A imoralidade sempre se apresenta através da beleza, sensualidade e palavriado obsceno. Nas sombras do inconsciente humano há mundo de fantasias e desejos que ora se manifesta acobertado por comportamentos com segundas intenções, ora se resguardam na imaginação. Todo ser humano é assim. Freud foi muito sábio ao perceber, analisar e discorrer sobre o nosso inconsciente. Mas, apesar de todas essas sombras do inconsciente, algumas de nossas fantasias e desejos não podem ser satisfeitos. Tanto é assim que o nosso sistema emocional, através do superego, nos ajuda a conter os impulsos de algumas dessas fantasias. Quando o autor de Provérbios fala da mulher(homem) imoral, está apontando como imoralidade a relação sexual ilícita, ou seja, ele está falando daquela pessoa que, dentro de um relacionamento conjugal, aventura-se em outros relacionamentos. A impressão que temos é o autor de Provérbios, antes de censurar tal pessoal imoral, censura aqueles(as) que a procuram. Sim, porque é praticamente impossível censurar alguém que opta por este tipo de comportamento, porém, ainda que a nossa consciência do que é ético não possa ser imposta sobre quem quer que seja, podemos, a semelhança do autor de Provérbios, orientar as pessoas sobre os perigos de certos relacionamentos. É verdade que hoje em dia a sensualidade, desprovida de qualquer pudor, tornou-se banal e perdeu o seu encanto enquanto artifício de um relacionamento saudável, contudo, ainda que o sentido melhor esteja se perdendo, as consequências desastrosas são inevitáveis. Este tipo de relação é uma faca com dois gumes, ou seja, fere os dois envolvidos: a) os que se oferecem como objeto de desfrute e realização das fantasias e desejos do outro, visto que se tornam utilitários e descartáveis; b) os que se aproveitam daqueles que se oferecem, tratando-os com indignidade e desrespeitando, na maioria dos casos, os terceiros que, indiretamente, são afetados: namorados, noivos, cônjuges. Seja quem for que estiver envolvido neste tipo de relação acarretará para si sérios problemas emocionais, como por exemplo, baixa-autoestima, frustração e decepção. A autor de Provérbios já aponta tais decepções quando afirma que tanto a mulher (homem) imoral, quanto aqueles que com ela/ele se envolvem, caminham para a morte: moral, ética, física e espiritual. Por isso, muito cuidado ao alimentar e dar vazão àquilo que está em seu coração. Caso sua luta esteja maior do que suas forças, procure um terapeuta.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira
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