segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

"Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados" (Provérbios 31:8)


Interessante esse provérbio. É um convite que parece estranho aos nossos olhos. E eu digo isso porque percebo que as pessoas estão tão ocupadas com suas necessidades particulares que falar de defender aqueles que são incapazes de se defenderem, é quase que uma ofensa, afinal, pensam aquelas: "como vou cuidar dos outros quando não tenho tempo nem cuidar de mim  mesmo?", ou então, "e quem é que vai me defender?". Porém, ainda que muitos já tenham se esquecido, nós somos uma comunidade de irmãos, ainda que não tenhamos nascido da na mesma família e moremos em lugares diferentes, todos nós temos a mesma raiz genética. O individualismo ao qual a sociedade tem vivido, também, tem feito muito mal a ela mesma. Tornamo-nos tão consumistas que até os nossos relacionamentos se fidelizam segundo nossas conveniências e interesses, da mesma forma que se desfazem pelas mesmas razões. Mas o olhar ensimesmado de cada um tem produzido apenas distanciamentos, injustiças, violência e, consequentemente, o rompimento de um elo essencial para a vida: a solidariedade. Algumas pessoas pensam que solidariedade está ligada apenas a idéia de doar dinheiro, mantimento, remédios ou roupas para pessoas necessitadas, porém, isso é muito pouco ou uma definição muito limitada daquilo que é, realmente, a solidariedade. Aquele que se solidariza, envolve-se, partilha, defende, participa, acolhe, enfim, se faz presente fisicamente na luta do outro e pelo outro. Jesus Cristo foi alguém que demonstrou tal solidariedade enquanto esteve entre nós; ele encarnou-se da nossa humanidade; esteve entre as dores dos homens; lutou pela justiça entre eles. Ultimamente, muitos daqueles que professam a fé no Cristo,  não expressam tal solidariedade. Até no ambiente cristão, observamos muitas pessoas e comunidades religiosas ocupadas consigo mesmas. Suas orações e rezas, em muitas situações, estão voltadas aos seus próprios interesses. Há poucas pessoas que lutam pela justiça comum; há poucas pessoas que olham ao redor, se compadecem e se solidarizam com os menos favorecidos, injustiçados e, consequentemente, marginalizados. O provérbio de hoje foi dito pela mãe de um rei, o Rei Lemuel. Suas palavras demonstram a sabedoria de uma mulher que, mesmo sendo a mãe do Rei, rodeada de recursos e riquezas, ensina e exorta seu filho a cuidar daqueles que necessitam de cuidado. É verdade muitos de nós que estamos lendo este texto, não são políticos ou exercem alguma influência social, porém, muitos de nós, enquanto eleitores, enquanto membros de uma família e participantes de algum grupo social, podemos fazer a nossa parte, solidarizando-nos àqueles que temos condições reais de ajudarmos: seja um parente, um amigo ou o amigo/parente de nosso amigo; podemos, também, assim como esta mãe do texto, ensinar em nosso lar a necessidade e importância da solidariedade. Assim, talvez não conseguimos mudar o mundo num âmbito geral, porém, poderemos mudar o nosso mundo ou o mundo de alguém, o que, com certeza, serão as melhores mudanças. 
Pense nisso! Seja solidário!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

"Os que abandonam a lei elogiam os ímpios, mas o que obedecem à lei lutam contra eles" (Provérbios 28:4)


O rei Salomão, ao escrever este provérbio, expôs uma situação real: geralmente, quem abandona a justiça, passa a compactuar com a injustiça. Penso que esse provérbio é, também, uma convocação àqueles que amam a justiça, a verdade e a honestidade. É uma convocação para que não desistamos da justiça, para que lutemos por ela e contra quem a impede de ser exercida. Há muito tempo ouço as pessoas reclamando de políticos, do sistema jurídico brasileiro, e do jeitinho brasileiro de se dar bem em todas as situações. Porém, sempre ouço e faço reclamações. Dificilmente encontro os reclamantes envolvendo-se em causas para minorar a injustiça. Até mesmo no governo, na bancada chamada evangélica, não vejo qualquer movimento em prol da justiça, não ouço nada sobre algum projeto que ajude na diminuição da injustiça e na redução da disparidade econômica e de direito social. A revelia dessa passividade, assisto, quase todos os dias pela TV, o aumento da corrupção, da violência, da exploração sexual e infantil (às vezes até de ambas de mãos dadas), a erotização da infância e a pornografia travestida de propaganda comercial. Enfim, os fora da lei - seja esta lei humana ou divina - estão "com a corda toda", livres para agirem e consumirem nossa liberdade e direitos. Mas a Bíblia diz, também através de Salomão, que aqueles que crêem na Lei, lutam contra a impunidade e a impiedade. Porém, o nosso contexto social-político-religioso demonstra que a opção dos justos é a omissão. Sim, a omissão. E se omitem justamente porque não querem criar "problemas" para si mesmos; se omitem porque é mais fácil, como bem disse o poeta: "para ficar na janela e ver a banda passar"; ou, então, porque de alguma maneira o exercício da injustiça, da violência e da corrupção, lhes dá alguma vantagem pessoal ou comercial; ou, ainda, porque aqueles que se dizem justos, são "justos" meramente nominais. Martin Luther King disse o seguinte: "O que me incomoda não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons", e de fato, ele tinha razão. Até hoje, é o silêncio dos bons, dos justos, dos honestos, que incomodam e, também, tornam reais toda essa malandragem escancarada em nosso país, estado, cidade e demais ambientes onde nos relacionamos: trabalho, escola, faculdade, comunidades religiosas, associações filantrópicas, ong's, setores públicos e privados. Sim, não são os injustos que destroem com a sociedade, são os justos que se calam e não fazem aquilo que deveriam fazer: obedecer e praticar a justiça (a lei humana e/ou divina). Mas, como eu já disse, quem realmente quer pagar o preço de ser um porta-voz da justiça?
Pense nisso, e se fizer algum sentido pra você, coloque em prática.
Um super abraçãozão!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"Quem fere por amor mostra lealdade, mas o inimigo multiplica beijos" (Provérbios 27:6)


Quem é que não gosta de ser adulado pelas pessoas? Creio que todo mundo. Parafraseio aqui uma frase que meu pai sempre diz: "quando a adulação é demais, o santo desconfia". Ser elogiado e reconhecido é muito bom, porém, dependendo de quem o faz, pode ser um sinal de alerta. Há pessoas que têm muita facilidade de afagar o ego de outros, contudo, tal afago está impregnado de segundas e más intenções. É claro que isso não significa que temos de desconfiar ou desconsiderar o reconhecimento de recebemos pelo nosso trabalho ou atitude, porém, temos de ficar atentos e ter muita sensibilidade para que não caiamos nas armadilhas daqueles que não gostam de ver os outros se sobressaindo. As pessoas que realmente nos amam, expressam esse amor quando reconhecem o nosso valor e, assim, nos elogiam, nos apoiam e nos incentivam, mas, ao mesmo tempo que se dedicam em nos aplaudir, também, como expressão do amor sincero que sentem por nós, nos corrigem e disciplinam mesmo que isso nos cause alguma dor. Sim, porque o amor implica nessas atitudes: de aplaudir quando tudo está bem, porém, de corrigir quando algo está ameaçado. O problema desse momento em que vivemos é que as pessoas estão identificando o amor apenas como expressão daquilo que não lhes causa dor, chateação e frustração, por isso, muitos relacionamentos têm durado tão pouco. Muitas pessoas já não querem mais um relacionamento em que sejam confrontadas, a maioria, em pleno século XXI, ainda busca por aquele ser encantando, incapaz de causar sofrimento a quem quer que seja, totalmente submisso e liberal. Porém, quando encontram alguém que realmente se importa com o seu bem estar e que, por isso, às vezes, censura atitudes, contesta algumas decisões, zelando, assim, pela felicidade e integridade do seu parceiro, geralmente, por se sentirem frustradas, as pessoas quebram os vínculos relacionais que realmente poderiam fazer bem a elas. Mas, quando encontram alguém disposto às mesmas loucuras; alguém que apoie e concorde com seus mimos, pensam ter encontrado a pessoa perfeita. Triste ilusão. É claro que com isso eu não estou dizendo que estão corretas aquelas pessoas que oprimem seus amigos, namorados(as), esposas(os), etc. Não! Estou falando daquelas pessoas que realmente entenderam o que é o amor e, por entendê-lo, demonstram-no ao outro através do cuidado e cumplicidade. Porque o amor, pelo menos segundo o que Deus nos ensina na pessoa de Jesus, é uma doação sacrificial pelo outro, e, por isso, não busca apenas os seus próprios interesses, mas, busca, também, o interesse do outro. E todo o relacionamento, seja amizade ou afetivo, que não se desenvolve dessa maneira, infelizmente, ainda que se multiplique em beijos, afagos, elogios e reconhecimento, é apenas um alerta de que a nossa felicidade está em risco.
Bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

