quarta-feira, 31 de outubro de 2012

"Uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar! É muito mais valiosa que os rubis" (Provérbios 31:10)


Desde a minha adolescência minha mãe dizia que eu tinha de ser sábio para escolher uma mulher para estar ao meu lado pro resto da vida. Naquela época, eu nem me preocupava muito com isso, estava vivendo a fase das diversões com os amigos, a vida corrida na Igreja, os muitos cursos profissionalizantes e a expectativa da profissão. Com o passar dos anos, fui dando um pouco mais de atenção acerca disso e, observando relacionamentos conjugais, percebendo a importância de se ter alguém sensato ao lado. Em tempos um pouco mais modernos, vejo que esta já não é mais a preocupação dos jovens. Por conta da facilidade do acesso à faculdade e, também, do desenvolvimento de relacionamentos que não requerem vínculos afetivos, vejo nascer uma geração mais voltada a si mesmo do que para o outro. Segundo uma reportagem de um determinado programa jornalístico, casamento não é algo que gera preocupação entre os jovens, ainda que, no caso das mulheres, há ainda o sonho do vestido de noiva e da constituição de uma família. Tendência, acredito eu, que há de ir enfraquecendo ao longo dos anos a medida que os relacionamentos forem se constituindo cada vez mais descartáveis. Entretanto, apesar de tudo isso, talvez porque eu seja saudosista, acredito no casamento como projeto de vida e algo significativo e imprescindível para a felicidade humana. Creio que não fomos criados para o individualismo. Somos seres sociais, altamente relacionais e que, conforme mostra a história, co-dependentes. Cito a história porque é através dela que percebemos o quanto a união dos povos, principalmente nos momentos de crise, ajudou a civilização a manter-se firme e a vencer seus desafios. Quando não há tal união, geralmente, o povo padece, e em alguns casos, extingui-se. Creio que este senso de união, de co-dependência e sobrevivência nasce, especialmente, no ambiente familiar. Olhe ao seu redor e perceba que muitos daqueles que estão entregues aos vícios, marginalizados nas calçadas, esquecidos pelo mundo, geralmente, procedem de famílias desestruturados ou não tiveram família alguma. Particularmente, eu não sei o que nos aguarda nos próximos vinte anos, entretanto, se os relacionamentos continuarem na filosofia descartável, acredito que assistiremos ao desenvolvimento de mais casos de depressão, angústia, violência, dependência química, etc. E tudo isso será um dos resultados da desconstrução do ambiente mais seguro, mais estabilizador e mais estruturador que temos, a família. Portanto, a semelhança do autor de Provérbios, creio que seja tempo de pensar naquilo que estamos edificando hoje, pois, aqueles que acharem uma boa companhia para a vida, com certeza, através de suas famílias, poderão oferecer uma esperança para um mundo que já está clamando por socorro. Pense nisso! Valorize o tesouro que você tem em casa.
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 30 de outubro de 2012

"Mantém longe de mim a falsidade e a mentira..." (Provérbios 30:8)


É difícil conviver em ambientes nos quais somos rodeados pela mentira e a falsidade. O autor desta frase, Agur, faz um pedido para Deus. Entretanto, tal pedido parece ter duas dimensões: social e a pessoal. Na dimensão social expressa-se a preocupação de não querer estar envolvido com pessoas falsas e mentirosas, afinal, quem se sente seguro convivendo com gente assim? É desgastante trabalhar, estudar, enfim, conviver num espaço onde todas as palavras têm de ser medidas, todas as atitudes devem ser policiadas, praticamente,  a  gente se torna um prisioneiro emocional. Na dimensão pessoal, creio que o pedido de Agur tem a ver com ele mesmo, com o seu desejo de não ser alguém que se valha da mentira e da falsidade para com os outros e consigo mesmo. E esta é uma tentação diária para cada um de nós. Quantos momentos há em que uma mentira resolveria o nosso problema? Quantos momentos há em que a falsidade evitaria diversos enfrentamentos próprios, e necessários, num relacionamento? Porém, mentir ou fazer de conta que não está acontecendo nada, ou então tratar de situações como se a gente não se importasse com elas, é a maneira humana mais desumana de lidar com várias situações nesta vida. O problema é o quanto tudo isso nos adoece, nos empobrece, e desenvolve em nós a covardia. Sim, porque as pessoas mentirosas e falsas são, na verdade, pessoas que têm medo de encarar a vida; de encarar seus relacionamentos; e encarar as consequências dos seus atos e decisões; por isso mentem, por isso dissimulam. Mas como é ruim ter de sustentar uma mentira; como deve ser ruim não poder ser aquilo que se é e, então, ter de escrever uma história paralela a história real da nossa vida. Como deve ser ruim não ser sincero, verdadeiro e honesto com as pessoas que nos cercam. Há pessoas que optam pela falsidade como estratégia de convivência com as pessoas que elas não gostam, que terrível! Agir assim é o mesmo que igualar-se aos desafetos. Entretanto, por outro lado, como é maravilhoso ser alguém em quem as pessoas podem se relacionar com segurança. Como é bom ter a liberdade de ser quem nós realmente somos, sem medo, sem insegurança, apenas oferecendo às pessoas nossas potencialidades e, até, fraquezas. Como é bom ter condições, por conta da nossa maturidade, de enfrentar a vida de frente e assumir, conscientemente, nossas responsabilidades e as consequências dos nossos atos. Isso implica em viver bem! Viver assim é experimentar aquilo que chamamos de qualidade de vida. Viver assim é libertarmo-nos das cadeias que a mentira e a falsidade impõem sobre aqueles que delas fazem uso. Jesus disse que a verdade liberta, e eu penso que ele disse isso vislumbrando, também, o aspecto pessoal, o caráter daquele que crê. Eu sei que, às vezes, a mentira parece ser uma alternativa mais prática e que a falsidade se apresenta como uma maneira mais simples de transitarmos em determinados ambientes, entretanto, de que vale tanta praticidade e simplicidade quando o nosso caráter está sendo consumido?
Pense nisso, e tente provar a liberdade que vem da verdade.
Um abraçãozão!
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

"Como o louco que atira brasas e flechas mortais, assim é o homem que engana o seu próximo e diz: "Eu estava só brincando!". (Provérbio 26:18-19)


Quem nunca passou por uma situação semelhante a relatada no provérbio? É incrível a quantidade de pessoas que têm esta "mania": agir impulsivamente, magoando as pessoas e, depois, com o maior despeito, dizer: "eu estava só brincando!". Essa é uma prática muito comum nos ambientes competitivos e nos ambientes de voluntariado, inclusive, grupos religiosos. Há pessoas que têm uma grande predisposição em fazer o outro sofrer. Lançam seu "veneno" e quando o outro é ferido, valem-se de tons de brincadeira acerca daquilo que foi feito ou dito. Com esse tipo de pessoa temos de manter um relacionamento mais superficial se não quisermos sofrer, pois, elas não têm qualquer peso na consciência quando agem dessa maneira. Particularmente, creio que essa frase é apenas uma fuga utilizada por aqueles que não têm coragem de assumir suas reais intenções. É uma das frases e atitudes mais covardes com a qual já me deparei. O provérbio de hoje, alerta-nos quanto a responsabilidade que há em cada palavra que falamos. Jesus disse que "o que entra pela boca não faz tanto mal ao homem, quanto o que sai dela", e isso é verdade. Precisamos, urgentemente, policiarmos aquilo que falamos. Na verdade, creio que precisamos mesmo é ser sinceros conosco e com as pessoas com as quais nos relacionamos. Jesus também disse que "a verdade liberta" e, de fato, liberta mesmo. Liberta aqueles que falam a verdade e aqueles que ouvem a verdade. Por isso, em nossos relacionamentos, sejamos sensíveis, sinceros e transparentes para que, assim, as pessoas encontrem em nós dignidade para que, então, possam se relacionar conosco de maneira livre e segura. Com certeza, à medida que exercitarmos a sinceridade, agregaremos amizades sinceras em nossas vidas.
Bom dia a todos!!
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

