sexta-feira, 5 de abril de 2013

"Não ouvi os meus mestres nem escutei o que me ensinavam. Cheguei à beira da ruína completa, à vista de toda a comunidade" (Provérbios 5:13-14)


Essa frase, diz o autor de Provérbios, será dita pelas pessoas que desprezarem a sabedoria, os conselhos e os ensinamentos daqueles que exercem autoridade sobre eles. Todo o capítulo cinco de Provérbios é um alerta acerca do adultério e da prostituição. São conselhos de um pai ao seu filho para que este não se iluda e, então, se perca no caminho da sedução. Particularmente, acredito que os conselhos desse pai se aplicam integralmente a cada um de nós, casados ou solteiros. Percebo que muitas das entregas que as pessoas fazem de si mesmas a outrem, estão relacionadas à carência, à insegurança, à baixa autoestima; bem como, também, estão relacionadas com a irresponsabilidade, diversão inconsequente, erotismo acendido pelo alcoolismo, e a pobre tendência humana de tratar o outro como objeto descartável. É possível que outros profissionais das ciências humanas ainda consigam identificar muitas outras razões. É verdade que, como dizem muitos jovens e adolescentes, "a vida é minha e, por isso, faço dela o que bem entender", porém, a vida que temos foi dada por alguém. Geralmente, por alguém que se importa com a nossa saúde física e emocional, ou seja, nossos pais. Sim, as experiências que vivemos hoje, com certeza, ou já foram experimentadas por eles, ou, então, foram negadas por eles. Puderam ser experimentadas e, por isso, eles têm todas as condições de orientar-nos devido ao resultado que tais experiências trouxeram a eles. Puderam ser negadas e, por isso, eles têm condições de nos explicar a razão pela qual negaram, se se arrependeram ou não de tal negação. Creio que, enquanto adolescentes e jovens, temos uma oportunidade de ouro: ouvir a voz (ou as vozes) da experiência de nossos pais, avós, e de pessoas mais experientes nas quais confiamos. Muitas pessoas já sofreram em situações parecidas com as quais estamos vivendo ou ainda vamos viver. Muitas pessoas venceram as mesmas lutas que passamos hoje. Tantas outras pessoas se orgulharam de vitórias e outras, até hoje, se culpam por muitas derrotas provenientes da insensatez, impulsividade ou pressão social. Toda essa gama de experiências vividas estão disponíveis a nós para que possamos, no mínimo, fazer uma leitura diferente daquela que estamos acostumados a fazer a partir da nossa própria ótica da vida. Por isso a importância dos pais dialogarem com seus filhos; por isso a necessidade de convivermos numa comunidade de acolhimento; por isso a necessidade de o inexperientes desenvolverem a capacidade de refletir acerca de tudo o que ouvem dos mais experientes. É certo que cada um lida com as situações da vida de maneira diferente, porém, saber sobre o roteiro da viagem, sobre as pedras, buracos e curvas perigosas do caminho, facilita, em muito, a nossa caminhada nesta vida. Além disso, tal conhecimento e troca de experiências, fazem com que, mesmo que optemos por arriscar, não cheguemos ao final da vida e tenhamos apenas lamento para compartilhar; ou, pelo menos, sejamos conscientes daquilo que vamos fazer e, ao final da vida, não sejamos um poço de amargura que coloca sob os outros os resultados de nossas irresponsabilidades. Ouçamos mais, compartilhemos mais, vivamos mais!
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

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