terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ouçam, meus filhos, a instrução de um pai; estejam atentos, e obterão discernimento" (Provérbios 4:1)


No texto de hoje, bem como em todo o capítulo 4 de Provérbios, o autor, através de uma figura de linguagem, torna a sabedoria como um pai que dá instrução aos seus filhos. Tal instrução é bem paterna mesmo, se fecharmos os olhos, teremos a impressão de que é o nosso pai quem está falando conosco, orientando-nos na caminhada da vida. E é exatamente de orientação que precisamos nesta vida. Sim,  pois a vida não é fácil de ser vivida. Dificilmente estamos preparados para lidar com todas as situações que ela nos apresenta, desde as mais rotineiras às mais complexas. Depois que alcançamos certa maturidade muitas coisas complexas nos são cobradas: decidir uma profissão para exercermos pro resto de nossas vidas (pelo menos em tese); escolher um cônjuge para compartilharmos a nossa vida; ter filhos e, assim, estar plenamente preparados para educá-los; e por aí vai. As pessoas são profissionais em fazer cobranças umas às outras. Por outro lado, por conta disso tudo, nós também nos cobramos muito: queremos ter a respostas pra tudo (mesmo para aquelas perguntas que nem nos foram feitas); queremos ser o pai, o marido, o profissional, o amigo, o filho, provido de tanta perfeição que, na maioria dos casos, caímos na frustração. A grande e dura verdade da vida, pelo menos da nossa vida, é que somos exatamente aquilo que somos. Não adianta projetarmos um ideal distante das nossas possibilidades, porque isso apenas nos causará frustrações. Uma das grandes alegrias do Evangelho é, justamente, nos dar a paz e a liberdade de sermos aquilo que somos, entendendo que a liberdade de ser nos faz redescobrir a alegria de viver. A nós, seres imperfeitos, o Evangelho se apresenta como um manual de vida para que, apesar das nossas limitações, imperfeições, fraquezas e debilidades, possamos ter uma direção que nos leve a lidar com aquilo que é próprio da vida: dor, sofrimento, alegria, saúde, doença, riqueza, pobreza, frustração, conquistas, vitórias, derrotas, o bem e o mal, felicidade e tristeza, certeza e dúvida, certo e errado, e assim por diante.
O autor de Provérbios escreve sob a perspectiva de que a fé é o princípio da sabedoria. E ele assim crê a partir de suas próprias experiências cotidianas. Isso fica muito explícito, por exemplo, se fizermos uma leitura do livro de Eclesiastes. A sabedoria a qual ele se refere, é uma sabedoria ativa, ou seja, que se aplica nas experiências mais simples ou mais complexas da vida, pois, esta, está alicerçada em Deus, o Pai que, assim como a sabedoria, quer apenas o nosso bem, nos dotando de ferramentas para enfrentarmos e vivermos melhor esta vida. Portanto, assim como os pais desejam que seus filhos ouçam suas palavras, conselhos e orientações, ouçamos, também, aquilo que Deus tem a nos ensinar. Assim, ainda que não nos tornemos perfeitos, no mínimo, teremos mais condições de enfrentamento e aproveitamento da vida.
Um bom dia a todos.
Com carinho,
Pr. André Luís Pereira

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