quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"Quando são muitas as palavras, o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato" (Provérbios 10:19)

Que exercício difícil é controlar a língua, não é verdade? Ô órgão complicado! O apóstolo Tiago disse que: "Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e tem sido domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero" (Tiago 3:7-8); e, de fato, é bem isso mesmo. Às vezes, no pastorado, eu ouço pessoas dizendo que nunca fumaram, beberam, roubaram ou mataram, entretanto, acerca desse último, eu não tenho tanta certeza. Nossa língua, quando não dominada, tem o poder de matar. E a morte que ela produz talvez seja muito pior do que matar fisicamente. A morte relacional e emocional talvez seja mais terrível do que morrer fisicamente. Creio que não há sofrimento maior do que ser um morto-vivo emocionalmente ou relacionalmente. E a língua tem o poder de fazer isso com as pessoas. Ela pode nos tornar em mortos-vivos ou, então, em assassinos profissionais sem qualquer peso na consciência. Há pessoas que se orgulham pelo fato de falarem tudo o que pensam; enchem o peito pra dizer que: "eu sou assim mesmo, não mando recado, falo na cara aquilo que tem de ser dito"; são aquelas pessoas que sentem até comichão pra dizer "umas verdades". Entretanto, ainda que se orgulhem disso tudo, o rastro de destruição e morte que deixam para trás é vergonhoso, cruel e desumano. Com isso estou dizendo que não devemos ser sinceros com as pessoas? Claro que não. Nós temos, sim, que ser sinceros com todos. Entretanto temos de convir que esse comportamento e essas filosofias furadas de vida não expressam sinceridade, mas, sim, vingança, despeito, inveja, orgulho e ignorância. A sinceridade passa longe desse tipo de comportamento. A sinceridade expressa-se em tom de voz, lugar certo, momento correto, educação, gentileza e, principalmente, na busca pelo bem estar do outro. Pessoas que agem assim, salvam vidas, ressuscitam aqueles que foram mortos existencial, emocional e relacionalmente. O autor de provérbios, acerca desse bom senso ao falar, diz o seguinte: "o falar amável é árvore de vida" (Prov.15:4); e de fato o é quando temos condições emocionais e intelectuais de controlar nossa língua. Portanto, nesses dias em que as pessoas se orgulham de falar o que querem, sejamos sábios e, assim, instrumentos nas mãos de Deus para falarmos aquilo que é bom e que realmente vale à pena. Apesar de tudo o que se tem destruído com as palavras, sejamos agentes de reconstrução e edificação, de maneira agradável, sábia e sensata, às vítimas daqueles que só destilam o veneno da morte.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

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