"Como cortar o próprio pé ou beber veneno, assim é enviar mensagem pelas mãos do tolo" (Provérbios 26:6)


O provérbio de hoje, assim como os demais, retrata uma realidade a qual devemos sempre estar atentos, ou seja, tomarmos muito cuidado para quem damos informações importantes. Infelizmente, nem tudo o que sabemos e nem tudo aquilo pelo que passamos, deve ser compartilhado, ou, pelo menos, não deve ser compartilhado com qualquer pessoa. Há pessoas que não sabem administrar a informação alheia. Particularmente, eu já confiei informações sobre mim mesmo há muitas pessoas, porém, com o tempo, sofri muito com isso. Aos poucos fui aprendendo que, infelizmente, não dá pra confiar em todo mundo. Há pessoas que vivem de fofoca, mexericos e de criar intrigas relacionais. O autor de Provérbios diz algo que, realmente, é verdade: enviar mensagem, ou então contar segredo, pelo tolo é o mesmo que, na nossa linguagem, "dar um tiro no próprio pé". Há situações em que não podemos terceirizar a ninguém, temos de fazer nós mesmos, principalmente quando tal situação envolve informações importantes, sigilosas, ou, então, quando envolve informações de outrem. Se o autor, ao longo do seu livro, destaca a insensatez do tolo, nesse provérbio, ele também nos alerta que é tolice confiar no tolo. Aliás, se você ler o capítulo todo desse provérbio verá que a exortação de todo o texto é acerca de pessoas tolas, insensatas. Às vezes, pra tentar evitar um confronto pessoal, eu já terceirizei a responsabilidade que era só minha, e o resultado foi um desastre visto que o interlocutor fez sua própria interpretação da situação, acrescentou o que não existia e omitiu o que era importante. E, às vezes, até sem maldade, é o que a maioria das pessoas fazem, especialmente os insensatos: interpretam, acrescentam e omitem informações. Por isso, se temos algo a resolver com alguém, sejamos prontos em tomar a iniciativa e o fazermos pessoalmente, pois, afinal, ninguém pode fazer por nós aquilo que é da nossa responsabilidade. Em situações relacionais, creio que cabe o ditado popular que aponta para o provérbio: "se você quiser uma coisa bem feita, faça você mesmo".  Portanto, nada de terceirizar responsabilidades, como adultos que somos, aprendamos a assumir o que é nosso e, assim, evitarmos problemas desnecessários provindos de uma confiança "ingênua".
Bom dia a todos.
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

"Os planos bem elaborados levam à fartura; mas o apressado sempre acaba na miséria" (Provérbios 21:5)


Me lembro que quando eu era adolescente meu pai dizia que: "o apressado come cru". Essa frase era exatamente pra mim que, naquela época, era mais imediatista do que sou hoje. E como não ser imediatista num século em que tudo é rápido, imediato? Deve até ser por conta dessa característica exclusivamente própria da nossa humanidade, que o fruto do Espírito Santo se manifesta através da paciência. É verdade que há muitas coisas em nossa vida que não podem esperar. Há decisões que a gente tem de ser rápido para tomá-las. Entretanto, a necessidade imediata não pode ser o lema da nossa vida. Há determinadas coisas que necessitam de reflexão. Até algumas decisões que nos são cobradas, ainda que demandem resposta rápida, necessitam de tempo para serem tomadas. Não podemos permitir que a filosofia "fast-food" se aposse de nossa vida. Temos pouco tempo de vida nesta terra. Se levarmos em consideração que ficamos um bom tempo vivendo a fase da imaturidade, e que quando estamos de fato maduros para viver nos resta pouco de tempo vida, então vamos concluir que vivemos muito pouco. Por isso, é necessário que saibamos aproveitar melhor a nossa vida. E quando eu falo em aproveitar, não estou me referindo à curtição irresponsável, aquela que tem como lema: "vou curtir hoje porque eu não sei como será o amanhã", justificando, assim, as irresponsabilidades fruto de uma mente pequena, limitada e incapaz de saber viver. Ao contrário, aproveitar a vida implica em saber viver bem. Viver bem a despeito do sofrimento, das angústias próprias da existência. Estou falando de ser um alienado na vida ou de alguém que está anestesiado para o mundo? Não! Claro que não. Estou falando daqueles que têm tanto prazer pela vida que viver bem não é uma questão de felicidade plena, saúde de ferro, conta bancária recheada, família perfeita. Essas coisas ajudam muito, entretanto, muitos tendo tudo isso não vivem, apenas sobrevivem. A vida, pra ser bem vivida, necessita de no mínimo planejamento. Pra se viver bem é necessário saber aonde se quer chegar, como será a caminhada até o destino e, principalmente, a razão pela qual queremos chegar. Sim, nossa vida precisa ter um sentido, uma razão, uma finalidade. Diz o autor de Provérbios que quem planeja colhe muitos frutos, mas aqueles que apenas vão levando a vida, têm pouco a colher nesta vida. E quando o assunto é vida, ainda que esta seja curta, é necessário planejar e definir o tipo de vida que queremos viver. Aqueles que estão apenas sobrevivendo, infelizmente, já perderam a capacidade de apreciar vida, na verdade, nem a estão vendo passar, tornaram-se daltônicos existenciais, pois não percebem mais as cores da vida. Estão cheios de amarguras, murmurações, frustrações e, ainda que com medo, vivendo em função da morte. Mas aqueles que estão aprendendo com a vida; aqueles que ainda conseguem transitar entre os acidentes, tempestades e terremotos da vida sem perder a doçura, a esperança e a disposição de continuar a grande luta da vida, esses, de fato, entendem o que é que significa viver. E é justamente por terem provado a experiência de viver, que têm condições de enfrentar a vida sem perder a doçura e, ainda, sentirem-se prósperos. Estes entenderam que há coisas que são irremediavelmente imediatas, mas há outras que, necessariamente, devem ser tratadas homeopaticamente compassadas, refletidas, organizadas e reorganizadas, para que tudo nessa vida - seja bom ou ruim, fácil ou difícil - seja bem aproveitado e, assim, valha à pena a existência. Portanto, viva! Viva bem! Aproveite o precioso tempo que tens e viva. Não se restrinja à sobrevivência, vá além, viva intensamente! Faça um planejamento de vida para você e sua família para que, assim, vocês experimentem a magia da vida.
Um abraçãozão e bom final de semana a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

"Quem vive contando casos não guarda segredo; por isso, evite quem fala demais" (Provérbios 20:19)


Este é um dos melhores conselhos que podemos agregar à nossa vida. Definitivamente, temos de tomar muito cuidado com quem fala demais. Pessoas assim, geralmente, deixam-nos sempre à mercê de problemas relacionais. Há pessoas que não têm quaisquer condições de dar conselhos, guardar segredos ou ouvir confissões, pois elas têm uma grande dificuldade de guardar para si mesmas aquilo que ouviram ou viram. Algumas agem assim por conta de uma dificuldade pessoal; outras por um problema de caráter. Uma pessoa muito querida de da IP Unida de Mogi Guaçu sempre dizia que uma das frases do seu pai era: "quem fala demais dá bom dia a cavalo". E, de fato, isso é verdade. Tem gente que não pensa para falar, vomita uma quantidade de informação desnecessária sobre os outros. Tem gente que fala qualquer coisa, em qualquer momento e de qualquer maneira. Com esse tipo de pessoa temos de tomar muito cuidado, pois elas prejudicam, machucam, expõem, ofendem e nem se importam com o rastro de mágoas que deixam por onde passam. São pessoas que sempre perdem a boa oportunidade de ficarem quietos. Você deve conhecer ou já foi vítima de alguém assim. Entretanto, avaliar isso nos outros é muito fácil, porém, o provérbio de hoje também nos serve de reflexão pessoal, ou seja, serve-nos para refletir acerca de nós mesmos no sentindo de avaliarmos a maneira como nos comportamos nos ambiente nos quais convivemos. Como lidamos com as informações que nos chegam? Sabemos falar as coisas na hora certa, do jeito conveniente, com a pessoa certa? Sim, é importante que façamos tal reflexão, pois, se não tivermos bom senso naquilo que fazemos e, principalmente, falamos,  podemos ser ótimos candidatos ao cargo de "inconveniente" do grupo. Há pessoas que dizem: "eu falo o que eu quero", entretanto, tais pessoas não gostam de ouvir o que não querem. Essa atitude, a despeito do que elas pensam, não implica em sinceridade, mas em falta de educação, falta de postura ética e desvio de caráter. Ninguém tem a liberdade de dizer aquilo que pensa quando aquilo que se vai dizer ofende intencionalmente a outra pessoa, principalmente, na frente de outros. Devemos ser sábios para falar, pois, somente assim, seremos dignos de um presente muito caro e ultimamente raro: a confiança das pessoas. E receber a confiança dos outros implica em sermos entendidos como pessoas dignas, íntegras e sábias. Portanto, avaliemo-nos e, à medida do possível, façamos as mudanças necessárias.
Bom dia a todos!
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