"A palavra proferida no tempo certo é como frutas de ouro incrustadas numa escultura de prata" (Provérbios 25:11)


Como na maioria das vezes, o autor de provérbios fala sobre a importância de se colocar bem a palavra. E, realmente, saber falar é algo importantíssimo em nossa vida. Com as palavras, segundo diz o apóstolo, podemos matar, emocionalmente, uma pessoa. Infelizmente, este tipo de assassinato não é condenado neste mundo, mas é o crime mais recorrente neste tempo em que a palavra tem lugar de destaque na sociedade. Entretanto, no meio de tanta violência verbal, há aquelas pessoas maravilhosas, iluminadas pela graça e pelo amor, que, quando falam, têm o poder de ressuscitar os emocionalmente mortos. Há pessoas que, quando falam, aconselham, e até quando estão em silêncio, espargem vida à vida das outras pessoas. Gente assim, é rodeada de amigos, de boa companhia. São alvos de admiração, cuidado e, principalmente, da bênção de Deus. Saber falar e saber silenciar na hora certa é uma dádiva de poucos. São ricas as pessoas que têm tal sensibilidade. Meu avô dizia que "falar, até papagaio fala", seguida dessa frase ele dizia outra: "quero ver é falar o que é certo, na hora certa e do jeito certo". Às vezes ouço algumas pessoas ansiosas para "dizer umas verdades na cara do fulano"; quando ouço isso, logo fico angustiado porque sei que tais verdades, ainda que sejam verdades, se perderão ao vento, visto que serão usadas como armas para destruir ou desmoralizar alguém. Porém, se quisermos edificar bons relacionamentos, antes de qualquer coisa, temos de aprender a falar. Se quisermos ser bons profissionais, não basta apenas enriquecer nosso currículo com cursos e experiências, temos, antes, de aprender a falar; se quisermos ter um bom casamento, não basta silenciar antes as reivindicações do outro, temos de aprender a falar; se quisermos ter um relacionamento significativo com Deus, temos de aprender a falar. Enfim, a palavra é algo fundamental em nossa vida, a partir dela todas as portas se abrem ou se fecham. Por isso, sejamos mais criteriosos; sejamos sábios. 
Reflita: o que as palavras que saem da sua boca têm gerado nas pessoas?
Bom dia!
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"Com sabedoria se constrói a casa, e com discernimento se consolida. Pelo conhecimento seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável" (Provérbios 24:4)


Estou ficando mais rico a cada ano. Sim, com o passar dos anos, vou estar entre os milionários. Mas calma, eu não estou assaltando a igreja a qual pastoreio. Na verdade, essa riqueza da qual estou falando não é palpável, ainda que seja perceptível ao toque. Essa riqueza tem diversos nomes: sabedoria, discernimento, conhecimento, amor, carinho, cumplicidade, amizade, cuidado, e compromisso. Eu e a Liliane estamos construindo o nosso lar com os juros e correções monetárias provenientes dessas riquezas. Os cômodos da nossa casa estão cheios dessas jóias preciosas. Há exatamente quatro anos (24/10/2008) assumimos um compromisso mútuo, selado com um contrato de casamento, seguido de uma aliança no dia 25/10/2008. À partir de então, estamos colhendo os frutos de nossos investimentos, estamos, a cada dia que passa, ficando cada vez mais ricos em amor, cumplicidade, amizade, compromisso, felicidade, companheirismo, enfim, estamos em prosperidade crescente quando o assunto é relacionamento conjugal. Isso significa que não temos problemas, divergências e nem passamos por dificuldades? Não! No que diz respeito às dificuldades próprias da vida, vivemos como todas as demais pessoas. Às vezes, por conta dos compromissos e investimentos que temos e fazemos - faculdade, carro, aquisição da moradia própria - já passamos por grandes crises financeiras e relacionais. Entretanto, como eu já disse, desde que assumimos um compromisso mútuo, esse compromisso tem, como diz o provérbio de hoje, enchido nossos cômodos daquilo que é precioso e agradável. Por mais lutas que muitas vezes enfrentamos - individuais, conjugais ou vivenciais - as bases em que construímos o nosso relacionamento nos dão suporte para que possamos atravessá-las sem perdermos a doçura. Afinal, a vida é, também, uma sucessão de situações, ora boas ora difíceis, e se nos deixarmos ser conduzidos apenas pelas circunstâncias, o que restará do nosso relacionamento? Com certeza, será empobrecido porque permitiremos que aquilo que é passageiro consuma aquilo que deve ser permanente: NÓS. Infelizmente, nesse tempo em que vivemos, tenho percebido que os casais - ficantes, namorados, noivos e cônjuges - muitas vezes, têm deixado de investir em si, no outro, no relacionamento, e têm investido naquilo que é secundário. Observo alguns casais investindo dinheiro em bens materiais, entretanto, desprovidos de maturidade, sabedoria e um compromisso mútuo que, de fato, os enriqueça existencialmente e emocionalmente. São pessoas que têm condições de ter uma casa, mas não de terem um lar. Terão (ou já têm) filhos, mas terão (têm) grande dificuldade de edificar uma família. Com o decorrer da vida, quando temos alguém realmente significativo para compartilhar e construir uma nova história, vamos descobrindo que as maiores riquezas dessa vida o dinheiro não pode comprar. Aliás, quando bem acompanhados, como é o meu caso, vamos descobrindo que até os miseráveis, quando dotados de sabedoria e discernimento, são capazes de ser milionários; pois, dentre as riquezas deste mundo, nada pode nos dar mais felicidade do que uma lar construído, consolidado e superlotado com os valores que realmente trazem sentido à nossa vida e ao nosso relacionamento conjugal. E como eu tenho sido feliz desde que eu e a Liliane assumimos o compromisso de construir o nosso relacionamento sob os alicerces da sabedoria e do discernimento. Hoje, ao completar quatro anos de casamento, eu posso dizer que, de fato, estamos enriquecendo a cada dia. Obrigado Senhor! Te amo meu anjo, sempre e pra sempre!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 23 de outubro de 2012

"Não evite disciplinar a criança; se você a castigar com a vara, ela não morrerá. Castigue-a, você mesmo, com a vara, e assim a livrará da sepultura" (Provérbios 23:13-14)


O provérbio de hoje é um terror para aqueles que são filhos, e é uma bandeira para muitos pais. Já ouvi muitos pais e educadores cristãos valendo-se desse provérbio para incentivar a palmada, chinelada ou a varada. Já ouvi alguns dizerem que é pecado dar palmadas, chineladas, cintadas, porque a Bíblia diz que a disciplina deve ser feita com a vara (quase caí da cadeira quando ouvi isso). Particularmente, creio que nenhum dos métodos estão corretos. Quando olhamos para esse provérbio não podemos interpretá-lo sem levarmos em consideração o contexto no qual foi escrito. Naquele período bíblico e naquela cultura, possivelmente a disciplina era entendida, também, como expressões de violência. Entretanto, acredito que, como em anos anteriores, os pais batiam nos filhos com a consciência de que não estavam agindo violentamente, acreditavam estar disciplinando. Então, você pode perguntar: qual a validade desse provérbio hoje? Penso que ele traz um preceito importante: a importância de educar e, quando necessário for, disciplinar. Mas disciplinar não com as motivações erradas: quando se está com raiva, quando há discussão mais áspera; sem, antes, haver diálogo; sem antes "esfriarem a cabeça". A disciplina é um exercício do amor, do cuidado, do querer bem. Por conta das experiência familiares do passado, muitos pais não conseguiram temperar a medida da disciplina. Alguns, por terem apanhado demais de seus pais, tornaram-se permissivos demais, indiferentes ao mau comportamento de seus filhos. Outros, mesmo tendo apanhado na infância, adotaram a filosofia de seus pais e, até hoje, agem violentamente com seus filhos. Esses extremos, como em todas as áreas de nossa vida, não fazem bem nem aos pais e nem aos filhos. Aqueles que batem na criança, geralmente, carregam a culpa daquilo que fazem (com excessão daqueles que são emocionalmente conturbados); aqueles que não batem, geralmente, ficam envergonhados com as atitudes de seus filhos, seja na infância, adolescência ou na vida adulta, e depois se culpam pela omissão em repreender ou disciplinar. A melhor postura é aquela que provém do amor, do querer bem, do desejo de preparar a criança para vida, ensinando-lhe que toda ação produz uma reação; ensinando-lhe que o respeito é uma conquista bidiredional; ensinando-lhe que nossas atitudes impensadas, impulsivas ou negativas, carregam consigo consequências dolorosas e traumáticas; ensinando-lhe a plantar boas sementes e, também, de uma maneira pedagógica, responsabilizando-a a colher os maus frutos das más sementes plantadas. Para os pais que querem apenas uma relação de obediência cega e obtida pelo terror, pensar no provérbio de hoje sem contextualizá-lo, talvez seja a melhor reflexão que tenham recebido nesse ano. Porém, para os pais que estão engajados em educar homens e mulheres de bem; estão engajados em, muito mais do que criar filhos, desenvolver laços fiéis de amizade; estão interessados em, mais do que ser temido, ser respeitados sob as vias do amor e admiração; o provérbio de hoje, com certeza, será um estímulo à verdadeira educação que só pode ser administrada no lar. 
Bom dia a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"O prudente percebe o perigo e busca refúgio; o inexperiente segue adiante e sofre as consequências" (Provérbios 22:3)


O provérbio de hoje é um "tiro no pé" daqueles que levantam a bandeira triunfalista, ou seja, daqueles que incentivam as pessoas a nunca desistirem, a enfrentarem toda e qualquer situação; é um "tiro no pé" daqueles que acham que buscar ajuda, depender dos outros, e pensar antes de agir, são atitudes de gente "fraca".
Há muito tempo tem-se distorcido muitos valores que são imprescindíveis à vida, a prudência, por exemplo, é um deles. É questão de sabedoria saber a hora de parar; é questão de prudência saber quando voltar atrás; é questão de maturidade entender que tal atitude realmente não convém ser tomada. Porém, na filosofia atual - seja a social ou a religiosa - qualquer ato pensado logo é denominado como covardia, medo, fraqueza e falta de fé. Mas há momentos - podemos até dizer que todos os momentos - que requerem de nós um tempo de reflexão; um tempo de maturação das idéias para que possamos decidir, fazer, adquirir, agir, se envolver, etc. É uma questão de sabedoria quando, em percebendo o perigo, ao invés de enfrentarmos, nos refugiarmos, nos escondermos. E isso se aplica a todas as áreas da nossa vida, ou seja, quando abordados por um assaltante, a atitude prudente é não reagirmos, caso contrário, podemos perder mais do que os bens; quando andando pela rua, percebemos um grupo de pessoas alcoolizadas, o melhor é mudar o caminho; quando estivermos para fazer um negócio ou tomar uma decisão importante e percebermos que a pessoa não está sendo clara o suficiente, deixando-nos em dúvidas, o melhor é desistir e esperar até que tudo se esclareça. Gente que se comporta por impulsos, geralmente, como diz o provérbio de hoje, sofre as consequências. Em diversas situações, o medo e a insegurança se tornam nosso mecanismo de defesa, pois, sem eles, cometeríamos muitas imprudências sem pensar. Por isso, quando alguém, irrespon-savelmente, o desafiar a fazer coisas que não tem sentido algum; quando alguém vier com aquelas conversas de que "você pode, você consegue, você tem direito", tome muito cuidado. De fato, nós podemos, nós conseguimos e, em muitas coisas, nós temos direito, entretanto, será que nos convém? Será que precisamos? Será que é necessário? Seja prudente, esteja atento às intenções das pessoas; não haja com imaturidade ou impulsividade, afinal, ainda que muitos o incentivem, somente você sofrerá as consequências de atos impensados. 
Um bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

"Muitos adulam o governante, e todos são amigos de quem dá presentes" (Provérbios 19:6)

Eu tenho apenas dois amigos pessoais. Essas pessoas queridas são muito importantes na minha vida. São pessoas com as quais eu sei que posso contar seja qual for a situação. São pessoas que eu tenho por perto em todo tempo, mesmo à distância. E à medida que me relaciono com eles, percebo o quanto é precioso ter um amigo por perto. E tê-los não por uma questão utilitária, mas por uma questão relacional. Como é bom conversar com eles, sair com eles, divertir-me com eles, dividir a minha vida com eles. Entretanto, tenho observado que, neste tempo em que as relações são mais virtuais e estéticas, as pessoas estão perdendo a bênção dos vínculos profundos. A superficialidade das relações virtuais está afetando os relacionamentos pessoais, tornando a amizade, o amor, a camaradagem, cada vez mais impessoais. Muitas pessoas têm se aproximado das outras quando há algum interesse, quando há alguma vantagem a se tirar do outro. Outras, às vezes até por uma questão de baixa autoestima, se aproximam apenas daqueles que as adulam, que não as censuram. Imagino até que aquela eterna confusão que se faz entre amigos, conhecidos e colegas, esteja cada vez presente na mente das pessoas e, portanto, as decepções provindas dessa confusão, está reforçando a idéia de relacionamentos superficiais. Os relacionamentos, sejam eles quais forem, são de grande importância em nossa vida. São eles que nos ajudam no amadurecimento e crescimento pessoal e social. Àqueles que estão ligados à alguma Comunidade Religiosa, os relacionamentos também afetam positivamente ao crescimento e amadurecimento espiritual, afinal, no Evangelho, o convite da salvação têm duas vias relacionais: Deus e as pessoas. Portanto, deve ser nossa preocupação o tipo de relacionamento que estamos oferecendo às pessoas, e não apenas aquilo que estamos recebendo delas, afinal, na lei natural da vida, nós recebemos aquilo que oferecemos, ou, como bem disse o apóstolo Paulo: cada um colhe aquilo que planta. Eu sei que há muitas pessoas que se aproximam de nós tendo intenções meramente egoístas, porém, a Bíblia nos convida à sabedoria para que saibamos lidar bem com essas coisas e, assim, aprendermos a cultivar relacionamentos sãos e verdadeiros, seja com cônjuges, pais e filhos, amigos, colegas e, até, conhecidos. A Bíblia é rica em nos orientar a estabelecermos os espaços que as pessoas vão ocupar em nossa vida, justamente para que não venhamos a sofrer e nem fazer com que os outros sofram por acreditar que são mais do que pensam ser em nossa vida. E à medida que aprendermos estabelecer esses espaços, vamos ser cada vez mais honestos com as pessoas e, assim, teremos mais condições de construir vínculos relacionais cada vez mais significativos dentro dos espaços que cada um terá em nossa vida. Viva à amizade, ao coleguismo e aos demais relacionamentos!
Um abraçãozão a todos!
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"Quem responde antes de ouvir comete insensatez e passa vergonha" (Provérbios 18:13)


