quarta-feira, 7 de novembro de 2012

"Diga à sabedoria: 'Você é minha irmã', e chame ao entendimento seu parente; eles o manterão afastado da mulher imoral, da mulher leviana com suas palavras sedutoras" (Provérbios 7:4-5)


Todo o capítulo 7 de Provérbios contém conselhos contra o adultério. Tais conselhos se aplicam tanto aos homens quanto às mulheres. A questão do adultério sempre foi levado muito a sério no contexto bíblico. Até mesmo Deus usa este termo para falar sobre a traição do seu povo, o qual o deixou e passou a servir aos deuses pagãos. A idéia principal de "adultério" é adulteração ou profanação daquilo que é puro, autêntico e verdadeiro. Aquelas pessoas que moram no estado de São Paulo, especialmente na região de Campinas, sabem os males provindos da adulteração dos combustíveis: o carro passa a gastar mais combustível; diminui consideravelmente a rodagem por litro de combustível; acúmulo de sujeira nos bicos ou carburador; sem contar o desgaste acelerado nas peças do motor e sistema de escamentos. Enfim, uma tragédia para quem é vitimado por combustíveis adulterados. Mas, pessoas não são carros. Nelas, os estragos são ainda maiores, principalmente porque não é possível substituir a dor, os traumas, a perda da confiança, o desenvolvimento da baixa autoestima e, principalmente, o sentimento de culpa que, geralmente, assola aquele que traiu e, em muitos casos, até aquele que foi traído. Enfim, relacionamentos afetivos foram feitos para ser autênticos, assim como devem ser autênticos aqueles que decidem envolver-se afetivamente com alguém, seja num vínculo de amizade ou num vínculo conjugal. A questão do adultério passa sempre pelo terreno da insegurança, seja de si mesmo ou do outro. Também não podemos deixar de ressaltar que, em alguns casos, o problema está relacionado a uma disfunção de caráter, entretanto, não vou analisar nem uma ou outra questão; penso que em ambos os casos, há sempre a falta de sabedoria e orientação. O autor de Provérbios, nesse caso, convida aos homens ou mulheres a buscarem pela sabedoria; a tornarem-se íntimos do conhecimento, abrangendo, assim, a capacidade de discernimento, julgamento das situações e percepção do perigo. Com isso, o autor não está afirmando que os sábios não caem nesta tentação, entretanto, ele parece querer demonstrar no contexto de todo o livro que, a medida que nos apropriamos da sabedoria, somos instrumentalizados para ponderarmos melhor acerca das decisões que temos de tomar. É verdade que vamos continuar a tomar algumas decisões erradas, entretanto, com menos frequência. Dotados de sabedoria, teremos mais condições de decidir, por exemplo, sobre o tipo de pessoa que vamos escolher para passar a vida inteira ao nosso lado; vamos ter mais condições de balancear a razão e a emoção para que, assim, tenhamos condições de fazer uma melhor escolha. Mas, como eu já disse, pode ser que, mesmo dotados de sabedoria, tomemos algumas decisões erradas, porém, faremos isso correndo menos riscos do que aqueles que fogem da sabedoria e desdenham da razão. Por isso, não perca tempo, invista em tornar-se sábio, enriqueça seus conhecimentos, e, assim, prove de relacionamentos autênticos, duradouros, baseados na amizade, fidelidade e cumplicidade.
Com carinho e amizade,  
Pr. André Luís Pereira

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