção, as perdas; lidam melhor com a abundância ou escassez de recursos; conseguem dialogar, refletir e, quando necessário, mudar de opinião e/atitude; enfim, são pessoas mais instrumentalizadas para enfrentar a vida. Isso não quer dizer que tais pessoas não se iram, não se decepcionam, ou não cometem equívocos. Assim como as demais pessoas, os sábios são imperfeitos, falhos e limitados, porém, o que os diferencia das demais pessoas é a capacidade de enfrentamento, a tranquilidade em assumir suas responsabilidades ante os erros, e a capacidade de se permitir serem moldados pelas situações adversas e pelos erros cometidos. Geralmente, as pessoas que não têm a sabedoria como valor e objeto de conquista, desistem quando falham, punem-se quando erram, não se aceitam limitadas e portadoras de fraquezas, as quais são normais em todos os seres humanos, ainda que negadas por boa parte da sociedade. Quando não consideramos o conhecimento como algo de valor e prioridade em nossa vida, ou seja, quando simplesmente deixamos de buscar ajuda ou obter outros pontos de vistas, perdemos em qualidade de vida. Há pessoas que estão sofrendo profundamente, porém, não buscam saber o que desencadeou sua dor. Outras pessoas, em meio a tanta dúvida, preferem se calar ao expôr-se para os outros, evitando, assim, a descoberta da sua limitação. Pessoas assim, estão fechadas à sabedoria, e, infelizmente, estão fadadas a uma péssima qualidade de vida. Enquanto não se expuserem à sabedoria, promoverão muito sofrimento a si próprias, à família, aos amigos, e a todos quantos estiverem por perto. Por isso, apegue-se à sabedoria, esteja disponível a ela, pois, como diz o autor de Provérbios: "dela depende sua vida".
Um abraçãozão a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 3 de abril de 2013

"Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas" (Provérbios 3:5-6)


Confiança e reconhecimento são duas palavras e atitudes que, ultimamente, temos muita dificuldade em lidar. Confiar e reconhecer o outro é um exercício muito perigoso pois, afinal, nós nunca sabemos quem realmente é a outra pessoa. Sim, cada um de nós pode falar apenas de si mesmo e, em muitos casos, nem isso podemos fazer com muita convicção, dada a confusão emocional que algumas situações nos colocam. Talvez seja por isso que o autor de Provérbios convida-nos a confiar e a reconhecer ao Senhor, e não apenas as pessoas. É certo que, para muitas pessoas, confiar em alguém que não se vê, não parece algo muito natural; se bem que para algumas pessoas é mais fácil confiar no "desconhecido" do que confiar em alguém "de carne e osso". Entretanto, o convite da sabedoria é para que a confiança em Deus seja demonstrada através do compartilhamento da nossa vida: nossas angústias, frustrações, decepções, dúvidas, incredulidade, etc; e não apenas isso, mas também nossas alegrias, conquistas, sonhos, vitórias, etc. A grande proposta bíblica, percebida claramente na pessoa e ministério de Jesus, é o compartilhar da existência. Aqueles que conhecem a história de Jesus, podem perceber que o seu ministério pastoral tinha haver com a demonstração de que Deus estava presente na luta humana, manifestando-se como amigo, como aquele que consola na frustração, na perda; manifestando-se como aquele que consola ante as impossibilidades; manifestando-se como alguém próximo, numa relação de profunda amizade e, por isso, acolhedor do ser humano. É verdade que ultimamente fala-se de um Deus que mais se parece com um pai inseguro, ou seja, que mima os seus filhos para eles o cultuem; que os torna ricos, saudáveis, para que, assim, esses filhos não o abandonem e nem cresçam ao ponto de tornarem-se autônomos. Porém, não é isso que vemos na Palavra de Deus. Não é esse tipo de relação que o o autor de Provérbios está propondo quando nos convida a confiar e reconhecer ao Senhor. Salomão nos propõe uma vida de compartilhamento e parceria com Deus, ou seja, uma vida, assim como é próprio da existência, que enfrentará todas as angústias e felicidades que são comuns à todas as pessoas; angústias e felicidades que são impossíveis de não serem experimentadas; porém, por mais difíceis ou mais prazerosas que possam ser, são situações que necessitam de compartilhamento, de mentoria, e da presença de alguém que, a despeito das pessoas mais próximas, pode adentrar o mais íntimo da nossa alma, das nossas emoções, e, então, ainda que não resolva a nossa situação, pode nos dar a segurança de que não estamos sozinhos. Pode nos dar a segurança de que, mesmo que estejamos abandonas por aqueles a quem mais confiamos, há uma presença espiritual velando por nós. E nem sempre passaremos pelo abandono das pessoas, haverá situações, e você deve ter vivenciado isso, em que não temos condições de compartilhar com mais ninguém, e nessas situações, confiar e perceber a presença do Senhor nos acalentando, acolhendo e ouvindo nossa súplica que ora se apresenta por uma oração, ora se apresenta pelo silêncio, ora se apresenta através das lágrimas, nos trará grande conforto e segurança. Para alguns, Deus é apenas um meio dos fracos ancorarem sua fraqueza, porém, aqueles que pensam assim, em momento algum, conseguiram apresentar uma outra instância efetiva de acolhimento e consolação para a nossa vida. Não sei qual é a sua fé, se você ainda crê num Criador e Sustentador da vida, contudo, o autor de Provérbios, com toda a sua sabedoria, proveniente de uma vida intensa de experiências boas e ruins, descobriu que confiar em Deus e percebê-lo na caminhada da vida, faz com que vivamos melhor e, mesmo em meio a solidão, nos sintamos acolhidos, amados e consolados.
Pense nisso.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 2 de abril de 2013

"Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos... Então você entenderá o que é justo, direito e certo, e aprenderá os caminhos do bem" (Provérbios 2:1 e 9)


Nesse capitulo, o autor de Provérbios, torna a sabedoria numa personagem paterna que recomenda ao seu filho a obedecê-la (vs.1). Nos versículos que se seguem, a sabedoria explica os resultados benéficos em ouví-la. Quando convivemos com pessoas sábias temos condições de entender o quanto vale à pena esforçar-nos na obtenção do conhecimento. A sabedoria conduz aquele que a busca à ética, justiça, honestidade, verdade, enfim, a tudo aquilo que realmente tem valor e vale à pena investir nesta vida. Buscando e desenvolvendo a sabedoria, somos instrumentalizados para que possamos lidar melhor com as situações próprias da vida. As pessoas sábias têm uma capacidade maior de enfrentamento das dificuldades. Elas não praguejam e nem responsabilizam ninguém por aquilo que lhes acontecem. Elas sabem que olhar para vida e perceber aquilo que lhe é próprio e, também, ter a dimensão daquilo que estamos sujeitos a passar neste mundo: sofrimento, doença, acidentes, e outros percalços da caminhada. Tendo essa dimensão, tais pessoas conseguem absorver aquilo que é melhor até das coisas que não lhes parecem tão positivas. A sabedoria dá-lhes maturidade, experiência e fé para viverem. Somente os sábios entendem a justiça, seja a própria ou a social. Os sábios, quando não estão buscando a justiça para si, estão envolvidos na luta para que a justiça atenda aos não assistidos. E fazem assim porque a sabedoria os conduz para longe do egoísmo tão difundido pela insensatez, própria dos ignorantes. A sabedoria torna aquele que a busca em alguém em quem as pessoas confiam, admiram e buscam direção. Um profissional sábio leva a sua equipe à superação. Um casal sábio prospera em todas as áreas da vida. Pais sábios educam grandes homens e mulheres. Cônjuges sábios tornam-se os melhores amantes. Enfim, a sabedoria é um presente de Deus para a vida daqueles que a buscam, mas, é preciso buscá-la. É necessário investir tempo nisso. Infelizmente, ao que me parece, não é este valor que as pessoas querem para si. Porém, aqueles que a encontrarem, terão um tesouro para toda a vida.
Bom dia a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 1 de abril de 2013

"Tal é o caminho de todos os gananciosos; quem assim procede a si mesmo se destrói" (Provérbios 1:19)


Muitas pessoas têm o costume de tomar atitudes e decisões impensadas, porém, não gostam de assumir as consequências provenientes delas. Na segunda parte do capítulo primeiro de Provérbios, o autor orienta aos filhos a não andarem com as pessoas violentas e desonestas, ao contrário, ele convida aos filhos a atentarem aos seus conselhos e, assim, adquirirem discernimento para evitar o mal. Já ouvi pessoas que tomaram decisões motivadas pela impulsividade e quando colheram as consequências, disseram que Deus as havia castigado por aquilo que fizeram. Fácil agir desta maneira, não é mesmo? A gente opta pela insensatez e, quando tudo dá errado, colocamos a culpa em alguém. Porém, as coisas não são assim. Deus não castiga ninguém, visto que o Cristo já foi castigado em nosso lugar, na cruz. Nós somos plenamente responsáveis pelos nossos atos e, também, pelas consequências provenientes deles. Assim, quando decidimos por um estilo de vida que é egoísta, ou seja, que busca o nosso bem independentemente do malefício que causamos aos outros, com certeza, em algum momento, este estilo de vida irá provocar sérios problemas em nossa vida. Em algum momento teremos de nos encarar no espelho da vida e assumir que plantamos tudo aquilo que estamos colhendo. Talvez, assumir isso seja a maior dor que possamos enfrentar. E felizes são aqueles que terão condições de assumir suas responsabilidades. Tristes e fadados ao fracasso serão aqueles que, mesmo diante da dor que provocaram em si mesmos, se recusarão assumir a responsabilidade de seu sofrimento. Sim, estes, assim como disse o autor de provérbios, "a si mesmo se destrói". Nós somos livres para fazer o que bem entendemos com a nossa vida, porém, essa liberdade se limita ao respeito ao próximo e, essa liberdade, implica na consciência de que somos totalmente responsáveis pelas consequências do uso que fazemos dela, seja para o bem ou para o mal. Pense nisso!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira