sexta-feira, 19 de outubro de 2012

"Muitos adulam o governante, e todos são amigos de quem dá presentes" (Provérbios 19:6)

Eu tenho apenas dois amigos pessoais. Essas pessoas queridas são muito importantes na minha vida. São pessoas com as quais eu sei que posso contar seja qual for a situação. São pessoas que eu tenho por perto em todo tempo, mesmo à distância. E à medida que me relaciono com eles, percebo o quanto é precioso ter um amigo por perto. E tê-los não por uma questão utilitária, mas por uma questão relacional. Como é bom conversar com eles, sair com eles, divertir-me com eles, dividir a minha vida com eles. Entretanto, tenho observado que, neste tempo em que as relações são mais virtuais e estéticas, as pessoas estão perdendo a bênção dos vínculos profundos. A superficialidade das relações virtuais está afetando os relacionamentos pessoais, tornando a amizade, o amor, a camaradagem, cada vez mais impessoais. Muitas pessoas têm se aproximado das outras quando há algum interesse, quando há alguma vantagem a se tirar do outro. Outras, às vezes até por uma questão de baixa autoestima, se aproximam apenas daqueles que as adulam, que não as censuram. Imagino até que aquela eterna confusão que se faz entre amigos, conhecidos e colegas, esteja cada vez presente na mente das pessoas e, portanto, as decepções provindas dessa confusão, está reforçando a idéia de relacionamentos superficiais. Os relacionamentos, sejam eles quais forem, são de grande importância em nossa vida. São eles que nos ajudam no amadurecimento e crescimento pessoal e social. Àqueles que estão ligados à alguma Comunidade Religiosa, os relacionamentos também afetam positivamente ao crescimento e amadurecimento espiritual, afinal, no Evangelho, o convite da salvação têm duas vias relacionais: Deus e as pessoas. Portanto, deve ser nossa preocupação o tipo de relacionamento que estamos oferecendo às pessoas, e não apenas aquilo que estamos recebendo delas, afinal, na lei natural da vida, nós recebemos aquilo que oferecemos, ou, como bem disse o apóstolo Paulo: cada um colhe aquilo que planta. Eu sei que há muitas pessoas que se aproximam de nós tendo intenções meramente egoístas, porém, a Bíblia nos convida à sabedoria para que saibamos lidar bem com essas coisas e, assim, aprendermos a cultivar relacionamentos sãos e verdadeiros, seja com cônjuges, pais e filhos, amigos, colegas e, até, conhecidos. A Bíblia é rica em nos orientar a estabelecermos os espaços que as pessoas vão ocupar em nossa vida, justamente para que não venhamos a sofrer e nem fazer com que os outros sofram por acreditar que são mais do que pensam ser em nossa vida. E à medida que aprendermos estabelecer esses espaços, vamos ser cada vez mais honestos com as pessoas e, assim, teremos mais condições de construir vínculos relacionais cada vez mais significativos dentro dos espaços que cada um terá em nossa vida. Viva à amizade, ao coleguismo e aos demais relacionamentos!
Um abraçãozão a todos!
Pr. André Luís Pereira

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