quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"Quem fere por amor mostra lealdade, mas o inimigo multiplica beijos" (Provérbios 27:6)


Quem é que não gosta de ser adulado pelas pessoas? Creio que todo mundo. Parafraseio aqui uma frase que meu pai sempre diz: "quando a adulação é demais, o santo desconfia". Ser elogiado e reconhecido é muito bom, porém, dependendo de quem o faz, pode ser um sinal de alerta. Há pessoas que têm muita facilidade de afagar o ego de outros, contudo, tal afago está impregnado de segundas e más intenções. É claro que isso não significa que temos de desconfiar ou desconsiderar o reconhecimento de recebemos pelo nosso trabalho ou atitude, porém, temos de ficar atentos e ter muita sensibilidade para que não caiamos nas armadilhas daqueles que não gostam de ver os outros se sobressaindo. As pessoas que realmente nos amam, expressam esse amor quando reconhecem o nosso valor e, assim, nos elogiam, nos apoiam e nos incentivam, mas, ao mesmo tempo que se dedicam em nos aplaudir, também, como expressão do amor sincero que sentem por nós, nos corrigem e disciplinam mesmo que isso nos cause alguma dor. Sim, porque o amor implica nessas atitudes: de aplaudir quando tudo está bem, porém, de corrigir quando algo está ameaçado. O problema desse momento em que vivemos é que as pessoas estão identificando o amor apenas como expressão daquilo que não lhes causa dor, chateação e frustração, por isso, muitos relacionamentos têm durado tão pouco. Muitas pessoas já não querem mais um relacionamento em que sejam confrontadas, a maioria, em pleno século XXI, ainda busca por aquele ser encantando, incapaz de causar sofrimento a quem quer que seja, totalmente submisso e liberal. Porém, quando encontram alguém que realmente se importa com o seu bem estar e que, por isso, às vezes, censura atitudes, contesta algumas decisões, zelando, assim, pela felicidade e integridade do seu parceiro, geralmente, por se sentirem frustradas, as pessoas quebram os vínculos relacionais que realmente poderiam fazer bem a elas. Mas, quando encontram alguém disposto às mesmas loucuras; alguém que apoie e concorde com seus mimos, pensam ter encontrado a pessoa perfeita. Triste ilusão. É claro que com isso eu não estou dizendo que estão corretas aquelas pessoas que oprimem seus amigos, namorados(as), esposas(os), etc. Não! Estou falando daquelas pessoas que realmente entenderam o que é o amor e, por entendê-lo, demonstram-no ao outro através do cuidado e cumplicidade. Porque o amor, pelo menos segundo o que Deus nos ensina na pessoa de Jesus, é uma doação sacrificial pelo outro, e, por isso, não busca apenas os seus próprios interesses, mas, busca, também, o interesse do outro. E todo o relacionamento, seja amizade ou afetivo, que não se desenvolve dessa maneira, infelizmente, ainda que se multiplique em beijos, afagos, elogios e reconhecimento, é apenas um alerta de que a nossa felicidade está em risco.
Bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

2 comentários:

  1. Eu acredito qur seja assim.

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  2. Excelente reflexão pastor André Luiz, louvado seja Deus o pai em nome de Jesus Cristo pela meditação acima que realmente é a realidade tanto no mundo como na igreja

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