Vivemos na era da informação. Recebemos informação o tempo todo, seja verbal ou visual. Por isso, a tentação de repassar, comentar, reproduzir as informações que recebemos, é muito grande. Tal tentação, às vezes, nos derruba sem qualquer compaixão. Conheço muitas pessoas que têm uma enorme dificuldade de ouvir, somada a uma enorme facilidade para falar. Pessoas com essas características, geralmente, passam muita vergonha. Outras, de tão acostumadas com as gafes que cometem, já nem se importam mais com as consequências dos seus atos. Entretanto, se a nossa intenção é viver bem nesta terra, controlar nossos impulsos é uma questão de sabedoria. Não dá pra repassar ou reproduzir as informações que recebemos sem que antes confirmemos a fonte ou os fatos. Há pessoas que não ouvem e não pensam antes de falar. São grandes geradoras de confusões, intrigas, inimizades. Atualmente, com o crescimento das redes sociais as informações - inclusive e principalmente - da vida das pessoas estão escancaradas numa vitrine virtual para que o mundo todo tenha acesso. Nessas redes de relacionamentos, por ser um ambiente "democrático", as pessoas falam o que bem querem, expõem seus pensamentos e opiniões e, infelizmente, agridem umas às outras. A impressão que temos é que as pessoas estão demasiadamente impacientes, ou que todo mundo quer ser dono da razão (da própria razão). Não há mais espaço para o diálogo, debates, críticas construtivas, e exposição de pensamento que seja contrário. As pessoas têm tanta ansiedade para responder, revidar e humilhar o outro, que não há mais espaço para se dialogar acerca de determinado assunto. Neste tempo chamado pós-moderno, cada um assumiu a sua própria e inegociável verdade, fazendo com que, assim, ninguém mais possa pensar diferente. Isso parece significar que, quanto mais  conhecimento agregamos, menos democráticos nos tornamos. Triste constatação.
Um abraço a todos!!!
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"O ímpio dá atenção aos lábios maus; o mentiroso dá ouvidos à língua destruidora" (Provérbios 17:4)


Ainda que o provérbio de hoje faça um apontamento sobre as coisas que o ímpio e o mentiroso  valorizam, eu pensei em refletir naquilo (ou naqueles) que nós damos ouvidos. Vivemos cercados de diversas pessoas: gente boa, honesta, divertida; e, também, de pessoas mal intencionadas, falsas, fofoqueiras. Viver rodeados de pessoas assim, não há qualquer problema. Na verdade, o problema está no fato de como nos relacionamos com esse tipo de gente. O autor de provérbios afirma que o ímpio e o mentiroso gostam de gente má. Acredito que esta constatação tenha se dado pelo autor porque, geralmente, é isso mesmo que percebemos nos ambientes nos quais nos relacionamos. Pessoas mal intencionadas gostam de se relacionar com pessoas de mesma índole. Sim, porque, os maus gostam de ter alguém por perto que, de uma certa maneira, justifique e apóie as suas maldades. Saber que o outro se delicia e aprova a maldade, faz com que o ímpio ou o mentiroso se sintam mais motivados para serem o que são e, até, em determinados momentos nos quais alguém é prejudicado, se sentirem injustiçados quando são acusados da maldade que praticaram. Os ímpios e mentirosos dificilmente têm amigos, na verdade, têm cúmplices, ou seja, alguém que eles possam responsabilizar pelas consequências dos seus atos. Nas empresas e nas escolas este tipo de pessoa e relacionamento são muito fáceis de serem identificados. Por isso, você que está inserido num desses contextos relacionais, seja prudente. Aliás, faça o caminho inverso do provérbio, ou seja, dê atenção aos lábios bons, à gente honesta, íntegra, ética; dê ouvidos àqueles que falam a verdade, que são sinceros. Eu sei que, às vezes, quando erramos, nos aproximamos daqueles que compartilham com o erro porque, assim, a nossa consciência é um pouco aliviada do peso do erro cometido. Entretanto, ser sábio e honesto requer que não tenhamos medo da verdade que tanto pregamos e, assim, enfrentemos com honra e dignidade as consequências dos nossos atos. Atentemo-nos, então, a quem temos dado ouvidos; sejamos sábios e prudentes para o nosso próprio bem.
Bom dia a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 16 de outubro de 2012

"Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o espírito do que conquistar uma cidade" (Provérbios 16:32)


As pessoas ajudam a expor as filosofias que estão direcionando a nossa sociedade. Creio que uma das características mais marcantes desses últimos anos é o imediatismo. A tecnologia, dentre tantos aspectos positivos, nos ensinou algo negativo: a querer tudo para "ontem". Já não temos mais paciência para aguardar nada, queremos que tudo aconteça imediatamente. Há algum problema nisso? Creio que não, desde que entendamos claramente que nem tudo se realiza no imediato, principalmente, quando o assunto deixa de ser as máquinas e se volta para os seres humanos. Sim, às vezes percebo que nós estamos aprendendo a tratar seres humanos como máquinas. Exigimos deles a mesma capacidade de responder, agir, realizar, que recebemos dos computadores. Com isso, estamos percebendo se caracterizar uma geração estressada, agressiva e pressionada. Há muita pressa em galgar novas e mais altas posições profissionais; há muita pressa em se conseguir ascensão social; temos sido impulsionados ora por atalhos antiéticos, ora por um caminho de cobranças - pessoais e sociais - que mais produzem malefícios do que nos beneficiam. Uma das filosofias populares desse tempo está baseada na força e conquista. Sucesso tem sido sinônimo daqueles que são fortes e/ou daqueles que conquistam coisas: patrimônios, títulos, pessoas (sim, pessoas já fazem parte daquilo que muitos chamam de "coisas"). Entretanto, na teoria parece até bonito ser forte e possuir coisas, porém, na prática, essa filosofia popular tem criado um bando de alienados, egoístas e utilitaristas. Geralmente quem adere à esse tipo de filosofia popular acaba passando por cima das pessoas, do tempo, e das etapas. Esse tipo de pessoa não consegue esperar, não consegue respeitar as fases naturais da vida para que se obtenha, conquiste, e, até, mereça. Muitos adultos se tornaram crianças emocionais, pois já não sabem mais esperar, querem tudo para ontem, nem que pra isso seja necessário negociar os valores éticos e morais. Pessoas assim oprimem os mais simples, desrespeitam os mais "fracos", sentem-se donos de tudo e de todos. Mas, o sábio provérbio de hoje, lembra-nos que os valores são mais importantes e significativos do que as coisas. Tem muito mais valor aqueles que se permitem ser tratados pelo tempo; que se permitem a liberdade da construção de si mesmo; que se permitem o desenvolvimento da sua força na academia da vida; e, assim, conquistam definitivamente, com respeito, com dignidade e, principalmente, com merecimento. De fato é mais rápido conquistar as coisas através do terrorismo, no grito, na base da força e a imposição, entretanto, dessa maneira a gente ganha o mundo inteiro mas, como bem disse Jesus, a gente "perde a alma". A grande experiência que a sabedoria nos proporciona é viver bem conosco mesmo e com as pessoas. Mas eu reconheço que, nos últimos anos, ser temido dá mais ibope do que ser honrado. A grande questão é: é isso que queremos pra nossa vida? Pense, e se necessário for, tome novas atitudes.
Bom dia a todos!!!
Pr. André Luís Pereira

