terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"Quem faz o bem aos outros, a si mesmo o faz; o homem cruel causa o seu próprio mal" (Provérbios 11:17)


Já ouvi algumas pessoas dizerem, aliás, até ensinarem seus filhos, que Deus castiga quem faz o que é mau. Mas isso não é verdade. Não há necessidade de castigar aqueles que fazem o mal, visto que a consequência da maldade, por si só, já é o castigo daqueles que a praticam. O fato de Deus nos deixar à própria sorte já é um castigo, pois, nossos atos, quando sem orientação daquilo que é bom, já nos trazem consequências trágicas. Essa teologia do "castigo de Deus", por mais que pareça uma expressão da sua justiça, apenas serve para gerar medo nas pessoas e, assim, fazer com que elas construam em seu ideal um Deus tirano, que vive de punir aqueles que erram e condecorar aqueles que acertam. Assim, basta que uma pessoa receba as consequências de alguma atitude impensada, que logo as pessoas já dizem: "isso é castigo de Deus", isentando, então, a responsabilidade humana. Ora, nós não somos objetos nas mão de Deus. Ele não nos manipula ao seu bel prazer. Enquanto seres humanos, temos a liberdade e a competência da escolha entre aquilo que é bom e aquilo que é mau. Portanto, toda e qualquer decisão ou atitude tomada deve, necessariamente, estar consciente dos resultados e consequências. Eu percebo que muitas pessoas percebem a fé com um simplismo sem precedente. Para essas pessoas, a lógica é tirana: quem é bom Deus abençoa; quem é mau Deus castiga. Como se Deus fosse apenas isso, alguém que vive de abençoar e amaldiçoar. Esquecem-se que Deus é um ser relacional e que, portanto, sua proposta - aos maus e aos bons - é de se construir um relacionamento profundo, transformador, orientador. Em Deus não há exercício do mau. É por isso que aqueles que dele se aproximam, são naturalmente invadidos pelo bem e pelo desejo de realizá-lo. Distante de Deus o homem tem uma grande tendência para aquilo que é mau. E quando eu digo mau, eu estou falando de tudo aquilo que está revestido de maldade, desde as coisas mais simples até as coisas mais absurdas. Com isso eu estou dizendo que aqueles que estão se relacionando com ele não cometem maldades? Claro que não. Tais pessoas, mesmo num relacionamento profundo com Deus, por serem seres finitos e limitados, fazem maldades, entretanto, num nível diferente daqueles que estão distantes do Senhor. E esses, por mais que cometam maldades de proporções diferentes, quando as cometem, sofrem as consequências de seus atos, e não por uma questão de castigo divino, mas por uma regra geral da vida: "quem planta, colhe aquilo que plantou". E nisto, Deus nem precisa fazer qualquer intervenção ou aplicar qualquer castigo, a própria vida, na sua dinâmica, já providencia sua repreensão. Portanto, sejamos criteriosos quanto às nossas palavras e atitudes porque, afinal, tudo o que falamos e fazemos tem suas próprias consequências. Em nossas decisões, não deixemos de refletir bastante e nos conscientizarmos de todas as consequências e resultados daquilo que viermos a fazer. Viva bem, faça o bem!
Boa tarde e boa semana!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

3 comentários:

  1. Reflexão interessante, mas devo discordar porque Deus realmente castiga o mau. Temos centenas de versículos que comprovam isso.

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    1. Entendo que as menções ao "castigo de Deus" têm sentido figurado. Foram recursos usados para simplificar a ideia. Acho que a reflexão está correta. Abraços

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    2. A Palavra de Deus NÃO TEM QUE SER SIMPLIFICADA ..... ELA TEM QUE SER PREGADA COM A VERDADE.

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