"...a esposa briguenta é como uma goteira constante" (Provérbios 19:13b)


Nesses dias de chuva, quando a água que cai no telhado escorre por uma das calhas daqui de casa, há uma goteira próximo a janela do meu quarto. Em dias que estou cansado, essa goteira até me ajuda a dormir mais rapidamente, porém, quando estou deitado e esperando o sono chegar, aquele barulho de água batendo na lata da calha, chega a irritar. Pois bem, é esse tipo de irritação que o autor de Provérbios compara a esposa/marido briguento. Conviver com pessoas que parecem ter prazer em brigar com os outros deve ser uma das piores experiências da vida. Graças a Deus, nem no contexto da família dos meus pais e nem no ambiente do meu lar eu testemunhei esse tipo de comportamento, entretanto, em duas das empresas que eu trabalhei, tive de conviver com pessoas que adoravam um "barraco". Pessoas sem educação, impossibilitadas à vida em sociedade. Gente que apenas têm olhos para si mesmas, limitadas demais para conviver com quem quer que seja. Agora, conviver com pessoas assim no ambiente de trabalho ou no círculo de amizade dá até pra suportar, visto que a convivência tem suas fronteiras. Porém, conviver com um cônjuge briguento, deve ser, no mínimo, uma experiência infernal. Talvez seja uma das piores torturas na vida de uma pessoa. E eu digo isso porque a tortura emocional deixa marcas mais profundas e mais difíceis de serem curadas do que a tortura física. Infelizmente, a visão que muitas pessoas têm do relacionamento conjugal - principalmente os filhos de casais briguentos - vem desse tipo de comportamento em determinados lares. Cônjuges que agem dessa maneira, esquecem-se que a goteira constante, geralmente, alaga ao ponto de transbordar o local onde goteja, fazendo, então, com que a paciência se esgote, o amor se esfrie e abra-se precedente para tantos outros problemas como, por exemplo, a infidelidade. O casamento, segundo percebemos na Bíblia, é uma relação que tem por objetivo fazer com que tanto homem quanto mulher, amadureçam e se desenvolvam, num ambiente de harmonia, cumplicidade e companheirismo. Quando esses sentimentos e atitudes deixam de habitar o relacionamento conjugal, o respeito, a amizade e o amor próprio, vão embora e, dificilmente, voltam pra casa. Nós não estamos neste mundo para vivermos de sofrimentos. Quando Deus nos criou e nos entregou uns aos outros - enquanto cônjuges, famílias e sociedade - sua intenção sempre foi a de nos prover, através dos relacionamentos, a felicidade. Mesmo a queda, por mais estragos que ela possa ter causado no homem e na natureza, não foi, e não é, capaz de roubar a nossa capacidade de vivermos bem neste mundo. Para isso existe a sabedoria bíblica: para nortear a nossa caminhada nos rumos aos quais Deus havia preparado para nós, ajudando-nos nos relacionamentos pessoais e no desenvolvimento de uma espiritualidade sadia, ou seja, que nos leva ao relacionamento com Deus ao mesmo tempo que nos aproxima em amor e graça uns dos outros.
Nesses dias que antecedem ao Natal, quero convidá-lo a pensar sobre o seu comportamento com seu cônjuge e, consequentemente, com sua família. É nossa a decisão de ser uma goteira: que enraivece e afasta as pessoas de nós mesmos; ou, então, um manancial: que aproxima as pessoas e sacia a sede que elas têm de felicidade e amor pela vida. Pense nisso! E caso perceba necessidade de mudar, não perca tempo, mude!
Um super abraçãozão!!!
Com carinho e amizade,  
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

"Quem responde antes de ouvir comete insensatez e passa vergonha" (Provérbios 18:13)


Vivemos na era da informação. Recebemos informação o tempo todo, seja verbal ou visual. Por isso, a tentação de repassar, comentar, reproduzir as informações que recebemos, é muito grande. Tal tentação, às vezes, nos derruba sem qualquer compaixão. Conheço muitas pessoas que têm uma enorme dificuldade de ouvir, somada a uma enorme facilidade para falar. Pessoas com essas características, geralmente, passam muita vergonha. Outras, de tão acostumadas com as gafes que cometem, já nem se importam mais com as consequências dos seus atos. Entretanto, se a nossa intenção é viver bem nesta terra, controlar nossos impulsos é uma questão de sabedoria. Não dá pra repassar ou reproduzir as informações que recebemos sem que antes confirmemos a fonte ou os fatos. Há pessoas que não ouvem e não pensam antes de falar. São grandes geradoras de confusões, intrigas, inimizades. Atualmente, com o crescimento das redes sociais as informações - inclusive e principalmente - da vida das pessoas estão escancaradas numa vitrine virtual para que o mundo todo tenha acesso. Nessas redes de relacionamentos, por ser um ambiente "democrático", as pessoas falam o que bem querem, expõem seus pensamentos e opiniões e, infelizmente, agridem umas às outras. A impressão que temos é que as pessoas estão demasiadamente impacientes, ou que todo mundo quer ser dono da razão (da própria razão). Não há mais espaço para o diálogo, debates, críticas construtivas, e exposição de pensamento que seja contrário. As pessoas têm tanta ansiedade para responder, revidar e humilhar o outro, que não há mais espaço para se dialogar acerca de determinado assunto. Neste tempo chamado pós-moderno, cada um assumiu a sua própria e inegociável verdade, fazendo com que, assim, ninguém mais possa pensar diferente. Isso parece significar que, quanto mais  conhecimento agregamos, menos democráticos nos tornamos. Triste constatação.
Um abraço a todos!!!
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

"Os filhos dos filhos são uma coroa para os idosos, e os pais são o orgulho dos seus filhos" (Provérbios 17:6)


Muitas pessoas gostam de citar o mandamento bíblico "honra teu pai e tua mãe" , para todos aqueles que são filhos. Hoje, o autor de provérbios nos chama à atenção a questão da paternidade/maternidade; ele diz que "os pais são o orgulho dos filhos". Você já parou para pensar nessa outra face da moeda? Às vezes, aliás, muitas vezes, é posto um peso muito grande sobre os filhos no sentido de que eles devem honrar seus pais, e isso é verdade, os filhos têm mesmo o dever de honrar os seus pais. Mas e os pais? Até onde são dignos de honrados pelos filhos? Sinceramente, conheço muitos pais que sequer valorizam seus filhos. São grossos, estúpidos no relacionamento, distantes, agressivos, e não fazem nada para que sejam dignos de respeito. Entretanto, mesmo sendo assim, exigem que seus filhos os respeitem. Desde a infância, à partir dos 4 anos, vamos construindo a imagem de um herói sob aqueles que cuidam de nós, geralmente, sob nosso pai. O pai é o líder, é o forte, é o mais inteligente do mundo, enfim, é o modelo perfeito que a criança fantasia em sua mente. É na figura do pai que ela vai querer se projetar e, assim, imitá-lo porque, para ela, o pai é um ser acima de todos os seres. Entretanto, há pais que não sabem construir nada. Às vezes, no decorrer da vida, fazem questão de destruir essa paixão dos filhos. Tomam atitudes descabidas, insensatas, afastando do universo dos filhos aquele herói digno de admiração e projeção. Assim, aquele que deveria ser o herói torna-se o vilão, e os filhos vão buscar identificação em outra pessoa, abrindo espaço para muitos distúrbios emocionais e abrindo portas para o abuso sexual sob seus filhos. Por mais que o mundo esteja cada vez mais moderno, os filhos, naturalmente, vão idealizar um super homem sob seus pais, porque Pai, na concepção ideal da palavra, deve, por natureza, ser o protetor, o herói e o exemplo para seus filhos. Pensando nessas poucas palavras, eu pergunto aos leitores que são pais: Como tem sido o exercício da sua paternidade? Você tem correspondido às expectativas mais básicas de seus filhos? Tem estado presente emocionalmente? O que o exercício da paternidade diz sobre você? Pense nisso, e, se for necessário, tome uma atitude de Pai.
Um abraçãozão e bom dia!!!
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

