sexta-feira, 12 de outubro de 2012

"O coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra bondosa o anima" (Provérbios 12:25)


Você já deve ter percebido que o autor de provérbios é enfático quanto a palavra. Eu já escrevei várias reflexões abordando esse assunto. Hoje, mais uma vez, o autor chama-nos à atenção acerca disso. Entretanto, desta vez, ele demonstra o quanto uma palavra bem intencionada e bem colocada pode fazer bem àquele que a ouve. Não sei quanto a você, mas eu já vivi situações de extrema agonia; momentos em que, por conta de minhas próprias limitações, estive impotente diante dos fatos que aconteciam ao meu redor. Nessas horas, eu tive a alegria de ter pessoas muito sensatas ao meu lado que, diariamente, com seus conselhos, ajudaram a acalmar a ansiedade do meu coração. Nessas situações eu percebi a fragilidade humana diante das coisas que nós não temos condições de resolver. Há situações nesta vida que fogem à nossa alçada. Há situações em que ficamos à mercê dos outros (ora conhecidos, ora desconhecidos); à mercê da resposta do nosso próprio organismo, quando o assunto é saúde; à mercê do tempo. E estar na dependência de algo que não está sob o nosso controle ou estar na dependência de outras pessoas, são situações que nós não gostamos de lidar. Depois de uma determinada fase da vida, nosso sentimento de autonomia e independência - que é importante que desenvolvamos - às vezes, nos conduz ao egoísmo e orgulho; e isso acaba que nos dando a triste sensação de que tudo está sob o nosso controle. E quando algo acontece e, então, descobrimos o quanto somos frágeis e suscetíveis às limitações e impotências diante de alguma situação, imediatamente, perdemos o chão, nos desesperamos e nos entristecemos; alguns, dependendo do orgulho e egoísmo, até se deprimem. É nessas horas que faz toda a diferença ter bons relacionamentos. É nessas horas que descobrimos o valor de um bom casamento, de uma boa amizade, de um vínculo familiar saudável. Sim, porque somente as pessoas que nos amam é que são capazes de, através de suas palavras e presença, nos animar ou, pelo menos, de não permitir que desistamos das lutas que nos são propostas pela vida. E quem já passou, ou está passando, por alguma situação que cause ansiedade, mas teve pessoas sábias, sensatas e sinceras ao lado, sabe o quanto é significativo construir bons relacionamentos. Mas há também o outro lado da moeda: temos de pensar sobre o quanto somos portadores de palavras de ânimo, consolo, motivação, força, às pessoas que nos cercam - sejam elas do nosso círculo de amizade ou não. Nós gostamos muito de receber e, quando sofremos, cobramos isso das pessoas, porém, temos de refletir sobre a nossa disposição em oferecer-nos aos outros. Há pessoas que se tornaram ricas em experiências significativas, entretanto, não compartilham com aqueles que estão passando pelas mesmas lutas as quais elas passaram; não compartilham aquilo que sentiram, como lidaram com a situações e sentimentos próprios do momento; enfim, guardam para si aquilo que poderia levar paz aos que sofrem. É verdade que receber é algo muito bom, entretanto, é indescritível, e infinitamente mais maravilhoso, poder compartilhar experiências, sentimentos, conselhos, que são frutos das situações as quais vivenciamos, e perceber que o nosso sofrimento ou a nossa luta não foram em vão, pelo contrário, nos amadureceram ao ponto de nos tornar mais sábios e, assim, termos condições de aliviar as pessoas que, agora, necessitam do mesmo cuidado que recebemos outrora. Portanto, fica aqui o meu incentivo: compartilhemos para que possamos fazer valer a nossa história.
Um super abraçãozão e boa semana!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

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