domingo, 14 de outubro de 2012

"O falar amável é árvore de vida, mas o falar enganoso esmaga o espírito" (Provérbios 15:4)


Vivemos numa época em que as pessoas parecem estar aprendendo a falar mais. Tenho a impressão que no passado as pessoas falavam pouco acerca de si mesmas, ainda que não tivessem tanta discrição para falar dos outros. A palavra é uma arma em nossas mãos. Com ela, podemos até matar, emocionalmente, alguém. Por isso, as pessoas gostam de estar por perto de quem sabe dosar aquilo que fala, ou seja, as pessoas gostam de estar perto de quem é sábio. Como é ruim conviver com gente que não sabe falar. E quando eu digo isso, estou falando daquelas pessoas que, por vezes, falam até a coisa certa, porém, a dizem na hora errada e do jeito errado, causando, assim, muito sofrimento aos outros. Saber falar é uma arte. É uma arte proveniente da educação e do bom senso. Estar ao lado de pessoas sábias é uma das melhores experiências da vida. Talvez, seja por isso que o autor de provérbios tenha dito que o falar amável é árvore da vida. E, particularmente, eu também acho que é. Quando temos a companhia de pessoas sábias, somos brindados por momentos e conselhos significativos. Graças a Deus nesta minha curta caminhada nesta terra, fui presenteado com pessoas muito sábias: atualmente, minha esposa Liliane; meus pais, meus amigos: Flávio e Káthia, Fábio e Nádia; meu mestre profissional Ivo Marçal; o Rev. Isauro Carriel, mentor espiritual. Enfim, essas pessoas ajudaram na minha construção profissional, ética, moral e espiritual. Seus conselhos, direções, orientações, me acompanham até hoje e, com certeza, vão me acompanhar pelo resto da minha vida. Mas, uma das coisas que me desafiam ultimamente, é poder oferecer às pessoas que me cercam esta mesma sabedoria que recebi para que, assim, a minha vida faça sentido para os outros aqui nesta terra. Eu tenho percebido que, nos últimos anos, eu mais quis receber do que oferecer algo às pessoas. Hoje, portanto, eu quero desafiá-lo a compartilhar seus conhecimentos, experiências e sabedoria com aqueles que o rodeiam. Se há uma coisa de valor inestimável que podemos oferecer e receber gratuitamente das pessoas é a sabedoria. E esta não depende de formação acadêmica e nem de títulos científicos, basta apenas que compartilhemos a nossa história, com nossas frustrações, decepções e vitórias, nessas situações, ainda que as achemos insignificantes, são onde se expressa a nossa sabedoria. Creio que se exercitarmos tal compartilhamento, vamos ser abençoados com a boa companhia das pessoas e com o privilégio de poder ajudá-las (às vezes até sem percebermos). Há de se acrescentar o fato de que o compartilhamento fará bem à nossa própria alma.
Pense nisso! Sua vida é preciosa demais para ficar guardada apenas para você mesmo, compartilhe-a! Faça de sua vida uma árvore de vida!
Boa tarde a todos!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

"O coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra bondosa o anima" (Provérbios 12:25)


Você já deve ter percebido que o autor de provérbios é enfático quanto a palavra. Eu já escrevei várias reflexões abordando esse assunto. Hoje, mais uma vez, o autor chama-nos à atenção acerca disso. Entretanto, desta vez, ele demonstra o quanto uma palavra bem intencionada e bem colocada pode fazer bem àquele que a ouve. Não sei quanto a você, mas eu já vivi situações de extrema agonia; momentos em que, por conta de minhas próprias limitações, estive impotente diante dos fatos que aconteciam ao meu redor. Nessas horas, eu tive a alegria de ter pessoas muito sensatas ao meu lado que, diariamente, com seus conselhos, ajudaram a acalmar a ansiedade do meu coração. Nessas situações eu percebi a fragilidade humana diante das coisas que nós não temos condições de resolver. Há situações nesta vida que fogem à nossa alçada. Há situações em que ficamos à mercê dos outros (ora conhecidos, ora desconhecidos); à mercê da resposta do nosso próprio organismo, quando o assunto é saúde; à mercê do tempo. E estar na dependência de algo que não está sob o nosso controle ou estar na dependência de outras pessoas, são situações que nós não gostamos de lidar. Depois de uma determinada fase da vida, nosso sentimento de autonomia e independência - que é importante que desenvolvamos - às vezes, nos conduz ao egoísmo e orgulho; e isso acaba que nos dando a triste sensação de que tudo está sob o nosso controle. E quando algo acontece e, então, descobrimos o quanto somos frágeis e suscetíveis às limitações e impotências diante de alguma situação, imediatamente, perdemos o chão, nos desesperamos e nos entristecemos; alguns, dependendo do orgulho e egoísmo, até se deprimem. É nessas horas que faz toda a diferença ter bons relacionamentos. É nessas horas que descobrimos o valor de um bom casamento, de uma boa amizade, de um vínculo familiar saudável. Sim, porque somente as pessoas que nos amam é que são capazes de, através de suas palavras e presença, nos animar ou, pelo menos, de não permitir que desistamos das lutas que nos são propostas pela vida. E quem já passou, ou está passando, por alguma situação que cause ansiedade, mas teve pessoas sábias, sensatas e sinceras ao lado, sabe o quanto é significativo construir bons relacionamentos. Mas há também o outro lado da moeda: temos de pensar sobre o quanto somos portadores de palavras de ânimo, consolo, motivação, força, às pessoas que nos cercam - sejam elas do nosso círculo de amizade ou não. Nós gostamos muito de receber e, quando sofremos, cobramos isso das pessoas, porém, temos de refletir sobre a nossa disposição em oferecer-nos aos outros. Há pessoas que se tornaram ricas em experiências significativas, entretanto, não compartilham com aqueles que estão passando pelas mesmas lutas as quais elas passaram; não compartilham aquilo que sentiram, como lidaram com a situações e sentimentos próprios do momento; enfim, guardam para si aquilo que poderia levar paz aos que sofrem. É verdade que receber é algo muito bom, entretanto, é indescritível, e infinitamente mais maravilhoso, poder compartilhar experiências, sentimentos, conselhos, que são frutos das situações as quais vivenciamos, e perceber que o nosso sofrimento ou a nossa luta não foram em vão, pelo contrário, nos amadureceram ao ponto de nos tornar mais sábios e, assim, termos condições de aliviar as pessoas que, agora, necessitam do mesmo cuidado que recebemos outrora. Portanto, fica aqui o meu incentivo: compartilhemos para que possamos fazer valer a nossa história.
Um super abraçãozão e boa semana!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