"Os insensatos zombam da idéia de reparar o erro cometido, mas a boa vontade está entre os justos" (Provérbios 14:9)


Como é difícil reparar um erro cometido. E, particularmente, eu creio que tal dificuldade se dê por duas razões: a) por termos a certeza de que nós não erramos; b) porque o nosso orgulho não nos permite voltar atrás e reconsiderar. O autor de Provérbios vai além, ele afirma que é insensato aquele que zomba da idéia de corrigir o erro cometido. Sinceramente, às vezes, eu ajo como um insensato. Ás vezes, na relação conjugal, quando eu "piso na bola" com a minha esposa e ela me corrige, eu tento me esquivar da decisão de reconhecer o meu erro e corrigí-lo. Nós, homens, temos essa tendência: errar e não reconhecer nosso erro, aliás, além de não reconhecer, por conta do nosso orgulho, acharmos o cúmulo ter de pedir perdão a quem quer que seja. Achamos que o fato de não tocarmos mais no assunto já é o suficiente para que o outro reconheça que estamos assumindo nosso erro. Mas, infelizmente, as coisas não são assim. Nesse pouco tempo de casamento, tenho entendido e aprendido que é necessário expressar-me para minha esposa. É importante para ela - e creio que para todas as demais mulheres - que o marido, companheiro, namorado, noivo, demonstre - com palavras e atitudes - o quanto está arrependido e, então, faça, oficialmente, o pedido de desculpas. E isso não é uma questão de humilhação, mas é uma questão, e uma atitude, de humildade. O autor de Provérbios afirma com muita sabedoria que a boa vontade está entre os justos, e isso é uma verdade. Somente os justos é que têm o bom senso, a humildade, a liberdade e, portanto, a boa vontade para reparar seus erros. E os justos fazem isso porque a sabedoria os leva a reconhecer que, assim como todos os seres humanos, eles também são falhos. E reconhecer nossa limitação, fraqueza e demais debilidades, faz com que nos tornemos pessoas fortes, afinal, segundo o Apóstolo Paulo se percebe diante das suas fraquezas, ele reconhece: "quando sou fraco é que sou forte" (2 Coríntios 12:10). Esse é o caminho dos justos, daqueles que valorizam a vida; valorizam seus relacionamentos; enfim, valorizam a si próprios. Eu reconheço que não é fácil reconhecer nosso erro, entretanto, não há alegria maior do que ter condições de reconhecê-lo e, num exercício de amor ao próximo e a si mesmo, repará-lo e, assim, desfrutar do carinho, confiança e admiração daqueles que convivem conosco, principalmente, pais, cônjuge, filhos e amigos. Pense nisso!
Um ótimo final de semana a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

"O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselho" (Provérbios 13:10)


Coisa difícil de lidar é com o orgulho. Talvez ele seja uma das maiores tentações da humanidade. Quem de nós nunca sentiu seu orgulho ferido e, para impor-se, cometeu muitos erros? O orgulho é um dos grandes males, principalmente, desta sociedade em que vivemos. Sociedade que está cada vez mais apegada à estética, ao poder e ao dinheiro. As pessoas estão cada vez mais egoístas e, assim, cada vez mais orgulhosas. As decisões, muitas vezes, são tomadas à partir de conveniências próprias e desejos cada vez mais individualistas. O EU tem sido cultuado em todos os lugares: shopping's, religiões, mídias, artes, músicas, etc. O outro, geralmente, é visto como um objeto para oferecer prazer, e de forma descartável. Assim, o sofrimento tem se manifestado de diversas formas, o tempo todo. Porém, segundo o autor de Provérbios, aqueles que buscam conselhos, ou seja, aqueles que ainda têm condições de ouvir as pessoas, de decidir não apenas para si, mas pensando no outro e à partir do outro, são os sábios desta terra. Ainda que a tendência social seja o individualismo, todos nós temos de reconhecer que precisamos uns dos outros. Infelizmente, é apenas à partir do sofrimento que muitas pessoas percebem o quanto são dependentes. E quando a descoberta da dependência acontece através de casos, por exemplo, de enfermidade, geralmente, o sofrimento é muito maior. É maior justamente porque aqueles que sempre se acham autônomos não conseguem lidar com a humildade e, até, dependendo do caso, humilhação. Gente orgulhosa, quando se depara com a dependência do outro, prefere a morte, dada a dificuldade de demonstrar sua fraqueza ou limitação. Particularmente, à semelhança do autor de Provérbios, eu creio que estar acessível e disponível ao outro é a melhor atitude que podemos tomar nesta vida. Saber ouvir, buscar conselhos, atentarmo-nos às correções, enchem-nos de sabedoria e, assim, da capacidade de errarmos menos. Quando nos dispomos à ouvir o outro, à considerarmos as experiências alheias, nos abrimos para um leque de novas possibilidades, oportunidades e ponderações. Portanto, seja qual for o seu perfil - humildade ou orgulho - creio que é necessário refletirmos acerca do tipo de vida que estamos vivendo e para onde este estilo de vida vai nos levar. Pense nisso e, caso se sinta incomodado consigo mesmo, tome um novo rumo para sua vida enquanto é tempo.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"O coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra bondosa o anima" (Provérbios 12:25)


Você já deve ter percebido que o autor de provérbios é enfático quanto a palavra. Eu já escrevei várias reflexões abordando esse assunto. Hoje, mais uma vez, o autor chama-nos à atenção acerca disso. Entretanto, desta vez, ele demonstra o quanto uma palavra bem intencionada e bem colocada pode fazer bem àquele que a ouve. Não sei quanto a você, mas eu já vivi situações de extrema agonia; momentos em que, por conta de minhas próprias limitações, estive impotente diante dos fatos que aconteciam ao meu redor. Nessas horas, eu tive a alegria de ter pessoas muito sensatas ao meu lado que, diariamente, com seus conselhos, ajudaram a acalmar a ansiedade do meu coração. Nessas situações eu percebi a fragilidade humana diante das coisas que nós não temos condições de resolver. Há situações nesta vida que fogem à nossa alçada. Há situações em que ficamos à mercê dos outros (ora conhecidos, ora desconhecidos); à mercê da resposta do nosso próprio organismo, quando o assunto é saúde; à mercê do tempo. E estar na dependência de algo que não está sob o nosso controle ou estar na dependência de outras pessoas, são situações que nós não gostamos de lidar. Depois de uma determinada fase da vida, nosso sentimento de autonomia e independência - que é importante que desenvolvamos - às vezes, nos conduz ao egoísmo e orgulho; e isso acaba que nos dando a triste sensação de que tudo está sob o nosso controle. E quando algo acontece e, então, descobrimos o quanto somos frágeis e suscetíveis às limitações e impotências diante de alguma situação, imediatamente, perdemos o chão, nos desesperamos e nos entristecemos; alguns, dependendo do orgulho e egoísmo, até se deprimem. É nessas horas que faz toda a diferença ter bons relacionamentos. É nessas horas que descobrimos o valor de um bom casamento, de uma boa amizade, de um vínculo familiar saudável. Sim, porque somente as pessoas que nos amam é que são capazes de, através de suas palavras e presença, nos animar ou, pelo menos, de não permitir que desistamos das lutas que nos são propostas pela vida. E quem já passou, ou está passando, por alguma situação que cause ansiedade, mas teve pessoas sábias, sensatas e sinceras ao lado, sabe o quanto é significativo construir bons relacionamentos. Mas há também o outro lado da moeda: temos de pensar sobre o quanto somos portadores de palavras de ânimo, consolo, motivação, força, às pessoas que nos cercam - sejam elas do nosso círculo de amizade ou não. Nós gostamos muito de receber e, quando sofremos, cobramos isso das pessoas, porém, temos de refletir sobre a nossa disposição em oferecer-nos aos outros. Há pessoas que se tornaram ricas em experiências significativas, entretanto, não compartilham com aqueles que estão passando pelas mesmas lutas as quais elas passaram; não compartilham aquilo que sentiram, como lidaram com a situações e sentimentos próprios do momento; enfim, guardam para si aquilo que poderia levar paz aos que sofrem. É verdade que receber é algo muito bom, entretanto, é indescritível, e infinitamente mais maravilhoso, poder compartilhar experiências, sentimentos, conselhos, que são frutos das situações as quais vivenciamos, e perceber que o nosso sofrimento ou a nossa luta não foram em vão, pelo contrário, nos amadureceram ao ponto de nos tornar mais sábios e, assim, termos condições de aliviar as pessoas que, agora, necessitam do mesmo cuidado que recebemos outrora. Portanto, fica aqui o meu incentivo: compartilhemos para que possamos fazer valer a nossa história.
Um super abraçãozão e boa semana!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"Quem faz o bem aos outros, a si mesmo o faz; o homem cruel causa o seu próprio mal" (Provérbios 11:17)


Já ouvi algumas pessoas dizerem, aliás, até ensinarem seus filhos, que Deus castiga quem faz o que é mau. Mas isso não é verdade. Não há necessidade de castigar aqueles que fazem o mal, visto que a consequência da maldade, por si só, já é o castigo daqueles que a praticam. O fato de Deus nos deixar à própria sorte já é um castigo, pois, nossos atos, quando sem orientação daquilo que é bom, já nos trazem consequências trágicas. Essa teologia do "castigo de Deus", por mais que pareça uma expressão da sua justiça, apenas serve para gerar medo nas pessoas e, assim, fazer com que elas construam em seu ideal um Deus tirano, que vive de punir aqueles que erram e condecorar aqueles que acertam. Assim, basta que uma pessoa receba as consequências de alguma atitude impensada, que logo as pessoas já dizem: "isso é castigo de Deus", isentando, então, a responsabilidade humana. Ora, nós não somos objetos nas mão de Deus. Ele não nos manipula ao seu bel prazer. Enquanto seres humanos, temos a liberdade e a competência da escolha entre aquilo que é bom e aquilo que é mau. Portanto, toda e qualquer decisão ou atitude tomada deve, necessariamente, estar consciente dos resultados e consequências. Eu percebo que muitas pessoas percebem a fé com um simplismo sem precedente. Para essas pessoas, a lógica é tirana: quem é bom Deus abençoa; quem é mau Deus castiga. Como se Deus fosse apenas isso, alguém que vive de abençoar e amaldiçoar. Esquecem-se que Deus é um ser relacional e que, portanto, sua proposta - aos maus e aos bons - é de se construir um relacionamento profundo, transformador, orientador. Em Deus não há exercício do mau. É por isso que aqueles que dele se aproximam, são naturalmente invadidos pelo bem e pelo desejo de realizá-lo. Distante de Deus o homem tem uma grande tendência para aquilo que é mau. E quando eu digo mau, eu estou falando de tudo aquilo que está revestido de maldade, desde as coisas mais simples até as coisas mais absurdas. Com isso eu estou dizendo que aqueles que estão se relacionando com ele não cometem maldades? Claro que não. Tais pessoas, mesmo num relacionamento profundo com Deus, por serem seres finitos e limitados, fazem maldades, entretanto, num nível diferente daqueles que estão distantes do Senhor. E esses, por mais que cometam maldades de proporções diferentes, quando as cometem, sofrem as consequências de seus atos, e não por uma questão de castigo divino, mas por uma regra geral da vida: "quem planta, colhe aquilo que plantou". E nisto, Deus nem precisa fazer qualquer intervenção ou aplicar qualquer castigo, a própria vida, na sua dinâmica, já providencia sua repreensão. Portanto, sejamos criteriosos quanto às nossas palavras e atitudes porque, afinal, tudo o que falamos e fazemos tem suas próprias consequências. Em nossas decisões, não deixemos de refletir bastante e nos conscientizarmos de todas as consequências e resultados daquilo que viermos a fazer. Viva bem, faça o bem!
Boa tarde e boa semana!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"O filho sábio dá alegria ao pai; o filho tolo dá tristeza à mãe" (Provérbios 10:1)


Este provérbio é um convite à reflexão a cada um de nós que somos filhos. Aqueles que mesmo amando sua mãe, às vezes, a ferem por falta de sabedoria. Às vezes ficamos inconformados com relatos ou noticiários de filhos que matam seus pais. No início deste ano, um dos grandes teólogos brasileiros, Bispo Dom Robinson Cavalcante e sua esposa, foram brutalmente assassinados pelo próprio filho. A comunidade religiosa ficou chocada com o fato. Porém, infelizmente, temos a certeza de que este não será o único e nem o último caso triste de filhos que matam os próprios pais. Entretanto, ainda que tudo isso nos revolte, há casos, e estes ainda piores por conta de crueldade, de filhos que matam seus pais mesmo sem tirar-lhes a vida. Conheço uma infinidade de pais e mães que, embora vivos, encontram-se existencialmente, emocionalmente e espiritualmente, mortos. São pessoas cruelmente assassinadas para a vida, morrendo a cada dia de desgosto, vergonha e vítimas de um desprezo mortal. Homens e mulheres, na sua maioria idosos, que já nem sabem mais o que é viver. Gente que clama pela morte física porque já não aguentam mais o peso do desgosto que os filhos têm imposto sobre eles. 
Conheço uma senhora, muito simples, catadora de material reciclável nas ruas e nos lixos de Limeira, que trabalha todos os dias sob o sol escaldante do verão; sob o vento gelado do inverno; sob o desconforto da chuva; para poder sustentar seu filho na prisão. Não bastasse isso, ainda tem de suportar as grosserias de uma filha ingrata, mal educada e murmuradora. Entretanto, esta mãe que, por conta do seu sofrimento, aparenta ter quase o dobro da sua real idade, ainda se esforça para poder atender às "necessidades" de seus filhos. Mas nós sabemos que ela não é a única a viver desta maneira. Há muitos filhos tolos neste mundo. Há muita gente insensata que, também, está matando seus pais lentamente, um pouquinho a cada dia.
Mas, graças a Deus, que no meio de todo este contexto de morte, vergonha e dor, há aquelas pessoas que são a vida de seus pais. Homens e mulheres que são o prazer da vida de seus genitores. Conheço muitos pais e mães que têm como diploma na vida a educação de seus filhos. Pais e mães que, no exercício da paternidade ou maternidade, criaram bons cidadãos, homens e mulheres de caráter, com valores éticos e morais. Filhos que enriquecem a existência de seus pais, que dão sentido e fazem valer cada minuto da gestação; cada labuta pelo pão; que fazem valer todo o aperto orçamentário para garantir o estudo. Ah, esses filhos sábios!!! Benditos fruto do ventre! Gente que, conforme o mandamento com promessa, vão viver muito nesta terra, e mais, vão viver melhor nesta terra. "Honra teu pai e tua mãe para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra"(Efésios 6:2-3).
Desejo, de coração, que nós, filhos, providos de sabedoria, façamos valer cada minuto da vida de nossos pais e mães. Pense nisso!
Bom dia a todos!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

"Venha, vamos embriagar-nos de carícias até o amanhecer; gozemos as delícias do amor! Pois o meu marido não está em casa; partiu para uma longa viagem. Levou uma bolsa cheia de prata e não voltará antes da lua cheia." (Provérbios 7:18-19)


