Hum, provérbio difícil este! Digo difícil porque esta é a preocupação de nossa vida, principalmente desta nova geração de jovens e adolescentes. A filosofia consumista mudou as prioridades, valores e comportamento da nossa sociedade. Desde que ela começou a ser desenvolvida, o TER passou a ser mais valorizado do que o SER. É nítido que as pessoas são reconhecidas, ou não, por aquilo que têm e não necessariamente por aquilo que são. Por conta disso, a jornada de trabalho de uma pessoa quase que duplicou, assim como duplicou o endividamento de todas as classes sociais. Quase todo mundo quer ser "top" naquilo que possui, tendo ou não condições para possuí-lo. Assim, as crianças já nascem num contexto de aprendizado do valor das coisas e não das pessoas. Aliás, diga-se de passagem, tais crianças já não sabem o que significa a paternidade ou a maternidade. O que elas têm certeza é que aqueles que cuidam dela, são pessoas que lhe proporcionam muitas coisas e poucos valores. Sim, porque muitos pais, por conta da jornada de trabalho que, na sua maioria, tem o objetivo de prover conforto à família, principalmente aos filhos, tentam comprar, com o mesmo conforto, a sua ausência. Problemas nisso? Agora todo mundo vai ter de deixar de trabalhar? Não, claro que não. Penso que as coisas podem, pelo menos, serem refletidas. Creio que devem ser refletidas as razões pelas quais se trabalha tanto; creio que deve ser refletido se aquilo que se faz em excesso e aquilo que não se faz, compensam os resultados obtidos, seja no lar ou para a própria consciência; creio que deve ser refletido o cerne de toda a motivação, ou seja, se é uma questão de necessidade, se é uma questão de valor adquirido, ou se é uma questão de fuga como acontece em muitos casos. As reflexões são muitas e creio que todas elas devem girar em torno daquilo que o autor do Provérbios nos alerta: "tenha bom senso!". Eu sei que, num primeiro momento, alguns pais que trabalham vão pensar que estou escrevendo contra eles, mas, por favor, não entendam assim. Não estou condenando nada, estou apenas, à semelhança do autor de Provérbios, propondo uma reflexão acerca de valores. Valores que podem conduzir a nossa vida e, assim, ajudar-nos a viver melhor independentemente de nossas posses, pois, afinal, a riqueza está nos relacionamentos saudáveis que desenvolvemos ao longo da vida e não necessariamente no patrimônio que acumulamos ou no conforto que propiciamos ao núcleo familiar. Contudo, penso que, com certeza, será muito melhor se conseguirmos conquistar ambas as riquezas, mas, para isso, será necessário bom senso,e é nesse sentido que a reflexão de hoje quer conduzí-lo. Por isso, pense, reflita, e, se necessário, reformule seus valores pessoais e familiares.
Um bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira
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