terça-feira, 8 de janeiro de 2013

"A sabedoria está clamando, o discernimento ergue sua voz; nos lugares altos, junto ao caminho, nos cruzamentos ela se coloca; ao lado das portas, à entrada da cidade, portas adentro, ela clama em alta voz..." (Provérbios 8:1-3)


Mais uma vez no livro de Provérbios, a sabedoria toma forma e clama. Ela coloca-se em diversos lugares, como se fosse uma sentinela, e clama para que todos a ouçam. A sabedoria demonstra-se acessível às pessoas, em todos os lugares ela está, seja nos montes ou dentro das casas. É interesse essa colocação do autor de Provérbios, pois, afinal de contas, pra nós que vivemos nesta sociedade onde tudo é tão rápido, parece que a sabedoria não está tão acessível assim. Porém, se prestarmos atenção nas pessoas, no comportamento delas, vamos perceber que a sabedoria ainda está clamando, mas, por conta de tantos compromissos e do imediatismo que cercaram a nossa vida, já não temos tempo e nem sensibilidade para ouvir ou prestar atenção nas manifestações da sabedoria. Nesse tempo em que a palavra se tornou a dama de honra, não temos mais paciência para ouvir, queremos apenas falar, responder, e até ignorar. Algumas pessoas, por conta de sua formação acadêmica ou cargo profissional, acham que já sabem tudo e que aqueles que estão num nível "inferior" ao delas, não têm nada a ensiná-las. Porém, tais pessoas se esquecem que a sabedoria não é sinônimo apenas de conhecimento científico e técnico ainda que estes possam nos dar uma boa bagagem, mas, a sabedoria está relacionada à vida, à vivência, ao aprendizado do dia-a-dia que sobrepuja o tecnicismo ou o academicismo. Desta forma, uma pessoa iletrada, dependendo de como se relacionou com a vida, pode muito bem ser mais sábia do que um cientista. São as experiências da vida e a maneira que aprendemos a lidar com elas que fazem com que vamos nos tornando sábios. Sim, nós "vamos nos tornando sábios", pois, como a vida é dinâmica, e graças a Deus por isso, nós nunca chegaremos ao ápice da sabedoria, visto que ela é um processo que dura até o fim da existência. Quando abrimos espaço em nossa agenda, em nosso dia, em nosso orgulho, e nos dedicamos ao difícil exercício de ouvir e perceber o outro, passamos, então, a absorver sabedoria. Aliás, o fato de ouvirmos as pessoas, por si só, já é demonstração de sabedoria. É verdade que nesta sociedade apaixonada pelas aparências, falar dá muito mais status à pessoa, porém, é o exercício da audição e da percepção ao outro que nos ajudam a falar bem, a ensinar mais assertivamente, e a oferecer ao ouvintes muito mais do que conhecimento e informação, mas presenteá-los com sabedoria. Enfim, a sabedoria continua clamando, alguém está disposto a ouví-la? Então, comece a prestar atenção e dar ouvidos àqueles que estão ao seu lado: família, amigos, profissionais, etc.
Bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

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