O capítulo 7 de Provérbios traz algumas orientações acerca da mulher adúltera, porém, eu quero acrescentar à reflexão o homem adúltero, visto que tal situação se aplica tanto aos homens como, também, às mulheres. O adultério tem se caracterizado num dos grandes males da sociedade moderna. Há alguns anos chegou a ser considerado crime pelo código civil brasileiro. No contexto bíblico, segundo a cultura patriarcal, quem fosse pego em adultério recebia como pena o apedrejamento em lugar público. Em tempo modernos, o adultério deixou de ser enquadrado como crime e, em algumas culturas, muitas pessoas já nem se escandalizam mais com esse ato. Creio que a mídia televisiva está ajudando muito nesse processo de relativização da fidelidade conjugal. Nas novelas, um dos principais programas mais assistidos pelos brasileiros, em algumas situações, de maneira muito sutil, o adultério é tratado com muito bom humor. Quando não, o adultério é justificado a medida que um dos cônjuges não cai na graça do telespectador. Daí, a torcida nacional fica contra o casamento e a favor do adultério e do divórcio. Há, também, a sensualização nas propagandas de produtos de consumo, desde produtos infantis até os produtos mais erotizados, através de mulheres seminuas, esbanjando sensualidade, dando a impressão ao telespectador de que tal produto irá aflorar sua sensualidade. Se tudo parasse apenas por aqui, acredito que seria até remediável, porém, infelizmente, não é isso o que acontece na prática. Por conta de tal sensualização, no ambiente do lar, os cônjuges cobiçam toda aquela sensualidade televisiva; por outro lado, onde o estrago está demonstrando-se muito maior, crianças estão sendo expostas a um tipo de sensualidade a qual estão, precocemente, reproduzindo emocionalmente. A consequência disso tudo? Esta aí, exposta através da relativização da conjugalidade; através a "adultização" das crianças, cada vez mais erotizadas; e do sexo casual, que é a expressão da futilização dos relacionamentos afetivos e, conseqüentemente, da filosofia descartável sendo aplicada à pessoas. Pensando em tudo isso, eu pergunto: será que o adultério não é a conseqüência da adulteração que o ser humano está fazendo de si mesmo? Pense nisso, e se fizer algum sentido pra você, comece a cuidar de si mesmo, revendo seus valores e ajudando a sua família a fazer o mesmo.
Bom dia e bom final de semana a todos.
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

"Meu filho, se você serviu de fiador do seu próximo, se, com um aperto de mãos, empenhou-se por um estranho e caiu na armadilha das palavras que você mesmo disse, está prisioneiro do que falou" (Provérbios 6:1-2)


O texto de hoje nos alerta quanto à prudência e à responsabilidade.
À prudência porque a decisão em ser fiador de alguém é algo muito sério e pode, com o tempo, pôr fim a uma boa amizade ou afastar familiares. Alguns afirmam que a Bíblia diz que é pecado ser fiador, entretanto, isso não é verdade. Ser fiador não é pecado, qualquer pessoa, se tiver condições, pode ser fiador do amigo, do parente ou de um filho. Porém, devemos sempre lembrar que esta relação comercial, e creio que no mundo inteiro, é considerada arriscada. Há muitas pessoas que são fiadoras, eu, por exemplo, sou um. E o problema não está em ser, mas na maneira responsável que assumimos este negócio.
Quando assumimos essa posição num negócio, apesar da afinidade que temos com aquele a quem nos dispomos a servir como fiança, temos de ter em mente que a responsabilidade é nossa, e não do outro, afinal, fomos nós que assumimos e assinamos que pagaremos aquilo que o outro não pagar. Agora, o que não pode acontecer é que se a empresa/pessoa à qual assumimos tal responsabilidade vier nos cobrar, nos negarmos a pagar a dívida com aquilo que empenhoramos ou, então, brigarmos com aquele ao qual decidimos ser fiadores. Este tipo de situação é que não é correto, afinal, nós, quando aceitamos participar desse tipo de relação, assumimos todos os riscos e consequências.
É por isso que a Bíblia sempre nos convida à prudência, para que saibamos tomar as decisões corretas e, assim, termos todas as condições de manter a nossa palavra e arcarmos com as consequências daquilo que decidimos ou falamos, ou seja, a Bíblia nos convida a agirmos como adultos: sendo éticos, responsáveis e maduros.
Portanto, quando tal convite lhe for feito, pense bastante, reflita o quanto puder, e seja qual for a sua decisão, esteja preparado para assumir as consequências, porque mais feio do que perder algum bem numa relação de fiança, é não manter a palavra que se dá nesse tipo de negócio. Meu pai disse certa vez: "é melhor você perder a amizade de alguém por dizer não, do que perder a amizade e o seu dinheiro, palavra e dignidade". E nisto, acredito que ele tem razão, afinal, os verdadeiros amigos e as pessoas que gostam realmente de nós, sabem ouvir "não" quando é necessário.
Os versículos posteriores continuam a falar do mesmo assunto, se você tiver um tempinho, conclua a leitura de Provérbios 6.
Bom dia  a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

"As maldades do ímpio o prendem; ele se torna prisioneiro das cordas do seu pecado" (Provérbios 5:22)


Você já percebeu que as pessoas têm uma grande facilidade de terceirizar a razão do sofrimento? Sim, poucas pessoas assumem a responsabilidade de seus atos ou palavras. Alguns sempre estão sofrendo por causa dos outros: "a culpa é do fulano, se ele não tivesse feito/dito aquilo, eu não estaria nesta situação".  Frases como essa são comuns na boca daqueles que se sentem vítimas da vida. Entretanto, o autor de Provérbios, chama-nos à atenção quanto a isso. Ele afirma que aqueles que praticam as impiedades/maldades, se tornam prisioneiros daquilo que praticam/falam.
Existe uma regra natural no mundo: "toda ação tem uma reação"; e parece-me que as pessoas se esquecem dessa regra ou, pelo menos, a ignoram quando vão tomar uma atitude ou falar alguma coisa. Temos de tomar muito cuidado com isso, caso contrário, se não tivermos a hombridade de assumir nossa responsabilidade, vamos viver com a síndrome de perseguição, achando que o mundo inteiro conspira contra nós, inclusive, Deus.
Tudo o que plantamos nesta vida, seja bom ou ruim, de alguma maneira colhemos. E isso acontece não como uma punição divina ou inveja alheia, isso acontece porque as coisas são assim mesmo: se eu planto limão, colho limão. Acerca disso o apóstolo Paulo disse o seguinte: "Pois o que o homem semear, isso também colherá" (Gálatas 6:7). E isso se aplica, em diversas situações, àqueles que fizeram algo errado e, caindo em si, pediram perdão a Deus ou às pessoas, pois, ainda que sejamos perdoados, sempre por Deus e nem sempre pelas pessoas, as consequências, em diversos casos, são inevitáveis. Por isso, não se iluda quanto a não sofrer as consequências dos seus atos, como eu já disse, é algo natural da existência, aliás, uma lei da existência.
Deus nos criou com a competência de escolhermos viver bem. Entretanto, viver bem implica em fazermos boas escolhas na maioria das situações que se nos apresentam cotidianamente. É verdade que, em muitos casos, vamos errar, é natural, faz parte da nossa maturidade em desenvolvimento. Porém, quanto mais amadurecemos, mais temos condições de avaliarmos as situações e, assim, optarmos por aquilo que faz bem. Aqueles que não se importam com essas coisas, os imaturos, orgulhosos, que brincam de "roleta russa" com a vida, infelizmente, acabam se tornando escravos rendidos pelas suas próprias atitudes. Por isso, vamos viver bem! Vamos exercitar a sabedoria que já adquirimos nesses anos de vida! Vamos investir em nossa maturidade!
O solo da vida está a nossa disposição hoje, sejamos sábios em plantar boas sementes.
Bom dia, bom plantio, boa colheita.
Com carinho, 
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ouçam, meus filhos, a instrução de um pai; estejam atentos, e obterão discernimento" (Provérbios 4:1)


No texto de hoje, bem como em todo o capítulo 4 de Provérbios, o autor, através de uma figura de linguagem, torna a sabedoria como um pai que dá instrução aos seus filhos. Tal instrução é bem paterna mesmo, se fecharmos os olhos, teremos a impressão de que é o nosso pai quem está falando conosco, orientando-nos na caminhada da vida. E é exatamente de orientação que precisamos nesta vida. Sim,  pois a vida não é fácil de ser vivida. Dificilmente estamos preparados para lidar com todas as situações que ela nos apresenta, desde as mais rotineiras às mais complexas. Depois que alcançamos certa maturidade muitas coisas complexas nos são cobradas: decidir uma profissão para exercermos pro resto de nossas vidas (pelo menos em tese); escolher um cônjuge para compartilharmos a nossa vida; ter filhos e, assim, estar plenamente preparados para educá-los; e por aí vai. As pessoas são profissionais em fazer cobranças umas às outras. Por outro lado, por conta disso tudo, nós também nos cobramos muito: queremos ter a respostas pra tudo (mesmo para aquelas perguntas que nem nos foram feitas); queremos ser o pai, o marido, o profissional, o amigo, o filho, provido de tanta perfeição que, na maioria dos casos, caímos na frustração. A grande e dura verdade da vida, pelo menos da nossa vida, é que somos exatamente aquilo que somos. Não adianta projetarmos um ideal distante das nossas possibilidades, porque isso apenas nos causará frustrações. Uma das grandes alegrias do Evangelho é, justamente, nos dar a paz e a liberdade de sermos aquilo que somos, entendendo que a liberdade de ser nos faz redescobrir a alegria de viver. A nós, seres imperfeitos, o Evangelho se apresenta como um manual de vida para que, apesar das nossas limitações, imperfeições, fraquezas e debilidades, possamos ter uma direção que nos leve a lidar com aquilo que é próprio da vida: dor, sofrimento, alegria, saúde, doença, riqueza, pobreza, frustração, conquistas, vitórias, derrotas, o bem e o mal, felicidade e tristeza, certeza e dúvida, certo e errado, e assim por diante.
O autor de Provérbios escreve sob a perspectiva de que a fé é o princípio da sabedoria. E ele assim crê a partir de suas próprias experiências cotidianas. Isso fica muito explícito, por exemplo, se fizermos uma leitura do livro de Eclesiastes. A sabedoria a qual ele se refere, é uma sabedoria ativa, ou seja, que se aplica nas experiências mais simples ou mais complexas da vida, pois, esta, está alicerçada em Deus, o Pai que, assim como a sabedoria, quer apenas o nosso bem, nos dotando de ferramentas para enfrentarmos e vivermos melhor esta vida. Portanto, assim como os pais desejam que seus filhos ouçam suas palavras, conselhos e orientações, ouçamos, também, aquilo que Deus tem a nos ensinar. Assim, ainda que não nos tornemos perfeitos, no mínimo, teremos mais condições de enfrentamento e aproveitamento da vida.
Um bom dia a todos.
Com carinho,
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

