segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

"Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados" (Provérbios 31:8)


Interessante esse provérbio. É um convite que parece estranho aos nossos olhos. E eu digo isso porque percebo que as pessoas estão tão ocupadas com suas necessidades particulares que falar de defender aqueles que são incapazes de se defenderem, é quase que uma ofensa, afinal, pensam aquelas: "como vou cuidar dos outros quando não tenho tempo nem cuidar de mim  mesmo?", ou então, "e quem é que vai me defender?". Porém, ainda que muitos já tenham se esquecido, nós somos uma comunidade de irmãos, ainda que não tenhamos nascido da na mesma família e moremos em lugares diferentes, todos nós temos a mesma raiz genética. O individualismo ao qual a sociedade tem vivido, também, tem feito muito mal a ela mesma. Tornamo-nos tão consumistas que até os nossos relacionamentos se fidelizam segundo nossas conveniências e interesses, da mesma forma que se desfazem pelas mesmas razões. Mas o olhar ensimesmado de cada um tem produzido apenas distanciamentos, injustiças, violência e, consequentemente, o rompimento de um elo essencial para a vida: a solidariedade. Algumas pessoas pensam que solidariedade está ligada apenas a idéia de doar dinheiro, mantimento, remédios ou roupas para pessoas necessitadas, porém, isso é muito pouco ou uma definição muito limitada daquilo que é, realmente, a solidariedade. Aquele que se solidariza, envolve-se, partilha, defende, participa, acolhe, enfim, se faz presente fisicamente na luta do outro e pelo outro. Jesus Cristo foi alguém que demonstrou tal solidariedade enquanto esteve entre nós; ele encarnou-se da nossa humanidade; esteve entre as dores dos homens; lutou pela justiça entre eles. Ultimamente, muitos daqueles que professam a fé no Cristo,  não expressam tal solidariedade. Até no ambiente cristão, observamos muitas pessoas e comunidades religiosas ocupadas consigo mesmas. Suas orações e rezas, em muitas situações, estão voltadas aos seus próprios interesses. Há poucas pessoas que lutam pela justiça comum; há poucas pessoas que olham ao redor, se compadecem e se solidarizam com os menos favorecidos, injustiçados e, consequentemente, marginalizados. O provérbio de hoje foi dito pela mãe de um rei, o Rei Lemuel. Suas palavras demonstram a sabedoria de uma mulher que, mesmo sendo a mãe do Rei, rodeada de recursos e riquezas, ensina e exorta seu filho a cuidar daqueles que necessitam de cuidado. É verdade muitos de nós que estamos lendo este texto, não são políticos ou exercem alguma influência social, porém, muitos de nós, enquanto eleitores, enquanto membros de uma família e participantes de algum grupo social, podemos fazer a nossa parte, solidarizando-nos àqueles que temos condições reais de ajudarmos: seja um parente, um amigo ou o amigo/parente de nosso amigo; podemos, também, assim como esta mãe do texto, ensinar em nosso lar a necessidade e importância da solidariedade. Assim, talvez não conseguimos mudar o mundo num âmbito geral, porém, poderemos mudar o nosso mundo ou o mundo de alguém, o que, com certeza, serão as melhores mudanças. 
Pense nisso! Seja solidário!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

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