"A integridade dos justos os guia, mas a falsidade dos infiéis os destrói" (Provérbios 11:3)


Uma das coisas que me fascina no Evangelho é o presente que ele nos dá em sermos autênticos. O provérbio de hoje ressalta essa questão da integridade. Hoje, com as redes sociais, vemos um misto de integridade e falsidade. Geralmente, o "ser virtual" é bem diferente do "ser real". As pessoas têm uma grande necessidade de esconder suas fraquezas, limitações e incapacidades. Numa entrevista de RH, percebemos que as pessoas apresentam-se como se fossem perfeitas. Quando são questionadas pelo entrevistador sobre os defeitos, geralmente, a pessoa demora algum tempo para responder. É claro que a pressão e o medo de dizer algo errado influenciam diretamente na expressão da verdade. Às vezes, nós é que idealizamos demais o outro; criamos expectativas as quais excedem as capacidades do outro e, daí, quando realmente nos deparamos com a realidade, nos sentimos traídos ou acusamos o outro de falsidade. Por isso, temos de tomar muito cuidado com aquilo que projetamos nas pessoas. Entretanto, a despeito de qualquer coisa, devemos ser íntegros em todas as áreas da nossa vida. É importante, para nós e para os outros, que sejamos exatamente aquilo que somos, sem medo, nem inseguranças, afinal, a nossa constituição ética, moral, emocional tem o seu lugar na vida. Quem foi que disse que temos de ser perfeitos? Qual o problema em ser limitados em algumas coisas? Qual o benefício de criar uma personagem de mim mesmo? A quem realmente enganamos com isso? A falsidade, conforme nos diz o sábio, destrói. Como é triste ver a nossa máscara cair na frente das pessoas! Pior do que isso é vê-la cair diante de nós mesmos. Quando tentamos mascarar o que somos, nos tornamos injustos com as pessoas porque, sem saber, elas se relacionam com uma pessoa que, na verdade, não é exatamente aquela. Daí, os nossos relacionamentos são frustrados. E eu não estou falando apenas de relacionamentos amorosos, mas, também, relações de trabalho, de amizade e familiar. O Evangelho é um convite a sermos exatamente aquilo que somos e, assim, com todas as imperfeições, nos aproximarmos dAquele que nos ama incondicionalmente. Assim, o Evangelho faz com que aqueles que são íntegros aprendam a aceitar os outros da mesma maneira em que foram aceitos por Deus, sem preconceitos e nem resistências.
Permita-se à verdade. Permita-se à integridade e à autenticidade. Com certeza, na pior da hipóteses, você vai ser livre para si mesmo. E esta liberdade não tem preço.
Bom dia a todos!
Um abraçãozão.
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"Quando são muitas as palavras, o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato" (Provérbios 10:19)

Que exercício difícil é controlar a língua, não é verdade? Ô órgão complicado! O apóstolo Tiago disse que: "Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e tem sido domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero" (Tiago 3:7-8); e, de fato, é bem isso mesmo. Às vezes, no pastorado, eu ouço pessoas dizendo que nunca fumaram, beberam, roubaram ou mataram, entretanto, acerca desse último, eu não tenho tanta certeza. Nossa língua, quando não dominada, tem o poder de matar. E a morte que ela produz talvez seja muito pior do que matar fisicamente. A morte relacional e emocional talvez seja mais terrível do que morrer fisicamente. Creio que não há sofrimento maior do que ser um morto-vivo emocionalmente ou relacionalmente. E a língua tem o poder de fazer isso com as pessoas. Ela pode nos tornar em mortos-vivos ou, então, em assassinos profissionais sem qualquer peso na consciência. Há pessoas que se orgulham pelo fato de falarem tudo o que pensam; enchem o peito pra dizer que: "eu sou assim mesmo, não mando recado, falo na cara aquilo que tem de ser dito"; são aquelas pessoas que sentem até comichão pra dizer "umas verdades". Entretanto, ainda que se orgulhem disso tudo, o rastro de destruição e morte que deixam para trás é vergonhoso, cruel e desumano. Com isso estou dizendo que não devemos ser sinceros com as pessoas? Claro que não. Nós temos, sim, que ser sinceros com todos. Entretanto temos de convir que esse comportamento e essas filosofias furadas de vida não expressam sinceridade, mas, sim, vingança, despeito, inveja, orgulho e ignorância. A sinceridade passa longe desse tipo de comportamento. A sinceridade expressa-se em tom de voz, lugar certo, momento correto, educação, gentileza e, principalmente, na busca pelo bem estar do outro. Pessoas que agem assim, salvam vidas, ressuscitam aqueles que foram mortos existencial, emocional e relacionalmente. O autor de provérbios, acerca desse bom senso ao falar, diz o seguinte: "o falar amável é árvore de vida" (Prov.15:4); e de fato o é quando temos condições emocionais e intelectuais de controlar nossa língua. Portanto, nesses dias em que as pessoas se orgulham de falar o que querem, sejamos sábios e, assim, instrumentos nas mãos de Deus para falarmos aquilo que é bom e que realmente vale à pena. Apesar de tudo o que se tem destruído com as palavras, sejamos agentes de reconstrução e edificação, de maneira agradável, sábia e sensata, às vítimas daqueles que só destilam o veneno da morte.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 9 de outubro de 2012

"Quem corrige o zombador traz sobre si o insulto; quem repreende o ímpio mancha seu próprio nome" (Provérbios 9:7)