"Meu filho, não se esqueça da minha lei, mas guarde no coração os meus mandamentos, pois eles prolongarão a sua vida por muitos anos e lhe darão prosperidade e paz" (Provérbios 3:1-2)


Nós sempre estamos a procura de uma fórmula mágica para resolver as diversas situações da nossa vida, deve ser por isso que as famosas "simpatias" ainda estão tão presentes nessa sociedade pós-moderna. Ultimamente, até mesmo o ambiente religioso tem suas "simpatias", fórmulas da felicidade e o elixir da vida. Aliás, quando o assunto é religião, muito cristãos usam a Bíblia como um livro de fórmulas da felicidade. Quando estão tristes, lêem o Salmo 23; quando estão deprimidos, lêem o Salmo 91, e por aí vai; há sempre um texto específico para tratar problemas específicos. É errado instrumentalizar a Bíblia desta forma? Não, claro que não. Entretanto, a Bíblia não é um livro de auto-ajuda, pelo menos não nesse sentido. A Bíblia é o manual da vida. Ela contém o conjunto de valores aos quais aquele que crê, deve edificar a sua vida.
Algumas pessoas não gostam da Bíblia porque a vêem como um livro legalista e moralista. Outros gostam da Bíblia justamente porque a vêem dessa forma. Entretanto, nenhum dos dois grupos têm razão na maneira de compreendê-la e interpretá-la. Diferentemente dos fariseus e semelhantemente a Jesus, temos de olhar para a Bíblia e perceber os valores que estão implícitos e explícitos em seus textos. Nesses últimos 16 meses que estou pregando o Evangelho de Mateus em nossa comunidade, temos percebido o quanto Jesus, ao interpretar a Lei, expunha os valores vivenciais e relacionais para os quais ela aponta. Os fariseus (religiosos dos dias de Jesus), valiam-se da Lei pela lei, ou seja, como um sistema frio, desumano e castrador da felicidade. Por outro lado, Jesus demonstrava que a Lei tinha como finalidade o benefício do homem em todos os seus relacionamentos: familiares, amizades, profissionais, sociais e, também, o relacionamento com Deus. Jesus cumpriu a Lei, ele a praticou literalmente, e tal prática foi demonstrada através do exercício do amor, da misericórdia, da compaixão, à toda e qualquer pessoa, sem distinção alguma.
Quando o autor de Provérbios paternalmente nos convida a não nos esquecermos da Lei e guardarmos os mandamentos em nosso coração, ele não está falando de um sistema legalista desprovido de felicidade. Pelo contrário, ele está falando de um modo de vida baseado na ética, moral, respeito, sabedoria, educação e tantos outros VALORES que, postos em prática, só podem nos conduzir por uma vida longa, feliz, próspera (no sentido de qualidade de vida) e pacífica.
Pense nisso!
Um abraçãozão a todos e boa semana!!! 
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

"Duas coisas peço que me dês antes que eu morra: mantém longe de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: 'Quem é o Senhor?' Se ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus" (Provérbios 30:7-9)


Estas palavras não são do Rei Salmão, são de um homem chamado Agur. Elas também expressam grande sensatez, ainda que no início do texto, ele afirme que não é sábio. Mas o pedido que ele faz a Deus é, no mínimo, interessante. Pedir a Deus para mantê-lo distante das pessoas falsas e mentirosas e, também, que lhe dê o necessário para viver em paz, são pedidos muito sábios. Quantas pessoas estão satisfeitas com aquilo que possuem? Quantas pessoas estão rodeadas de gente falsa e mentirosa? Creio que pra vivermos melhor esta vida necessitamos de um senso de satisfação, caso contrário, a gente nunca consegue viver plenamente. A honestidade de Agur é ímpar. Ele conhece a si mesmo e, por isso, pode ter um relacionamento transparente com Deus. Ele sabe o quanto a riqueza ou a pobreza o afetaria ética, moral e espiritualmente, por isso, pede a Deus a alegria da satisfação. Talvez este tipo de honestidade - conosco mesmo e com Deus - seja algo que esteja faltando em nossas vidas. O medo de reconhecer-se é um dos nossos grandes inimigos. Abrir os olhos diante do espelho para ver quem de fato nós somos, é algo libertador e nos conduz pelo caminho da honestidade e da verdade. À medida que nos reconhecemos - força, fraqueza, limitação - temos mais facilidade de lidar com as pessoas e com as situações - boas ou ruins - que a vida nos apresenta diariamente. A medida que nos reconhecemos, em sendo sábios, passamos a aguardar de Deus o socorro, a ajuda, o compartilhamento da sua força que, operando em nós, nos ajuda a lidar com algumas frustrações que são próprias da nossa humanidade. Passamos a aprender que: nem muito, nem pouco, apenas o necessário é suficiente. Aliás, não apenas a aprender, mas a experimentar e ensinar àqueles que estão se perdendo na caminhada da vida porque não sabem administrar tais quantidades e, então, partem pelo caminho da murmuração quando acham ter pouco, ou pelo caminho da ganância, quando têm muito. Em ambos os casos, perde-se, e muito, em qualidade de vida, relacionamentos e a alegria de viver. Portanto, tentemos exercitar o nosso senso de satisfação, se assim fizermos, é muito certo que vamos murmurar menos, curtir mais aquilo que já conquistamos e, enfim, vamos exercitar mais a gratidão.
Um bom dia a todos e tenham um excelente final de semana!
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

"Quem insiste no erro depois de muita repreensão, será destruído, sem aviso e irremediavelmente" (Provérbios 29:1)


Em diversas situações eu percebo que algumas pessoas têm a tendência de atribuir a Deus as consequências de suas más atitudes. Geralmente elas usam o termo "castigo" quando as coisas que fazem não saem muito bem. Entretanto, esse tipo de atribuição é muito injusta visto que cada um de nós colhe exatamente aquilo que planta. O apóstolo Paulo disse o seguinte: "pois o que o homem semear, isso também colherá" (Gálatas 6:7), e colherá não por ser um castigo divino ou, como dizem os mais religiosos: "Deus está pesando a mão", mas, colherá porque a Lei da Natureza é assim: o que você planta, você colhe. E isso se aplica à lavoura e, também, às nossas atitudes. Atribuir a Deus os resultados da nossa insensatez é uma maneira simples de nos esquivarmos de nossa responsabilidade. Aliás, desde o Éden, o ser humano tem essa mania de terceirizar a responsabilidade dos seus erros.
Quando os noticiários anunciam alguma catástrofe natural em que centenas de pessoas são mortas, geralmente, algumas pessoas logo soltam a famosa e covarde frase: "Nossa, se Deus existe porque ele permite essas coisas?". Ele não permite nada. No livro de Gênesis, no capítulo 2, é narrado uma das razões da constituição do homem, a saber, cuidar do planeta, administrar aquilo que Deus criou. Portanto, em casos de desastres naturais, deveríamos perguntar a nós mesmos: "Por que estamos permitindo que pessoas sejam mortas por conta da nossa contribuição à destruição dos recursos naturais?". Todos nós sabemos que as grandes catástrofes, e agora sendo bem simplista, são resultados das garrafas e sacolinhas descartáveis que, até hoje, relutamos em separar para reciclar.
Todos nós sabemos o que é preciso ser feito, porém, parece que somos imantados a insistir no erro até que algo mais sério aconteça conosco ou com alguém mais próximo. O apóstolo Tiago disse o seguinte: "Pensem nisto: quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado", ou seja, insistir no erro é mesmo um caminho para a destruição. Particularmente, eu acredito que a destruição a qual o autor de Provérbios se refere pode ser entendida em duas vertentes: a frustração ou, até, a morte; e isso vai depender apenas de cada erro cometido.
O profeta Samuel ensina-nos que: "a obediência é melhor do que o sacrifício" (1 Samuel 15:22), e creio que isso se aplica a todos nós, em qualquer situação. Portanto, pra quê "pagarmos pra ver"? Não é melhor ouvir as repreensões, os conselhos, as opiniões, dos nossos amigos, pais, professores, cônjuges, enfim, ouvir aqueles que nos amam e, por amor ou por experiência, nos repreendem para o nosso próprio bem?
Pense nisso!
Um abraçãozão a todos!!!   
Pr. André Luís Pereira

