segunda-feira, 22 de abril de 2013

"Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles" (Provérbios 22:6)


A criança nasce com poucos registros de "fábrica", ou seja, muito da sua personalidade, temperamento, caráter, etc, será formatado ao longo da vida. Nos primeiros anos, segundo aprendemos com Erik Erikson nas etapas do desenvolvimento humano, a criança vai assumindo - a medida que aprende por associação - a partir das atitudes do pais, os valores que ela carregará pelo resto da vida. Muitos não levam essas etapas do desenvolvimento a sério, acham que, pelo fato de serem criança, seus filhos não são capazes de fazer associações comportamentais. Entretanto, isso não é verdade. As crianças, por mais ingênuas que pareçam, têm uma capacidade aguçada de captar valores a partir das atitudes de seus pais. Quando os pais falham no quesito "ensino pelo comportamento", as crianças ficam suscetíveis a desenvolver, em algum momento da vida, alguma desorganização emocional como, por exemplo: baixa autoestima, narcisismo, atitudes de autocomiseração, insegurança, medo, etc. Cada bebê é um livro em branco, ao qual vamos ajudar na escrita de cada página. A grande diferença é que este "livro" não conta a história de alguém, mas é o próprio alguém; por isso, a necessidade de os pais se aterem sobre o que eles estão permitindo que seja registrado nesse "livro". É fato que nem tudo aquilo que vamos ajudar a escrever será mantido pelo resto da vida, há coisas que serão apagadas, outras apagadas e reescritas, outras ignoradas, pois, afinal de contas, o que está se desenvolvendo é um ser humano que, ainda que dependa da nossa ajuda na construção de si, em algum momento, de forma negativa ou positiva, irá se tornar autônomo, escrevendo com as próprias mãos a maneira como trilhará pela vida. E esse caminho ao qual será trilhado, com certeza, terá como fator decisivo as primeiras letras escritas, com a ajuda dos pais, na sua infância. Sobre quais objetivos o autor de provérbios está falando? Seria sobre os sonhos dos pais, do tipo: quero que esta criança seja um médico, ou freira, ou psicóloga, etc? Ou seriam esses objetivos os valores éticos os quais ajudarão tal criança a discernir por si mesma aquilo que é bom para ela? Penso que o autor fala desta segunda opção: os valores éticos-relacionais. Valores que, sendo ensinados, via palavras e comportamentos dos pais, ficarão registrados no coração da criança visto que serão reforçados ao longo da vida, proporcionando à ela um suporte para o que é bom, justo, honesto e verdadeiro, acerca da vida e do relacionamento com as pessoas. Por isso, é muito importante que os pais, na medida do possível, não terceirizem a Educação de seus a quem quer que seja: avós, escola, igreja, babá, enfim, a ninguém mesmo, pois essa responsabilidade e o sucesso de uma boa direção para a vida acontece, necessariamente, à partir dos pais, seja para o que é bom ou, infelizmente, para o que é mau. Então, pense nisso!
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

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