O provérbio de hoje fala sobre algo que nós estamos cansados de saber mas, mesmo assim, teimamos em fazer: tentar ajudar ou aconselhar quem não quer ser ajudado ou aconselhado. Infelizmente, há pessoas que não adianta a gente ficar gastando vocabulário. Há pessoas que simplesmente fecharam-se num casulo de ignorância, orgulho e prepotência, que ficou quase que impossível mostrar-lhes qualquer coisa dada a escuridão na qual estão imergidas. Geralmente, pessoas com esse perfil, não aceitam, em hipótese alguma, que alguém "se intrometa" em sua vida, nem mesmo para tentar ajudá-las com orientação ou conselhos. Elas vivem em função de si mesmas e ai daqueles que tentam, até, ajudá-las. Por isso, o conselho do autor de provérbios é que deixemos essas pessoas ser como são, pois, caso contrário, nós é que vamos ser prejudicados. Num certo sentido, o autor de provérbios está dizendo aquilo que o próprio Cristo diria. Na sua trajetória terrena, Jesus demonstrou em suas atitudes que é necessário que respeitemos todas as pessoas, até aquelas que precisam de ajuda mas se negam ser ajudadas. Numa situação de seu ministério, percebendo a ignorância de algumas pessoas em aceitar sua mensagem, ele disse que situações assim são como que "jogar pérolas aos porcos", ou seja, oferecer algo precioso a quem não tem condições de avaliar valor algum. E eu creio que o próprio Evangelho nos conduz ao respeito às opiniões contrárias, ainda que estas façam o mal a quem as defende, afinal, todos nós somos livres para crer, pensar, viver, reproduzir aquilo que bem entendermos, desde que isso não afete prejudicialmente o outro. Sim, porque prejudicar a si mesmo é uma coisa, mas prejudicar o outro por conta de teimosias e ignorância, daí o problema se torna digno de intervenção externa. Eu penso que situações como essa demandam muito desgaste para quem tem de conviver com pessoas ignorantes no ambiente de trabalho, no ambiente escolar, porém, nada é pior do que conviver com um cônjuge, um filho, um pai ou mãe, que apresentam esse lamentável comportamento. Portanto, se você conhece pessoas em que você chegou a conclusão de que realmente não vale à pena o esforço, então faça uma autoavalição quanto ao seu comportamento no seu lar, com seu cônjuge, filho(a) ou pais. Digo isso porque, às vezes, somos doutos em reconhecer muitos defeitos nos outros, porém, estamos dentro de um casulo que não nos permite perceber a nós mesmos. Pense nisso.
Um bom dia a todos!
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

"Pois todo aquele que me encontra, encontra a vida e recebe favor do Senhor. Mas aquele que de mim se afasta, a si mesmo se agride; todos os que me odeiam amam a morte" (Provérbios 8:35-36)


O texto de hoje é uma frase da Sabedoria. Nesse capítulo de provérbios, o autor, fazendo uso de um recurso de linguagem, torna a sabedoria numa personagem, e esta clama aos homens para que a busquem e a absorvam. No final do capítulo quando ela diz as palavras acima citadas, faz uma afirmação bem própria para os nossos dias: "aquele que de mim se afasta, a si mesmo se agride". Você deve perceber o quanto as pessoas estão presas aos conceitos fundamentalistas tais como: certo e errado, bom e ruim, pecado e não pecado, Deus ou Diabo, etc. Esses conceitos, quando levados ao extremo, tornam-se grandes prisões emocionais, morais e espirituais, mesmo que utilizados em nome de Deus ou da fé. O que eu estou querendo dizer com isso é que não podemos levar a "ferro e fogo" todas as coisas. Para cada situação há uma atitude correta; para cada decisão há uma consequência diferente. Assim, quando ouvimos a sabedoria dizer que quem a encontra recebe o favor do Senhor, não implica em concluirmos que aqueles que a desprezam, receberão a maldição do Senhor. O próprio texto demonstra que aqueles que desprezam ou se afastam da sabedoria prejudicam a si mesmos, ou seja, à medida que se despreza a sabedoria, por não obtê-la, comete-se atos impensados que consequentemente nos prejudicarão em algum momento e em alguma área da vida. Àqueles que são mais prudentes, geralmente, buscam conselhos com pessoas mais experientes e sábias antes de tomarem uma decisão ou fechar um negócio ou tomar uma atitude. Quando fazem assim, estão mais capacitados a tomar a decisão correta ou a menos prejudicial. E é exatamente isso que a Bíblia nos propõe: conhecê-la para que sejamos instrumentalizados espiritual e intelectualmente para que possamos viver da melhor maneira possível. Isso não significa que, em ouvindo-a, não vamos sofrer ou não vamos errar. Significa apenas que estaremos mais capacitados a lidar com as decisões e as consequências provenientes delas, sem acharmos que se errarmos ou sofrermos é sinal que tomamos uma má decisão e, por isso, Deus está pesando sua mão sobre nós. Às vezes, esse ambiente religioso nos passa a impressão de que Deus está apenas esperando que nós erremos para que Ele possa nos corrigir. Mas, felizmente, isso não é verdade. Deus quer a nossa felicidade, tanto é assim, que ele nos deixou um livro que contém direcionamentos sábios para que possamos aproveitar melhor a nossa vida e lidarmos de maneira madura com as situações e sofrimentos que são próprios do dia-a-dia. Muitas situações, senão todas elas, estão dentro de uma regra simples, exposta pelo autor de provérbios: se buscarmos e desenvolvermos a sabedoria, teremos mais condições de errar menos e lidarmos melhor com os resultados dos nossos atos; se desprezarmos a sabedoria, colheremos os tristes resultados das decisões, palavras e atitudes mal tomadas. Não é uma questão de castigo, repreensão, pecado; é apenas uma questão de consequência natural das decisões que tomamos. Eu reconheço que a nossa tendência é usufruirmos da facilidade de encontrar um culpado pelas frustrações advindas da más decisões que tomamos, entretanto,  como bem disse o apóstolo Paulo: "aquilo que homem plantar, isso também colherá". E nesse aspecto, não adianta procurar culpados, pois, a responsabilidade é única e exclusivamente nossa. Portanto, busque pela sabedoria, desenvolva-a em sua vida. Assim, com certeza, seremos mais felizes ou sofreremos menos.
Bom dia a todos!!!
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

"Beba das águas da sua cisterna, das águas que brotam do seu próprio poço. Por que deixar que as suas fontes transbordem pelas ruas, e os seus ribeiros pelas praças? Que elas sejam exclusivamente suas, nunca repartidas com estranhos. Seja bendita a sua fonte! Alegre-se com a esposa da sua juventude. Gazela amorosa, corça graciosa; que os seios de sua esposa sempre o fartem de prazer, e sempre o embriaguem os carinhos dela." (Provérbios 5:15-19)


No texto de hoje, o autor de provérbios, mais uma vez, usa de um recurso da linguagem e torna a sabedoria numa personagem que aconselha um homem casado a, ao invés de investir num relacionamento extra-conjugal, investir nos laços que o une a sua esposa. O autor está sendo "careta", como costumeiramente se diz por aí? Não. No capítulo 5, a despeito de outros capítulos em que ele trata do mesmo tema, porém, aconselhando os jovens, o autor de provérbios dirige-se especificamente aos cônjuges.  O autor dirige-se à pessoas adultas, maduras, capazes de cumprir com suas palavras, compromissos e responsabilidades. Sim, agora não é um jovenzinho afoito por experiências sexuais que a sabedoria está aconselhando, agora ela fala com adultos. A sabedoria fala com aqueles que entenderam-se maduros ao ponto de assumir um compromisso de viver e cuidar de outra pessoa, como expressão do seu amor, hombridade e honestidade. E o que a sabedoria ressalta? Ressalta, desde o início do capítulo 5, que é mais válido construir um vínculo amoroso, sexual, cúmplice, do que viver de aventuras que, no fim, apenas satisfazem fisiologicamente e dificilmente satisfazem emocionalmente. É verdade que, para algumas pessoas, basta a satisfação meramente carnal, fisiológica. E daí, com essas pessoas, não há nada mesmo a dialogar. Entretanto, para aquelas que se relacionam casualmente, porém, esperam encontrar mais do que um relacionamento descartável, a sabedoria aponta um caminho de satisfação emocional, sexual e vivencial, ou seja, um relacionamento que tem como base o compromisso mútuo. Por incrível que pareça para alguns, um relacionamento afetivo significativo, onde o homem e mulher podem sentir-se seguros quanto ao sentimento, amor, fidelidade, um do outro, os conduzem à mais plena satisfação sexual. Sim, porque diferentemente do que se acredita e pratica, sexo não é uma questão de performance; sexo, pra ser bom, pra ser pleno, necessita de conhecimento, segurança e cumplicidade. E não pense você que essa é uma idéia "religiosa" apenas, isso é plenamente apoiado por profissionais que pensam e trabalham com relacionamentos. Quanto mais vínculo real, numa relação de iguais, onde há amizade, respeito, fidelidade, doação de si, decisão de amar e investir mutuamente, melhor é o relacionamento sexual. Quanto mais tempo (e tempo com qualidade) um homem e uma mulher convivem numa relação estável, mais plena é a satisfação de ambos, em todos os aspectos. Por isso, a sabedoria aconselha que os cônjuges invistam em seus relacionamentos, que um invista no outro e, assim, como consequência de tais investimentos, ambos sejam, num processo de descoberta e de liberdade, diariamente satisfeitos, provando aquilo que somente o tempo, o compromisso e o amor podem oferecer àqueles que se relacionam sabiamente. Pense nisso, e, se lhe parecer sábio, invista em seu relacionamento.
Um super abraçãozão a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

"O conselho da sabedoria é: Procure obter sabedoria; use tudo o que você possui para adquirir entendimento" (Provérbios 4:6)


Neste tempo capitalista em que o homem (ou mulher) vale aquilo que possui, o provérbio de hoje chega a ser insano. Onde já se viu investir o que se possui em algo que não dá status e nem sinaliza poder, prosperidade e influência social! Nem as religiões, principalmente muitas das evangélicas, têm qualquer apreço pela sabedoria, conhecimento e educação, pelo menos não como forma de prosperidade. Nossa sociedade é elitista. E é assim dos barracos às mansões. Ninguém quer estar "por baixo" de ninguém, principalmente dos parentes, amigos e conhecidos. Boa parte da juventude brasileira, ao que me parece, também desdenha da sabedoria. É verdade que muitos jovens estão procurando as universidades, entretanto, até essa procura está mais ligada ao status do que a sede de conhecimento. Entre eles, valoriza-se muito mais as roupas e sapatos de grife, os carros e motos, a grife da bebida, do cigarro e, até, da droga, do que a sabedoria. Aliás, essa geração de adolescentes, possivelmente, terá pouquíssimos valores para transmitir às próximas gerações. E, particularmente, isso me preocupa muito. Na contramão de tudo isso, está a Bíblia. Mas está na contramão não como um sistema legalista que diz "não" só pelo prazer de dizer "não". Aliás, pra ser sincero, a Bíblia não diz "não" àqueles que são sábios. As religiões, por medo ou desconfiança da própria sabedoria, dizem "não" a tudo o que os seus membros querem fazer, principalmente aquilo que dá prazer: sexo, bebida, dança, descanso, etc. Mas a Bíblia, em sua essência, quer conduzir os homem nos passos da sabedoria, convidando-os a invertir nela, para que ele possa ser, como bem disse Jesus, "verdadeiramente livre". Sim, porque se tem uma coisa que dinheiro nenhum no mundo pode comprar e que pobreza alguma pode impedir, é que o ser humano seja livre. E essa liberdade, segundo Jesus e tantos outros pedagogos, professores e educadores, é adquirida através do conhecimento, sabedoria, educação. É exatamente por isso que o autor de Provérbios convida-nos a, se preciso for, investir tudo aquilo que possuímos na aquisição do conhecimento. Reforçando isso, Jesus disse que: " E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.... Pai, a tua Palavra é a verdade"Adquirir entendimento é provar da liberdade de ser, estar, refletir, pensar e logo existir neste mundo elitista, emburrecedor e que tem interesse na ignorância da povo. Por favor, não seja mais um! Invista em sabedoria!
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

"Que o amor e a fidelidade jamais o abandonem; prenda-os ao redor do seu pescoço, escrava-os na tábua do seu coração. Então você terá o favor de Deus e dos homens, e boa reputação" (Provérbios 3:3-4)


Hoje em dia uma das frases mais dita como filosofia de vida é: "curta o momento". As pessoas querem curtir o momento justamente por causa da instabilidade da vida. Assim, enquanto o momento é bom, elas curtem até não poder mais, daí os excessos: álcool, drogas, violência, brincadeiras de mau gosto, etc. Quando o momento que estão vivendo é complicado, elas se deprimem, praguejam a vida, murmuram, e, geralmente, ficam apontando culpados pelo seu sofrimento, responsabilizando os outros e até mesmo a Deus. São poucas as pessoas que conseguem viver com qualidade até mesmo nas maiores dificuldades. Geralmente, as pessoas que estão associadas a fé são quem tem mais capacidade de enfrentamento das doenças, das depressões, das dificuldades da vida. Entretanto, quero deixar muito claro aqui que eu estou falando de pessoas que têm fé e não dos religiosos, desprovidos de um relacionamento íntimo, verdadeiro e ético com Deus.
No provérbio de hoje, o autor exalta, desejando o favor de Deus e dos homens, assim como a boa reputação, àquelas pessoas que têm a capacidade de absorver valores como o amor e a fidelidade. Gente que, a despeito do momento que está vivendo, sabe manter a doçura e a graça da vida. Gente que, apesar do contexto que o aflige, mantém a fé, a boa educação, o respeito e o comportamente ético. Há pessoas que permitem que as circunstâncias da vida determinem o seu comportamento com Deus e com as pessoas, ou seja, se tudo vai bem a pessoa está feliz, sorridente, cumprimenta todo mundo, é atenciosa, carinhosa, enfim, um amor de pessoa. Porém, se tudo não anda lá aquelas coisas a pessoa se transforma, geralmente, fica irritada, mal educada, agressiva, toma decisões e tem comportamentos insensatos. Pessoas assim são uma montanha russa emocional. Com isso não estou dizendo que não podemos ficar tristes na tristeza e nem sofrer as nossas dores e revoltas. Estou apenas dizendo que ninguém pode ser vítima das circunstâncias da nossa vida. Se isso acontece, ao invés de agregarmos pessoas para se solidarizarem conosco, vamos afastá-las de nós.
O autor de provérbios, aconselha-nos a exercitarmos o amor em nossas vidas em todo o tempo. Aconselha-nos a prender o amor em nós, a cravá-lo em nosso coração assim como a Lei dada a Moisés estava cravada em tábuas de pedra. Fazendo assim, segundo o autor, receberemos o favor de Deus, das pessoas que nos cercam e, ainda, teremos um boa reputação. Mas quem quer boa reputação? Quem quer favor de quem quer que seja? As pessoas, como já dissemos, querem curtir o momento, independentemente do que isso vai causar aos outros e a si mesmas.
Acho que está na hora de repensarmos alguns valores sociais. Que tal repensarmos através de Provérbios?
Pense nisso, reavalie-se, e opte pela qualidade de vida.
Um abraçãozão carinhoso a todos!!! 
Pr. André Luís Pereira