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

"O ímpio foge, embora ninguém o persiga, mas os justos são corajosos como o leão" (Provérbios 28:1)


Nas reflexões que estamos fazendo no Evangelho de Mateus, na IP Cavinato, dentre algumas posturas que abordamos, aprendemos que pra ser discípulo de Jesus é necessário CORAGEM. Sim, é necessário coragem para seguir Jesus, visto que o caminho do discipulado requer que aqueles que se disponham a trilhá-lo não tenham medo e nem dúvidas quanto a sua identidade de discípulo. Penso que a coragem se expressa de duas maneiras: coragem para enfrentar e coragem para assumir. Os ímpios, segundo percebo, às vezes tem a primeira, porém, são desprovidos da segunda, tornando-se assim, covardes quando têm de enfrentar as consequências de seus atos e palavras. Isso é fácil perceber, por exemplo, no ambiente profissional. Há trabalhadores que falam, protestam, ofendem, entretanto o fazem sempre nos bastidores. Porém, quando confrontados, geralmente, não têm coragem de assumir para o interessado aquilo que disseram nos bastidores. Agora, aqueles que realmente foram alcançados pelo Evangelho e, por isso, estão vivendo num processo de transformação diária, processo este que, além de desenvolver a espiritualidade, também está formando um cidadão ético, honesto, sincero, e capaz de assumir suas posturas e enfrentar as consequências de seus atos e palavras. Isso é coragem! O apóstolo João afirma que "no amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor" (1 João 4:15). Ou seja, o amor se expressa através da coragem. É expressão de amor quando temos coragem de assumir quem somos, aquilo que fazemos ou aquilo que falamos. É expressão de amor - a nós, a Deus, aos outros - quando temos coragem de fazer valer a ética acima das tentações que nos são apresentadas como, por exemplo, ganhar dinheiro de forma fácil e ilícita, mentir para as pessoas com o fim de não sermos cobrados, falar "pelas costas" de um companheiro de trabalho, de um irmão de fé, do patrão, do empregado. E como isso é comum! Entretanto, a despeito de tudo isso, o autor de Provérbios nos chama à Coragem como exercício da fé. Você crê? Penso que essa resposta pode ser dada através do seu comportamento, ou seja, enfrentando às situações apresentadas cotidianamente e, principalmente, assumindo as posturas tomadas.
Um abraçãozão a todos!
Com carinho e amizade, 
Pr. André Luís Pereira

terça-feira, 27 de novembro de 2012

"Não se gabe do dia de amanhã, pois você não sabe o que este ou aquele dia poderá trazer" (Provérbios 27:1)


A ansiedade é um dos grandes males que ataca a nossa humanidade. Todos nós, ainda que um pouquinho, somos ansiosos. Nós nem bem começamos um dia, já estamos pensando no dia seguinte. Depois que inventaram a agenda, o que é uma excelente ferramente de organização, a nossa vida está mais direcionada para o dia de amanhã do que para o dia de Hoje. Tomamos diversas decisões hoje por causa do amanhã.
O provérbio de hoje é muito interessante pois expressa algo muito verdadeiro ao qual nós não levamos muito em consideração. Viver do passado é algo muito perigoso, visto que, dependendo das experiências que remoemos do passado, deixamos de viver o presente. Da mesma forma, é perigoso vivermos apenas do futuro pois, assim como viver do passado, podemos deixar de viver o presente. Eu confesso que limitar-se ao presente é quase que impossível, e creio que o autor de provérbios também sabia disso. Entretanto, a proposta do autor parece conduzir-nos ao "hoje", ao "agora", ao "presente".
Na prática, como eu sempre digo em nossa comunidade, nós só temos o hoje para aproveitarmos a vida, os relacionamentos, o trabalho, e tudo aquilo que plantamos no passado, pois o passado não volta, por isso, não dá pra reparar os erros ou reviver os momentos aos quais temos saudades. Da mesma forma, não dá pra planejar com certeza o futuro, até mesmo o amanhã, afinal, estes nos são apenas possibilidades visto que não dá pra garantir que estaremos vivos para concretizar nossos planos. E talvez seja por isso que o ser humano sofra tanto com a ansiedade, pois mesmo que ele tenha o controle sobre muitas coisas, ele não o tem sobre a vida e a morte, nem sobre a saúde ou a doença.
A minha confissão de fé postula um Deus que sustenta a vida. E tal crença neste Deus tem me ensinado a valorizar a vida que tenho hoje, agora, neste momento que estou escrevendo. Tal fé me conduz à satisfação de aproveitar cada momento com minha esposa, meus pais, irmã, sobrinho e sobrinhas, cunhadas(os) e amigos. Essa fé me ensina que o passado, por mais dificil ou melhor que tenha sido, é passado, portanto, imutável; e que o futuro, por mais que a minha saúde, disposição, vitalidade, demonstrem que será certo, é apenas uma possibilidade. Portanto, na possibilidade de viver bem amanhã, eu tenho tentado viver o melhor que posso hoje. Tem uma frase na música "Pescador de Ilusões" do grupo Rappa que diz o seguinte: "Valeu à pena, eh, eh, Valeu à pena"; esta pequena frase deveria ser dita por nós a cada final de dia, se soubéssemos aproveitar mais o dia de hoje que, como define a própria lingua portuguesa, é o nosso presente.
Acerca disso, disse Jesus:"Não se preocupem com o amanhã, pois, o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal" (Mateus 6:34)
Bom hoje para todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

"Não responda ao insensato com igual insensatez, do contrário você se igualará a ele" (Provérbios 26:4)


Esse provérbio de hoje é um dos que eu mais gosto. Talvez eu goste mais dele porque foi um dos primeiros que eu conheci e pude aplicar em minha vida.
Há determinadas situações na vida que não valem o desgaste que demandam, discutir com pessoas que não estão disposta a ouvir, refletir e ponderar é uma delas. Como é difícil lidar com pessoas insensatas ou, como se diz na linguagem popular, ignorantes. Sabendo disso, o autor de provérbios nos aconselha a ignorar algumas das opiniões ou manifestações desse tipo de gente. Ele diz pra que ignoremos não por uma questão de desprezo, mas, principalmente, por uma questão de sabedoria. Sim, porque, em muitos casos, há discussões e conversas que apenas nos levam ao estresse, e nada mais. Aliás, segundo o autor, perder tempo com pessoas ignorantes (insensatas) implica em nos tornarmos como elas ou, melhor, nos igualarmos a elas. O autor não está falando do empobrecimento do ser, como se conviver com esse tipo de pessoa seja algo que nos faça mal, mas, ele fala da atitude reducionista de nos permitimos perder tempo em discutir ou refletir algo com alguém insensato, ou seja, que não tenha condições e nem disposição para ouvir e refletir. Creio que esse provérbio de hoje é, também, um alerta ou um chamado à nossa reflexão individual, no sentido de nos policiarmos sobre como tem sido a nossa postura ante os diálogos e debates aos quais nos são apresentados diariamente por algumas pessoas. Será que temos nos comportado como um sábio ou como um insensato? Qual será o marketing pessoal que estamos fazendo de nós mesmos? Somos agradáveis? Sabemos dialogar? Ou somos aquele tipo de pessoa que os outros vivem evitando o convívio, pois não sabemos ouvir e dialogar como adultos maduros?
Pensemos nisso!
Ótimo dia a todos!!!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira