sexta-feira, 26 de abril de 2013

"Como alguém que pega pelas orelhas um cão qualquer, assim é quem se mete em discussão alheia" (Provérbios 26:17)


Há pessoas que, definitivamente, procuram confusão, principalmente, aquelas pessoas que gostam de se meter em situação às quais não foram convidadas. Às vezes, tais confusões acontecem justamente porque faltam duas coisas: educação e bom senso. Sim, sem ambas ou sem qualquer uma delas, a gente fica suscetível à insensatez e, daí, está armado o cenário para que as confusões aconteçam. Há algum tempo trabalho na área de aconselhamento. Geralmente, quando algumas pessoas sabem disso, logo querem que eu me intrometa em todas as situações as quais elas "acham" que eu deveria intervir. Acham que eu devo me meter na relação conjugal de determinado casal; acham que eu devo aconselhar algum jovem ou adolescente que está apresentando um comportamento estranho; acham que eu devo orientar os pais que não sabem corrigir seus filhos; enfim, acham que eu devo fazer exatamente o que eles fariam, ou seja, me intrometer aonde não fui convidado. Por questões da ética profissional, da educação que recebi, e do bom senso que tenho, sempre atendo pessoas que reconhecem a necessidade de serem orientadas e, por reconhecerem meu trabalho, se predispõem, voluntariamente, a conversar comigo. Ninguém, por mais sábio que seja; por mais capacitado em orientação; por melhor profissional que possa ser; pode interferir na vida de uma pessoa sem, pelo menos, ser convidado. Este é um princípio inegociável da ética no aconselhamento. Porém, como aqueles que são intrometidos não entendem nada de ética, esse princípio não é respeitado, assim como não são respeitados aqueles que adotam a postura ética. O autor de Provérbios faz um comparativo do absurdo que é se meter na discussão ou na vida alheia, segundo ele, fazer tal intromissão implica, necessariamente, em causar problemas pra si mesmo e, também, agredir o outro. Se há algo que é urgente que muitas pessoas aprendam é que cada deva se limitar ao cuidado da sua própria vida (o que eu creio já dar muito trabalho). A vida das pessoas é algo tão particular que somente devemos nos ater à medida que somos convidados, caso contrário, o melhor é nos policiarmos para que a educação e o bom senso limitem nossa vontade intervencionista. Eu confesso que fazendo essas observações, a impressão que temos é que não podemos ajudar a ninguém, porém, se as pessoas confiarem em nós, com certeza, elas pedirão a nossa ajuda. Caso não peçam, então, entendamos que elas já têm alguém em quem elas confiem mais do que em nós, seja por uma questão de afinidade ou por uma questão de reconhecimento de capacitação. Em situações assim, lembre-se: confiança a gente não impõe, conquista. Simples assim.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

10 comentários:

  1. Estou lendo o livro de provérbios e de repente mim deparo com o capítulo 26:17
    Logo quis uma explicação mais ampla e achei a sua. Logo entendi melhor o versículo, muito boa explicação. Obrigada

    ResponderExcluir
  2. Muito boa essa reflexão,se eu tivesse lido antes com certeza ñ estaria passando pela angústia q tour passando nesse momento

    ResponderExcluir
  3. Amém Gostei da publicação

    ResponderExcluir
  4. agora entendi esse versiculo.

    ResponderExcluir